PEC da Transição segue indefinida, enquanto o prazo se encurta
Alckmin comanda reuniões de negociação em Brasília nesta terça. Na China: novo lockdown.
Os novos capítulos da novela em torno da PEC da Transição estão caminhando para uma história que desagrada menos os investidores. Tudo indica que o dano fiscal inicialmente imaginado, algo que beirava os R$ 200 bilhões, não irá se concretizar.
Como o prazo de aprovação final no Congresso é curto (15 de dezembro), o projeto precisa ser entregue quase que pré-aprovado por deputados e senadores, para não sofrer alterações bruscas e nem ser barrado. Mas, PT e Congresso ainda não chegaram a um consenso. O futuro governo quer espaço para mais gastos fora do teto, para além do Bolsa Família, enquanto deputados e senadores indicam que apenas o programa deve escapar do controle de gastos, e por pouco tempo, não de forma indeterminada, como inicialmente proposto.
Os senadores Alessandro Vieira e Tasso Jereissati, por exemplo, apresentaram suas propostas que reduzem os gastos fora do teto para R$ 70 bilhões por quatro anos e R$ 80 bilhões em definitivo, respectivamente.
Wellington Dias, que coordena o assunto na equipe de transição, disse ontem que o tal consenso estaria “muito próximo”. Até o fim da segunda, porém, nenhuma conciliação.
Hoje, Geraldo Alckmin deve voltar à cena em reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado, líderes partidários, e integrantes da Comissão Mista do Orçamento.
Os primeiros conflitos estão postos, resta saber se o clímax está logo adiante.
Exterior
Enquanto a situação doméstica segue nebulosa, as coisas no exterior não andam muito melhores.
A China ordenou lockdown de cinco dias no distrito mais populoso de Guangzhou, com 3,7 milhões de pessoas. Após alta nos casos, e a primeira morte por Covid-19 em seis meses, Pequim diz que o país enfrenta seu mais duro teste até agora no controle da doença.
Naturalmente, o minério de ferro reage mal, com queda de 2%.
Já o bitcoin segue em queda livre. Hoje, a moeda chegou ao menor valor em dois anos (US$ 15.480) em decorrência da crise FTX. Com a falência dessa plataforma de negociação de moedas digitais, o mercado de criptos perdeu mais de US$ 1,4 trilhões este ano.
Nos EUA, três dirigentes do Fed participam de eventos ao longo do dia e qualquer avaliação sobre a política monetária do país podem movimentar o mercado.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: 0,09%
Futuros Dow: 0,08%
Futuros Nasdaq: 0,07%
às 8h30
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,08%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,58%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,16%
Bolsa de Paris (CAC): -0,06%
*às 8h16
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,01%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,61%
Hong Kong (Hang Seng): -1,31%
Brent*: 1,26%, a US$ 88,55
Minério de ferro: -1,96%, a US$ 101,64 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h33
Depois da derrocada da FXT, o mercado assiste preocupado o desenrolar da história da Genesis, empresa que faz empréstimos de criptomoedas para instituições financeiras (como fundos de hedge ou gestoras de cripto). Na quarta passada, a companhia parou de oferecer novos empréstimos e proibiu que os clientes sacassem o dinheiro na plataforma. A justificativa foi que, naquele momento, o mercado estava muito turbulento com a falência da FXT, e a empresa recebeu mais solicitações de resgate do que o dinheiro que ela tinha em caixa. Dois dias antes, a Genesis solicitou um empréstimo de emergência de US$ 1 bilhão.
O medo, agora, é que uma possível quebra da Genesis crie um efeito cascata de crises no setor de cripto. É que, apesar de não ter conexão direta com investidores individuais, ela oferece “crédito” para muitas empresas que têm – como a Circle Internet Financial, a principal operadora da stable coin USD Coin.
A preocupação se refletiu na cotação das criptos ontem: o ether chegou a cair 7%, e o bitcoin 4,6%.
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Brasil, 14h30: Ministério da Economia divulga Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas;
Chile, 16h15: presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, e presidente do Fed de Kansas City, Esther George, participam de painel em evento do Banco do Chile.
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