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Petróleo bate US$ 80 e turbulência ameaça até as big techs

Crise energética global não dá trégua e indica mais um dia negativo para bolsas globais.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 16 dez 2024, 16h32 - Publicado em 28 set 2021, 08h04
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Convém preparar o bolso. O barril de petróleo rompeu os US$ 80 nesta terça, um patamar que não era visto desde 2018. E não há sinais de que ele descerá tão cedo. A alta é provocada por uma crise de abastecimento na Europa e na Ásia. A falta mesmo é de gás natural, que se espalha para os preços de energia e para a produção de empresas.

Nisso, crescem as apostas de inflação ainda mais balofa, assim como já vemos no Brasil, só que no mundo todo. Remédio para inflação é juro alto. Resultado é um risco brutal do que economistas chamam de estagflação, quando o remédio vira veneno e passa a limitar o crescimento econômico.

Não à toa, as ações de tecnologia começam a sofrer lá nos Estados Unidos, com os futuros do índice Nasdaq apontando para uma queda de 1,50% no mercado hoje. O preço de uma ação é determinado com base nas expectativas que investidores têm para o futuro da empresa. No caso das companhias tech, a aposta lá na frente é realmente grande. Para as estimativas se confirmarem, é preciso que a economia como um todo cresça, não só a empresa.

Além disso, essa conta de quanto uma empresa pode crescer leva em conta a taxa de juros do país. Afinal, para você topar o risco de investir em uma ação, ela precisa render mais que o dinheiro deixado em um título público. Nisso, quando o juro sobe, essa diferença entre título público e ação cai, e aí investidores começam a ver menos vantagem em empresas com potencial de ganhos só em um futuro longínquo.

Na semana passada, o Fed (o BC americano) disse que ainda falta um longo caminho para que os juros de lá comecem a subir. O que investidores estão dizendo, pelos preços dos mercados, é que o desarranjo causado pela crise energética poderá encurtar esse prazo fixado pelo Fed. A ver. O que dá para saber é que ainda haverá muita volatilidade pela frente. Segure firme e boa terça-feira.

 

Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,87%

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Futuros Nasdaq: -1,52%

Futuros Dow Jones: -0,47%

*às 7h45

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,81%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,57%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,21%

Bolsa de Paris (CAC): -1,83%

*às 7h40

Fechamento na Ásia

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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): +0,13%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,19%

Hong Kong (Hang Seng): +1,20%

Commodities

Brent: +0,79%, a US$ 80,16

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Minério de ferro:  -6,08%, a US$ 112,06 por tonelada no porto de Qingdao (China)

*às 7h35

Agenda

11h EUA divulgam índice de confiança do consumidor em setembro

11h Secretária do Tesouro, Janet Yellen, e presidente do Fed, Jerome Powell, falam ao Comitê Bancário do Senado dos EUA. À tarde, Yellen participa de evento da Associação Nacional para Economia Empresarial.

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market facts

Na tomada

A Ford anunciou que pretende investir US$ 11,4 bilhões na construção de três fábricas de baterias elétricas e produção de caminhões. Segundo a própria montadora, o investimento levará quatro anos e permitirá a produção de mais de um milhão de veículos elétricos a partir de 2025. Montadoras tradicionais têm sido atropeladas pela Tesla, que puxou a fila dos investimentos em carros sem motor à combustão. As ações da Ford (FDMO34), porém, já deixaram o pior para trás. No ano, acumulam alta de 66%. 

Volatilidade interna

Em meio ao debate sobre reduzir ou não os estímulos à economia americana, dois presidentes regionais do Fed vão deixar os seus cargos na virada do mês. O Banco Central americano é composto por 12 presidentes de Fed regionais. Os dois executivos estavam negociando ativamente ações, índices futuros e – pior – contratos de taxas de juros dos EUA, essas que eles ajudam a determinar. A informação foi revelada após o Fed anunciar uma revisão em sua política de ética. O The Wall Street Journal conta a história.

Vale a pena ler:

Conta lá fora

Desde o vale da pandemia, os preços das commodities dispararam e o Brasil exporta como nunca minério, soja, petróleo, milho, carnes e tudo mais. Era para uma enxurrada de dólares entrar no Brasil, para ao menos compensar a alta das matérias-primas. Foi o que aconteceu no superciclo de commodities da primeira década dos anos 2000. Uma reportagem do Estadão mostra que, apenas em 2021, US$ 46 bilhões em exportações ficaram no exterior. Exportadores preferem deixar o dinheiro fora do país do que expor o ganho ao cenário doméstico conturbado. Aqui.

Café da manhã mais caro

A Bloomberg mostrou como queimadas, geadas e seca no Brasil afetam os preços dos alimentos não só aqui, mas no globo todo. É que o país é um dos maiores produtores e exportadores de suco de laranja, café e açúcar, isso sem falar nos grãos que alimentam frangos, porcos e até o gado. Segundo a Bloomberg, o café arábica (mais nobre) disparou 30% em apenas seis dias, no mês de julho; o suco de laranja avançou 20% em três semanas, e o açúcar bateu a máxima em quatro anos no mês passado. Tá aí a explicação por que todo adulto quer chorar a cada ida ao supermercado. Aqui, em inglês.

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