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Petróleo desaba 3,67% e rouba a cena em dia de bom IPCA

Brent cai a US$ 73,24 e ajuda a frear o Ibovespa (-0,40%). IPCA em 12 meses fica abaixo do teto da meta, em 4,68%. Nos EUA, S&P 500 sobe 0,46% e chega ao maior patamar desde janeiro de 2002.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 12 dez 2023, 18h58 - Publicado em 12 dez 2023, 18h53
 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Plot twist nesta “super terça”, dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA. Com todas as atenções voltadas para o comportamento dos preços, o protagonismo ficou com o petróleo: queda de pesados 3,67% no Brent, a US$ 73,24, menor patamar desde o final de junho, por conta do receio de uma diminuição firme na demanda. 

Pesam a favor dessa tendência a desaceleração da economia chinesa e os juros em alta histórica mundo afora – que podem trazer mais efeitos deletérios para 2024.  

Tanto que o DoE (“Ministério da Energia” dos EUA) reduziu sua estimativa de preços para 2024. Agora ela aponta para uma média de US$ 82,57 – 11,4% abaixo das previsões feitas em novembro.   

Nisso, Petrobras ajudou a puxar o Ibovespa para baixo (-0,40%). Suas ações respondem por 11% do índice. Caíram menos que o barril, mas caíram: PETR3, -1,53% e PTR4, -0,81%. As petroleiras menores sentiram mais, por sinal: 

3R (RRRP3): -2,92%

Petrorecôcavo (RECV3):  -2,25% 

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Prio (PRIO3): -1,97%

Quando o barril cai, as distribuidoras tendem a se dar bem, já que pagam menos por sua matéria prima. Mas não foi o caso hoje. Surgiram rumores sobre a criação de uma política de cotas nas refinarias nacionais (98% da capacidade pertence à Petrobras). A cota serviria para garantir um suprimento mínimo às pequenas distribuidoras, com menos de 5% de participação no mercado.

Aí quem se complica são as grandes distribuidoras, que estão na bolsa. Com uma cota para os pequenos, eles se veriam obrigados a importar mais combustível – a preços mais altos do que os praticados pela Petrobras. Resultado:

Vibra (VBBR3): – 2,54%. 

Ultrapar (UGPA3): -1,85%

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Raízen (RAIZ4): -1,42%

De acordo com a Broadcast, de qualquer forma, o Ministério das Minas e Energia disse que tudo não passa de “especulação”. 

IPCA: 4,68%

Pela manhã, o IPCA veio um pouco melhor do que a encomenda. Alta de 0,28% em novembro – acima dos dos 0,24% de outubro, mas abaixo do consenso das previsões, que apontavam para 0,30% Para comparar: em novembro de 2022, o IPCA tinha sido de 0,41%. 

Com a queda em ternos anuais agora, a inflação em 12 meses cai a 4,68%, ante 4,82% em outubro. 

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Os bons números trazem a inflação de volta ao teto da meta (4,75%) e aumentam a expectativa por uma eventual aceleração no ritmo dos cortes na Selic – a bola cantada pelo BC, por enquanto, é de 0,50 p.p. por reunião. 

Com esse clima, os juros futuros baixaram por toda a curva temporal – o que deu um certo embalo às construtoras, que precisam de juros menores para viver. Aqui: 

MRV (MRV3): 2,78%

Eztec (EZTC3): 1,93%   

Cyrela (CYRE3): 1,05%

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CPI (EUA): 3,1%

A inflação americana pelo CPI veio em linha com as previsões dos analistas. A inflação nos 12 meses encerrados em novembro ficou em 3,1%, contra 3,2% em outubro. Na leitura mensal, foram 0,1%, ante 0,0% em outubro. 

O núcleo da inflação também ficou relativamente estável. Estamos falando na versão do índice que exclui a variação de itens voláteis, como alimentos e combustíveis. O Fed praticamente só olha para o núcleo – natural, já que juros não têm grande efeito sobre o preço da comida e dos derivados de petróleo. 

Na variação mensal, o núcleo subiu 0,3%, contra 0,2% em outubro – dentro das previsões. Na anual, manteve-se em 4,0%.

E o mercado gostou: alta de 0,46% no S&P 500, a 4.643 pontos – maior patamar desde janeiro de 2022, veja só. Parte da alta veio na esteira da queda do petróleo. As empresas do setor não têm tanto peso por lá, e o barril em baixa ajuda a reduzir a inflação – não só dos combustíveis, mas de tudo. Os treasuries de 10 anos responderam igualmente bem: fecharam a 4,19% a.a, vindos de 4,23% a.a. ontem. 

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A ver como fica o humor do mercado depois das declarações de Powell amanhã.

Até a super quarta. 

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MAIORES ALTAS 

Soma (SOMA3): 4,02%

MRV (MRVE3): 2,78% 

CVC (CVCB3): 2,77%

Locaweb (LWSA3): 2,39

Magalu (MGLU3): 2,24%

 

MAIORES BAIXAS

Totvs (TOTS3): -3,43%

Banco do Brasil (BBAS3): -3,05%

3R (RRRP3): -2,92%

Vibra (VBBR3): -2,54% 

Petrorecôncavo (RECV3): -2,25%

 

Ibovespa:0,40%, aos 126.403 pontos

 

Em Nova York

S&P 500: 0,46%, aos 4.643 pontos

Nasdaq: 0,70%, aos 14.533 pontos

Dow Jones:  0,48%, aos 36.577 pontos

 

Dólar: 0,60%, a R$ 4,96

 

Petróleo 

Brent: 3,67%, a US$ 73,24 

WTI: 3,80%, a US$ 68,61

 

Minério de ferro: 0,60%, a US$ 136,60 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

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