Notredame e Hapvida sobem 26% e 17% após notícia sobre fusão
Nova empresa formaria a maior operadora de planos de saúde do país. Mais: Ibovespa rompe os 125 mil pontos. E ainda: Elon fica US$ 13 bi mais rico.
Grande dia. O Ibovespa seguiu montado no touro, subiu mais 2,20% e superou pela primeira vez a marca dos 125 mil pontos (fechando em 125.076). Só que teve mais. As duas maiores altas foram na casa dos dois dígitos – algo extremamente raro no índice composto pelas 78 maiores empresas da bolsa.
O fenômeno foi cortesia da Notredame Intermédica e da Hapvida. As duas confirmaram que planejam uma fusão (horas depois de o jornalista Lauro Jardim ter dado a notícia, no site O Globo).
A Notredame é o segundo maior plano de saúde do país, com 3,1 milhões de beneficiários e 6,7% de market share. A Hapvida é o quarto maior, com 2,4 milhões de beneficiários e 3,1% do mercado. A líder é a Bradesco Saúde (3,3 milhões/7%). A Amil, terceira colocada (2,8 milhões/6%), completa o top 4.
Com a fusão, a nova empresa formada pela Notredame e pela Hapvida se tornaria, de longe, a maior operadora de planos de saúde do Brasil: 5,5 milhões de clientes, e um grosso market share de 9,8%. Um em cada 10 segurados do país será da Hapvida-Notredame, se o casamento sair mesmo.
A conversa aqui não é apenas sobre tamanho. É que as duas operam no formato que o mercado considera mais promissor para a área: são planos com redes próprias de hospitais, feitas para atender exclusivamente seus beneficiários. São operadoras “verticalizadas”, no jargão do setor. A vantagem aí é que o plano corta um intermediário (o hospital conveniado), e tem o poder de evitar desperdícios, já que também é gestor do hospital. Ambas também têm redes de clínicas para chamar de suas. Além disso, elas focam em clientes de menor poder aquisitivo – oferecem planos a partir de R$ 100.
As ações das duas já tinham subido 160% nos últimos dois anos – numa amostra de que o mercado aposta no crescimento desse modelo, popular e verticalizado.
A grande complementaridade das duas empresas está no quesito geografia. Os 21 hospitais da Notredame ficam no eixo Rio-São Paulo – em outubro do ano passado, o grupo comprou um hospital em Curitiba, o Santa Brígida, mas ele ainda não aparece na rede de hospitais próprios do plano.
A Hapvida, por outro lado, concentra-se severamente no Nordeste. Dos seus 35 hospitais, 24 ficam na região. Metade deles, no Ceará e em Pernambuco. Os demais ficam no Amazonas, no Pará, em Goiânia e em Santa Catarina.
A fusão, então, não criaria apenas a maior operadora de planos do país. O ponto é que a rede verticalizada dessa nova operadora teria abrangência nacional – com 56 hospitais próprios em 15 Estados, mais dezenas de unidades de pronto-atendimento e quase 200 clínicas.
Musk: mais US$ 13 bilhões em 24 horas
Hoje aconteceu outro fenômeno pouco comum (ao menos nos últimos meses): o Ibovespa deu uma lavada nos índices americanos. S&P 500 e Nasdaq subiram “só” 0,55% e 1,03%, respectivamente. De qualquer forma, o otimismo é global – cresce junto com a esperança de que a pandemia será derrotada neste ano, e de que Joe Biden não irá titubear na hora de emitir mais moeda para estimular a economia americana (goste-se ou não, quem manda nos mercados mundiais são as impressoras do Fed, o banco central deles).
As subidas só não foram mais expressivas porque há um certo de receio de que o senado americano, mesmo com a maioria democrata conquistada na quarta (06), vá topar mais estímulos pesados em 2021.
Mas quem não tem receio de nada mesmo, pelo jeito, é o pessoal que aposta na Tesla. Um dia depois de Elon Musk destronar Tio Patinhas e se tornar o maior quaquilionário da Terra, a montadora, onde reside a maior parte da fortuna do sul-africano, subiu mais 7,8% – o que deixou Elon exatamente US$ 13 bilhões mais rico neste 08 de janeiro de 2021. “Grande dia”, ele deve ter pensado.
Maiores altas
Notredame: 26,59%
Hapvida: 17,40%
B2W: 6,97%
Cemig: 6,87%
Totvs: 6,75%
Maiores Baixas
Metalúrgica Gerdau: -1,83%
Gerdau: -1,49%
Santander: -1,06%
Bradesco (PN): -0,86
Embraer: 0,79%
Dólar: alta de 0,32%, a R$ 5,41
Petróleo
Brent (referência internacional): alta de 2,96%, a US$55,99
WTI (referência nos EUA): alta de US$ 2,77%, a 52,24