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Mercado prevê disparada da Selic e dá uma surra no Ibovespa

Bolsa brasileira fechou em queda de 2,11% depois que economistas passaram a estimar juros mais altos. Há quem preveja alta de 3 p.p., para 9,75% amanhã.

Por Tássia Kastner
26 out 2021, 18h18
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 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Quem curte o mercado financeiro sabe: toda véspera de reunião do Copom pululam bolões para adivinhar a nova taxa básica de juros do país. Mas dias como hoje são realmente atípicos. Até o começo da manhã, uma aposta arrojada seria esperar um aumento da Selic de 1,25 ponto percentual, dado que o Banco Central vinha subindo o juro de 1 em 1. Durante o dia, as apostas começaram a virar para 1,50 p.p. (o novo consenso), 2 p.p. e até 3 p.p. uma escalada que não ocorre desde 2002.

A mudança drástica nas expectativas não foi sem razão. Pela manhã, o IBGE divulgou que a prévia da inflação de outubro acelerou para 1,20%, acima das estimativas do mercado e da alta de setembro (1,14%). Culpa principalmente da conta de luz e dos combustíveis, duas despesas que, tudo mais constante, continuarão a subir nos próximos meses dado que o petróleo e o dólar continuam avançando.

E essa foi só a gota d’água para o mercado financeiro revisar suas projeções tão em cima do laço — o Banco Central faz dois dias de reuniões (começou hoje), e comunica a decisão amanhã à noite. O fato é que a inflação brasileira já vinha persistente, e ganhou riscos adicionais na semana passada, quando o governo Bolsonaro decidiu derrubar o teto de gastos para ampliar o Bolsa Família. O problema não foi pagar R$ 400, mas o que mais sairia dos cofres públicos em ano eleitoral.

E os medos vão se confirmando, claro. A PEC dos Precatórios, que já era um drible no limite de gastos públicos, poderá comportar emendas parlamentares, enquanto as emendas dão espaço a R$ 5 bilhões para pagamento de um fundo eleitoral para o próximo ano. E toca imprimir dinheiro — e gerar inflação.

Inflação só se cria se existe reais demais circulando por aí. Quando governos gastam mais, resta ao Banco Central, responsável por conter os preços, sair aspirando a grana da economia. Ele faz isso subindo juros, o que deixa o crédito mais caro e ainda estimula as pessoas a pouparem — porque aquela grana no Tesouro Selic rende mais. Daí as apostas de alta mais firme da Selic. A projeção de aumento de 3 pontos percentuais veio da Genial Investimentos; a de 2 pontos percentuais, de Carlos Kawall, da Asa Investimentos.

Beleza. Só que aí empresas que planejavam pegar uma grana no mercado para investir talvez desistam, já que o ganho delas fica menos atraente com a dívida mais no banco. Quem já tem dívida também fica enroscado. Eis a explicação do tombo do Ibovespa, que caiu 2,11%, a 106.419 pontos. Vale dizer, porém, que o dia foi atípico lá na B3. O volume de negócios ficou abaixo dos R$ 30 bilhões hoje, enquanto a média diária do ano ronda os R$ 35 bilhões.

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No fim, parece que todo mundo ficou tonto com as revisões de expectativas. Agora é esperar o dia de amanhã. Nos vemos.

Maiores altas

EDP (ENBR3) 2,39%

Braskem (BRKM5)  2,09%

CPFL (CPFE3) 1,05%

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Gerdau (GOAU4) 0,85%

Weg (WEGE3) 0,28%

Maiores baixas

Azul (AZUL4)  -8,38%

Eztc (EZTC3) -7,64%

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Cogna (COGN3) -7,04%

Cielo (CIEL3) -6,88%

CVC (CVCB3) -6,83%

Ibovespa: -2,11%, a 106.419 pontos

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Nova York

Dow Jones: 0,04%, a 35.757 pontos

S&P 500: 0,18%, a 4.575 pontos

Nasdaq: 0,06%, a 15.236 pontos

Dólar: 0,32%, a R$ 5,5734

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Petróleo

WTI: 0,76%, a US$ 84,40

Brent: 0,20%, a US$ 86,16

Minério de ferro: 2,77%, a US$ 122,30 a tonelada no porto de Qingdao, na China.

 

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