PCE, dado de inflação dos EUA, fecha setembro nas bolsas
Inflação americana ganha ainda mais peso agora que o Fed entrou no modo “juros mais altos por mais tempo”. Números europeus e chineses também movem o mercado; veja quais.
Bom dia!
O número que define o humor do pregão de hoje – e que fecha o mês de setembro – é o PCE, um dos índices de inflação dos EUA. Essa métrica é a preferida do Fed para guiar suas decisões sobre juros, diga-se, bem mais relevante nesse quesito que o CPI, outro medidor de inflação (entenda a diferença entre os dois aqui).
A expectativa é de uma alta de 0,2% na base mensal, segundo as previsões dos economistas, e de que o núcleo do índice – que exclui componentes voláteis como alimentos e energia – recue para 3,9% na comparação anual, o que seria a menor medição em dois anos. Se assim for, cortesia dos juros altos do banco central americano, que está numa luta árdua contra o aumento dos preços.
O dado de hoje é especialmente importante porque o Fed engatou num modo hawkish nas últimas semanas – “juros mais altos por mais tempo” – que causaram um certo caos nos mercados. Se o PCE vier acima do esperado, pode exacerbar ainda mais essa posição radical do Fed.
Por enquanto, os futuros americanos amanheceram no azul à espera do número.
Mais cedo, um outro dado de inflação animou os investidores europeus. Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor ficou em 4,3% na comparação anual, abaixo dos 4,5% previstos por economistas. É a menor medição em quase dois anos no velho continente, que também sofre com uma incomum onda de aumento dos preços no pós-pandemia. As bolsas europeias reagem no azul (veja abaixo).
Por falar em dados, a semana termina com a divulgação de medidores de atividade chineses, de noite (depois do fim do pregão). Às 22h30, a China divulga os PMIs industrial e de serviços. São dados especialmente importantes para medir a força da segunda maior economia do mundo, que, nos últimos meses, vem mostrando sinais de fraqueza.
No Brasil, a agenda é esvaziada no último dia do mês, o pregão que define a performance do Ibov em setembro. Por enquanto, o índice está estável (-0,01%), após a recuperação de ontem.
Bons negócios.
Futuros do S&P 500: 0,51%
Futuros do Nasdaq: 0,68%
Futuros do Dow Jones: 0,49%
*às 8h01
Nubank lança ETF que distribui dividendos mensalmente
O Nubank (ROXO34) lança hoje com a B3 um novo índice de dividendos, derivado do Ibovespa, e aproveitou para criar dois ETFs com o novo produto. O índice se chama Ibovespa Smart Dividendos B3 e inclui 21 empresas que se destacam no pagamento de proventos a investidores. As de maior peso são Taesa (TAEE11), Telefônica (VIVT3) e BB Seguridade (BBSE3).
A novidade mesmo é o Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NVID11), o ETF que pagará dividendos mensais. Só tem um problema: o investidor que compra ações em busca da grana que pinga na conta é isento de imposto de renda. No ETF, o IR será de 15% sobre todos os pagamentos.
A alternativa do Nubank é o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11), que em vez de pagar o dinheiro todo mês, reinveste os lucros pagos pela empresa, e aí não há a tributação. A estrutura é a mesma usada pelo DIVO11, o ETF do Itaú que segue o índice de Idiv.
O valor mínimo inicial para investir em ambos é de R$ 100, com 0,5% de taxa de administração, também as mesmas regras do fundo do Itaú.
9h30 — EUA divulga PCE, índice de inflação
22h30 — China divulga PMIs industrial e de serviços
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 1,05%
- Londres (FTSE 100): 0,86%
- Frankfurt (Dax): 0,99%
- Paris (CAC): 1,05%
*às 8h03
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): feriado
- Hong Kong (Hang Seng): 2,51%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,05%
- Brent: 0,81%, a US$ 96,15
- Minério de ferro: -1,52%, a US$ 116,75 por tonelada em Cingapura
*às 7h30
“Latifundiários verdes”
No começo desse ano, a Highlands Rewilding, um projeto irlandês de sustentabilidade, comprou uma propriedade de 1.370 hectares no país por US$ 13 milhões. A ideia da empresa é restaurar pântanos e florestas degradados por décadas de pecuária extensiva na região.
Quando a recuperação estiver em andamento, uma equipe medirá o impacto positivo do trabalho e concederá à empresa uma quantidade de “créditos de biodiversidade”, uma espécie de primo dos créditos de carbono. Eles poderão ser comprados por empresas que queiram mostrar que estão contribuindo positivamente com o planeta, ou compensar quaisquer danos causados em outros locais pelas suas operações.
Esta reportagem da Bloomberg mostra como a Highlands Rewilding e outras empresas similares estão tentando transformar esse modelo de restauração ecológica em uma indústria multi-bilionária.