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Ômicron e inflação: uma mistura explosiva

"IGPM" da zona do euro bate em 21,9% – maior até que o do Brasil. Isso num momento em que a Ômicron já representa uma ameaça para as cadeias de produção. E agora?

Por Juliana Américo, Alexandre Versignassi
Atualizado em 16 dez 2024, 16h31 - Publicado em 2 dez 2021, 08h25
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Os índices futuros nos EUA apontam para cima nesta manhã – e isso invariavelmente traz a perspectiva de que o mercado vá abrir em alta, seja por lá, seja por aqui também. A regra, porém, vale mais nas condições normais de temperatura e pressão. E isso é justamente o que o mundo  NÃO está vivendo. Ontem mesmo, o S&P 500 abriu em alta e chegou a ficar gordos 1,9% no azul, para depois fechar em -1,2%. 

O problema: os casos de Ômicron dobraram na África do Sul desde terça, e a variante vai se globalizando: já deu as caras em 24 países, incluindo EUA e Brasil. Ao mesmo tempo, outro vírus se multiplica pelo mundo: o da inflação

O índice de preços ao produtor na zona do euro subiu 5,4% no mês de outubro, em relação a setembro, contra a previsão (já não exatamente otimista) de 3,8%. Esse índice é o IGPM deles. E já está maior até do que o nosso. São 21,9% na Europa, contra 17,9% no Brasil.

Por aqui, o IGPM já desacelerou – ficou estável em 0,02% no mês de novembro. Sinal de que as altas nos juros estão funcionando no combate à inflação. Mas não existe almoço grátis: juros lá em cima deprimem o mercado financeiro: daí a bolsa estar em seu pior momento do ano, de volta aos 100 mil pontos cravados. 

No mundo desenvolvido, os juros seguem no chão. Mas a persistência da inflação por lá já ligou a sirene dos bancos centrais. Nisso, a Europa opera em queda, com o EuroStoxx 50, o índice das 50 maiores empresas do continente, abaixo de -1%.

Ou seja: com os futuros dos EUA apontando para cima e o mercado Europeu para baixo, a tendência para o começo do dia por aqui está indefinida. 

A porca torce ainda mais o rabo por conta de uma questão maior. A Ômicron é um agente que diminui a inflação, por ter o potencial de reduzir a atividade econômica. Isso diminui a possibilidade de um aumento brusco nos juros mundo afora. Mas não se trata de algo positivo, muito pelo contrário. 

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A inflação de agora é fruto dos juros perto de zero impostos para estimular a economia no cenário pandêmico dos últimos quase dois anos. Mantê-los abaixo do nível natural por conta da nova variante cria uma bomba inflacionária de 200 megatons – que mais hora menos hora explode, com efeitos total e absolutamente imprevisíveis, já que o mundo desenvolvido considerava a inflação fora de controle uma doença erradicada há mais de 30 anos.    

Ah, claro: tem a votação da PEC do teto de gastos no Senado agora de manhã, e o que está “precificado” é a aprovação. Mas diante dos dois agentes infecciosos globais – vírus e inflação, o fim dessa novela não basta para trazer um alívio minimamente duradouro. 

Não estamos, afinal, nas condições normais de temperatura e pressão.

humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,60%

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Futuros Nasdaq: 0,29%

Futuros Dow: 0,79%

*às 7h45

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,18%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,59%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,95%

Bolsa de Paris (CAC): -0,78%

*às 7h30

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,25%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,65%

Hong Kong (Hang Seng): 0,55%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 2,11%, a US$ 70,32

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Minério de ferro: -2,75%, US$ 101,62

*às 7h30

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

07h Reunião da Opep+. O grupo vai decidir as ofertas mensais de petróleo. 

09h O IBGE vai divulgar o PIB do terceiro trimestre. A prévia do Banco Central, divulgada em novembro, registrou queda de 0,14%. 

09h Senado planeja votar a PEC dos precatórios e MP do Auxílio Brasil.

10h30 O Ministério do Trabalho dos EUA divulga o número de pedidos de seguro-desemprego da semana passada. A previsão é de que as solicitações subam para 245 mil.

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

IPO da Fogo de Chão

A churrascaria Fogo de Chão entrou para a já não tão seleta lista de brasileiras que vão para as bolsas americanas. A Fogo Hospitality, dona da rede, entrou com pedido de IPO na NYSE, a Bolsa de Nova York. O valor da oferta ainda não foi definido. Essa não é a primeira vez que a empresa trabalha com ações. Em 2015, fez IPO na Nasdaq e levantou US$ 88 milhões – mas três anos depois fechou o capital por decisão da sua controladora na época, o Rhône Group.

BRcoin

O Banco Central lançou uma edição do seu Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, o LIFT, para testar a criação de uma moeda digital para o Brasil. O LIFT Challenge Real Digital irá reunir empresas, pesquisadores e especialistas interessados em criar um produto minimamente viável (ou “MVP”, na sigla em inglês) e soluções inovadoras para o “Real Digital”. Os projetos terão seis meses para serem desenvolvidos. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Príncipe das vacinas

Enquanto o mundo estava em busca de uma vacina para controlar a Covid-19, Adar Poonawalla,CEO do Serum Institute of India (SII), a maior fabricante de vacinas do mundo, já tinha um plano: injetar US$ 1 bilhão em sua companhia para produzir o imunizante. Deu certo – ele fechou acordo de distribuir 200 milhões de doses para mais de 90 países –, mas não por muito tempo. 

Conforme relata a CNN, o executivo não previu a chegada da segunda onda na Índia. No pico da crise, o país registrava mais de 400 mil casos por dia e só 2% da população vacinada. Foi quando o governo decidiu interromper a exportação dos imunizantes, impedindo a SII de cumprir seus compromissos. Leia a matéria completa aqui (em inglês).

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