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Minério engata mais 4% de alta. Petróleo sobe 1% após desabamento

Mesmo assim, dados mistos sobre a economia chinesa sugerem cautela. Nos EUA, futuros abrem indefinidos à espera do Payroll, que sai amanhã.

Por Alexandre Versignassi e Sofia Kercher
Atualizado em 7 dez 2023, 08h43 - Publicado em 7 dez 2023, 08h41

Bom dia!

Depois de subir 2,76% ontem, o minério de ferro resolveu dobrar a meta: alta de vistosos 3,93%, com a tonelada a US$ 133,23 na bolsa de Dalian (China), por conta do baixo estoque nos portos do maior importador da commodity. A Vale (VALE3), que acumula baixa de 12% no ano, agradece.   

Mas isso não significa que a economia chinesa tenha virado a chavinha. Nesta madrugada, saíram os dados das importações do país: queda de 0,6% em novembro em relação ao ano passado – um balde de água fria em relação ao aumento de 3% em outubro, e ao consenso apurado pela Reuters de que esse desempenho se repetiria.  

As exportações, por outro lado, vieram melhores do que a encomenda: alta de 0,5% em novembro, versus queda de 6,4% em outubro e um consenso que apontava para uma nova redução, de 1,1%. 

Petróleo a US$ 75

O petróleo começa o dia com alguma recuperação após a violenta queda (-3,76%) de ontem: alta de 1%, a US$ 75,11. Mesmo assim, trata-se do menor patamar desde o início de julho. Para comparar: no ano passado, o barril ficou consistentemente acima de US$ 90. 

Ruim para as petroleiras, bom para as distribuidoras de combustível. O achatamento no preço da commodity é um dos responsáveis pelo aumento nos lucros de Ultrapar (UGPA3) e Vibra (VBBR4), já que puxa para baixo o valor dos combustíveis no mercado internacional – e lhes permite operar com margens mais folgadas. No 3T23, UGPA3 lucrou R$ 892 milhões, 10x mais que os R$ 82 milhões do 3T22. VBBR3, fez R$ 1,25 bilhão, revertendo um prejuízo de R$ 61 milhões no mesmo período do ano anterior.   

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Os resultados, e as perspectivas de baixa para o barril, impulsionam ambas na bolsa. Vibra sobe 46,5% no ano. Ultrapar, 106,9%. 

NY indecisa

À espera do Payroll (os dados do mercado de trabalho americano, que saem amanhã), o mercado opera sem um sentido claro nos EUA: queda nos futuros do S&P 500, alta na Nasdaq (veja abaixo).

A expectativa, de qualquer forma, é a de que ele confirme o resfriamento da economia americana. Ontem, saíram os dados da pesquisa ADP, mais restrita, sobre a abertura de novas vagas no setor privado em novembro: 103 mil – abaixo dos 106 mil do mês anterior e bem atrás do consenso apurado pela Dow Jones, 128 mil. 

A tendência reforça a tese de que os juros por lá podem começar a cair já no primeiro trimestre, o que seria uma notícia e tanto para as bolsas globais. 

Os juros dos Treasuries, que refletem as expectativas para o que vai acontecer com a “Selic” americana, deixam claro qual é o clima. Depois de o título com vencimento em 10 anos ter chegado a 4,98% (em meados de outubro), eles agora operam com um yield de 4,15% – ainda longe dos 3,87% do início do ano, mas ainda assim um belo alívio.

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Bons negócios!  

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,04%

Futuros Nasdaq: 0,17%

Futuros Dow Jones: -0,24%

*às 8h04

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Agenda

9h00: Campos Neto fala sobre os planos para os real digital

10h30, EUA: Pedidos de entrada no seguro desemprego até a semana  passada

10h35: Lula se reúne com a cúpula do Mercosul 

11h30: O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, deputado Danilo Forte (União), apresenta seu parecer.

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Europa

                • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,17%
                • Londres (FTSE 100): -0,10%
                • Frankfurt (Dax): -0,15%
                • Paris (CAC): -0,10%

                *às 8h35

                Fechamento na Ásia

                  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,24%
                  • Hong Kong (Hang Seng): -0,71%
                  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,76%

                  Commodities

                                              • Brent*: 1,09%, US$ 75,11
                                              • Minério de ferro: 3,93%, a US$ 133,23 por tonelada em Dalian

                                              *às 7h20

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                                              Vale a pena ler:

                                              Recuperação Judicial: alta de 35%

                                              Segundo dados do Serasa, 1.148 empresas entraram com pedido de recuperação judicial no Brasil até outubro deste ano — um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2022. No total, quase 4.000 empresas estão neste regime atualmente.

                                              O aumento não chega a surpreender. Muitas companhias se endividaram em tempos de vacas gordas — com crédito mais disponível e juros baixos — e não conseguiram lidar com as mudanças no cenário econômico. Além disso, a reforma da Lei de Recuperação Judicial (RJ), implementada em 2020, facilitou com que as empresas pedissem socorro contra credores.

                                              Esta reportagem do Globo se aprofunda nos motivos por trás do aumento, e mostra como ele criou um verdadeiro “mercado de crise” — com um crescimento significativo de gestoras, escritórios de advocacia e consultorias especializadas no tema.

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