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O que esperar do Fed e do BC hoje – além da alta de juros

Super Quarta é bola cantada. O que importa agora é ficar de olho nas piscadinhas do Fed e do BC brasileiro.

Por Tássia Kastner
4 Maio 2022, 08h12

Bom dia!

O Fed vai subir o juro dos Estados Unidos hoje em 0,50 ponto percentual, o que colocará os juros deles na banda de 0,75% e 1%. E o Banco Central brasileiro elevará a Selic em 1 p.p., mandando a Selic para os 12,75% ao ano, o maior patamar desde fevereiro de 2017. Salvo uma hecatombe, dá para cravar isso antes dos comunicados oficiais. Não que a gente tenha acesso a informações privilegiadas e nem bola de cristal.

Acontece que um hábito de bancos centrais é dar uma piscadinha pro mercado financeiro, guiando as expectativas. Numa coisa tipo “talvez a gente esteja discutindo esse tema, viu? 😉 “.

 O BC brasileiro chega a escrever isso nas atas das reuniões. Por quê? Avisar que o juro vai subir mais faz com que investidores se antecipem à medida, potencializando o efeito que a alta de juros têm – de deixar o dinheiro mais caro, e fazer com que ele circule com menos velocidade por aí.

Beleza. Então hoje o que mercado financeiro vai esperar, além da confirmação das altas de juros, é mais duas novas piscadinhas. E parece estar lidando bem com isso, dado o sinal positivo dos futuros americanos (confira abaixo no humorômetro)

A primeira e mais importante piscadela é a do Fed. Jerome Powell, o presidente do BC americano, irá sinalizar uma eventual alta de juro de 0,75 ponto para o encontro de junho? Por enquanto, o mercado conta com 0,50 p.p, o que já representa a maior alta desde os anos 2000. Se depois disso, a coisa for para os 0,75, as expectativas mudam radicalmente – e o dólar pode dar mais uma subida ante as demais moedas, como o real. No mundo concreto, investidores também querem saber se as medidas de recompra de títulos – que também tiram dinheiro da economia – serão aceleradas.

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Quando Powell conceder sua entrevista a jornalistas, às 15h30, o tom de preocupação com a inflação para os próximos meses ficará mais claro. Por lá, a inflação está em 8,5% ao ano, a maior em 40 anos.

No mundo rico, essa é a regra. Na União Europeia, os preços também dispararam e agora o BCE começa a estudar a possibilidade de uma primeira alta de juros em julho.

No Brasil, a informação que importa é a seguinte. O BC havia indicado que, depois de levar a Selic a 12,75%, interromperia o ciclo de alta. Agora, o mercado financeiro acha que isso não será mais possível. Por quê? Bem, porque a nossa inflação é a maior em 27 anos. Estamos retrocedendo ao período de estabilização do plano Real. Nisso, economistas têm apostado que só uma postura ainda mais dura do BC poderá abater a alta de preços.

Vamos aguardar 😉

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,37%

Futuros Nasdaq: 0,27%

Futuros Dow: 0,35%

*às 8h04

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,30%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,54%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,21%

Bolsa de Paris (CAC): 0,51%

*às 8h03

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): Feriado

Bolsa de Tóquio (Nikkei): Feriado

Hong Kong (Hang Seng): -1,10%

Commodities

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Brent*: 3,92%, US$ 109,08

Minério de ferro: -0,54%, a US$ 142,90 a tonelada em Singapura

*às 8h02

Agenda

9h15 EUA divulgam dados de criação de vagas de trabalho no setor privado em abril 

15h Fed divulga decisão de juros nos EUA; às 15h30, Jerome Powell concede entrevista

18h30 BC divulga decisão de alta da Selic

market facts

Sem amarras

O começo da vida do Nubank na bolsa continua difícil. Ontem as ações caíram 8,22% em Nova York. Tudo porque o banco digital antecipou em três semanas o fim do lock-up de seus papéis. Lock-up é uma trava que impede parte dos investidores do IPO de negociarem as ações na bolsa, o que reduz a volatilidade nos primeiros pregões. Segundo cálculos da Bloomberg, a queda da trava colocará mais US$ 26 bilhões de ações do Nubank em negociação. O Nu estreou em dezembro valendo US$ 9 – ontem fechou o dia em US$ 5,47, queda de quase 40%. 

Vale a pena ler:

Sensibilizado

José Mauro Coelho, terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, concedeu sua primeira entrevista a jornalistas. Ao Estadão, afirmou que Jair Bolsonaro entendeu a necessidade de a Petrobras seguir uma política de preços de mercado – e que ainda não recebeu mensagens de WhatsApp do presidente com cobranças. Os dois CEOs anteriores da Petrobras caíram após altas de preços de combustíveis. Leia a entrevista aqui.

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Nos EUA, a Moderna divulga resultados No Brasil, saem números de GetNet antes da abertura. Após o fechamento, BRF, Suzano, Banco Pan, CSN, CSN Mineração, EDP Brasil, GPA, PetroRio, Suzano e Totvs publicam seus balanços.

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