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Petrobras ajuda Ibovespa a romper a barreira dos 120k

Patamar não era atingido desde abril de 2022. PETR4 sobe mais 4% na esteira das recomendações de compra. Lá fora, Powell joga água no chope do mercado.

Por Camila Barros, Alexandre Versignassi
21 jun 2023, 18h15

Jerome Powell foi ao Congresso americano prestar contas sobre o trabalho do Fed para conter a inflação. Sua fala, categórica, não deixou espaço para o mercado fantasiar a respeito de um fim próximo para o aperto monetário.

“Quase todos os participantes do FOMC acreditam que será apropriado aumentar as taxas de juros um pouco mais até o final do ano”, disse o presidente do Fed. 

Atualmente em 5,25%, a taxa de juros do país se manteve inalterada depois da última reunião, que rolou na semana passada. Antes disso, o Fed havia provido dez altas consecutivas desde abril de 2022 – que elevaram os juros ao maior patamar desde 2007. 

A pausa fez parte do mercado entender que o ciclo de afrouxamento monetário começaria em breve. Não que o Fed tivesse dado isso a entender. Pelo contrário: um relatório divulgado no dia da decisão, 16 de junho, mostrava que 12 dos 18 dirigentes da instituição apostavam que os juros fechariam 2023 num patamar mais alto do que o atual.

As altas das empresas de tecnologia vinham segurando as bolsas americanas. Mas hoje, com a fala hawkish de Powell, a ponta vendedora venceu com folga: Nasdaq em queda de 1,21%; S&P500, -0,52%.  

PETR4: 4,19% 

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Por aqui, o Ibovespa se descolou de suas irmãs gringas e subiu, cruzando a marca dos 120 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2022. No dia, a alta foi de 0,67%. 

Foi com a ajudinha da Petrobras, que hoje recebeu o endosso de mais dois bancões. Depois de JP Morgan e Morgan Stanley, agora Goldman Sachs e Santander divulgaram relatórios recomendando a compra das ações da empresa. 

Os relatórios, voltados ao mercado internacional, se referem às ADRs (American Depositary Receipt, ativos que replicam ações de companhias estrangeiras nas bolsas americanas) da Petro – antes, ambas categorizavam os papéis como “neutros”.  

Para o Santander, o preço-alvo agora é de US$ 19. Isso significa uma valorização de 27% em relação ao valor dos ADRs neste fechamento, US$ 14,94. Para o Goldman, o alvo é US$ 18,10 – alta de 21%. 

A petroleira tem conseguido reconquistar o coração do mercado, que olhava para ações da companhia com cautela por conta da mudança no comando do governo. 

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Segundo a análise do Santander, a Petrobras deve continuar com uma política robusta de distribuição de dividendos, já que o Estado (maior acionista da empresa) deve querer continuar embolsando sua cota, dada a situação fiscal apertada do país. Eles estimam que 40% do caixa da companhia vá para distribuição dos dividendos – valor endossado pelo relatório do Goldman. 

Com as boas avaliações, as ações PETR4 fecharam em alta de 4,19%. No ano, a alta é de 38,96%. 

Já a PRIO3, cujas ações subiram 6,94%, teve um dia similar ao da gigante estatal: disparou na sessão depois do Santander a classificar como sua “principal escolha” do setor. 

Eles preveem que a empresa deve continuar tendo baixo custo de extração de petróleo e gerando um bom fluxo de caixa. E que, em 2023, 35% dos rendimentos da companhia voltem para as mãos dos acionistas na forma de dividendos ou recompra de ações (iniciativa que valoriza os papéis que continuam em circulação). 

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EMBR3: -7,22%

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Já a Embraer voltou a despencar no pregão de hoje, depois de já ter caído 4,65% na sessão de ontem. A empresa está participando da Paris Air Show, a feira bienal de aviação na capital francesa. Lá, ela tem feito anúncios de novos lançamentos e acordos. 

Hoje, ela divulgou um contrato de serviços de longo prazo com a companhia aérea indiana Star Air, uma extensão de contrato com a francesa Amelia e um acordo com a Lanzhou Aviation Group para a conversão de 20 E-Jets da companhia para cargueiros.

Ontem, anunciou pedidos de 13 aeronaves: sete E175 (seu menor avião comercial) para a American Airlines e seis E195-E2 (seu maior) para a Binter, das Ilhas Canárias. 

  

São negócios importantes, mas que acabaram ofuscados pelo desempenho da concorrência. A Airbus, por exemplo, anunciou pedidos de 750 unidades para companhias aéreas da Índia. 

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Daí o rali de baixas da Embraer, que também pode ser interpretado como uma realização de lucros – em 12 meses, EMBR3 ainda soma uma alta de 53%. 

MAIORES ALTAS

PetroRio (PRIO3): 6,94%

Natura (NTCO3): 7,53%

IRB (IRBR3): 5,78%

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Petrobras PN (PETR4): 4,19%

Petrobras ON (PETR3): 3,99%

MAIORES BAIXAS

Embraer (EMBR3): -7,42%

CVC (CVCB3): -5,25%

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -2,75%

Dexco (DXCO3): -2,32%

BRF (BRFS3) -1,96%

Ibovespa: 0,67%, a 120.420 pontos

Em Nova York: 

S&P 500: -0,52%, a 4.365 pontos

Nasdaq: -1,21%, a 13.502 pontos

Dow Jones: -0,30%, a 33.951 pontos

Dólar: -0,59%, a R$ 4,76

Petróleo

Brent: 1,61%, a US$ 77,12 por barril

WTI:  1,88%, a US$ 72,53 por barril

Minério de ferro: -0,99% a US$ 110,94 por tonelada na bolsa de Dalian, na China.

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