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Mercado releva mau humor com juros e futuros de NY sobem

No Brasil, Haddad se reúne com Lira para discutir reoneração da folha de pagamento. Entenda como isso pode afetar a economia do país.

Por Camila Barros
18 jan 2024, 08h36

Mundo afora, o mercado amanhece no verde. Os principais índices asiáticos operaram com ganhos nesta madrugada, e as bolsas europeias seguem na mesma toada. Nos EUA, os futuros do S&P 500 e Nasdaq sobem (veja abaixo). 

Trata-se de uma trégua na maré de mau humor que tomou o mercado nos últimos dias. Pelo seguinte: Wall Street está substancialmente menos confiante sobre o cenário de queda de juros nos EUA. Há uma semana, 70% dos agentes de mercado apostavam em uma redução de 0,25pp já em março, segundo dados do CME. Agora, essa parcela caiu para 59%.

A redução de otimismo afetou as bolsas: no S&P 500, 7 dos 11 pregões do ano até aqui fecharam em baixa. Isso depois de um fim de 2023 animado, que impulsionou o índice à alta de 24% no ano. 

Hoje, falas de Raphael Bostic, do Fed, devem contribuir para o nivelamento de expectativas. O dirigente participará de dois eventos ao longo do dia, 9h30 e às 13h30. 

Na última terça, o discurso de Christopher Waller, outro membro do Fed, indicou que a instituição deve avaliar com calma o início do afrouxamento monetário. E disse antever 3 quedas de 0,25pp nos juros até o fim do ano. Não é novidade, já que este era o cenário projetado pelo dot-plot de dezembro, gráfico que coleta projeções dos membros do Fed. 

Só que o mercado, sedento por boas novidades, se decepcionou. A ver se Bostic reforça ou refuta a visão do colega. 

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Pela manhã, às 10h30, sai o dado semanal de pedidos de auxílio desemprego, outra ferramenta que ajuda o mercado a calibrar suas projeções para os juros. A lógica é a seguinte: mais pedidos de auxílio indicam um mercado de trabalho menos aquecido – uma consequência esperada durante o combate à inflação

No Brasil 

Por aqui, os olhos da Faria Lima continuam voltados para Brasília, onde Haddad busca uma saída para a trama da desoneração da folha de pagamento. 

Uma breve recapitulação: “desoneração da folha” é um benefício fiscal que permite que empresas de 17 setores contribuam menos para a Previdência Social. Eles pagam alíquotas de 1% a 4,5% sobre sua receita bruta – contra a norma padrão de 20% sobre a folha de salários dos funcionários. A ideia é que, com custos reduzidos, os setores gerem mais empregos. 

Em 2023, Lula vetou a medida. Só que o Congresso barrou o veto – ou seja, a desoneração permaneceu. 

O Ministério da Fazenda contava com a reoneração em seu cálculo de novas fontes de receita – essenciais para alcançar a meta de déficit zero até o fim do ano. A pasta, agora, trabalha com uma proposta de oneração gradual da folha.

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Hoje, Haddad se reúne com Arthur Lira (presidente da Câmara) para discutir a medida. 

O assunto, no entanto, deve se arrastar até fevereiro, já que o Congresso volta do recesso parlamentar no dia 05. 

O fuzuê já coloca a credibilidade do déficit zero em cheque: o TCU afirmou que a arrecadação está “superestimada” no Orçamento de 2024, e apontou risco de déficit de até R$ 55,3 bi (0,5% do PIB). 

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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S&P 500: 0,23%

Nasdaq: 0,52%

Dow Jones: 0,09%

*às 8h17

Agenda

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 09h30:  Raphael Bostic, do Fed, fala em evento

10h30: EUA divulgam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 13/01

12h15: Christine Lagarde, presidente do BCE, discursa em Davos

13h30:  Raphael Bostic, do Fed, fala em mais um evento

Europa

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                                    • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,57%
                                    • Londres (FTSE 100): 0,10%
                                    • Frankfurt (Dax): 0,41%
                                    • Paris (CAC): 0,65%

                                    *às 8h20

                                    Fechamento na Ásia

                                        • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,14%
                                        • Hong Kong (Hang Seng): 0,75%
                                        • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,03%

                                        Commodities

                                                                                          • Brent*: 0,59%, a US$ 78,34
                                                                                          • Minério de ferro: 0,80%, a US$ 133,20 na bolsa de Dalian, na China

                                                                                          *às 8h19

                                                                                          Vale a pena ler:

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