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Mão de ferro da China derruba Vale. E o Ibovespa tomba de novo: -0,58%

Pequim disse ontem que planeja agir para segurar a alta da commodity. VALE3 cai 1,90%. Ibov fecha a semana em -2,19%.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 8 set 2023, 18h33 - Publicado em 8 set 2023, 18h31

Com os -0,58% de hoje, o Ibovespa fecha todos os pregões da semana no negativo. Desde a última sexta, a queda acumulada é de 2,19%, aos 115.313 pontos. O volume financeiro foi baixo: R$ 16 bilhões – metade do dia um dia bom. Mas não foi só o feriado. Na segunda-feira, foi pior ainda: R$ 12 bilhões. 

É um sinal inequívoco de que o mercado deixa a renda variável de molho enquanto busca mais pistas sobre o caminho dos juros nos EUA – com os títulos públicos por lá pagando bem (4,26% no prefixado de 10 anos), sobra menos dinheiro para a bolsa, no mundo todo.

Mas o principal agente do tombo de hoje foi a China. A NDRC, agência reguladora do mercado de capitais por lá, disse que observaria mais de perto o mercado futuro de minério de ferro, de olho em supostos desvios regulatórios. 

A mensagem não detalha quais seriam tais desvios, mas deixa claro que o governo busca meios para segurar a alta da commodity – que subiu 14,4% na bolsa de Dalian em agosto, num momento em que a economia chinesa como um todo passa por deflação. 

A agência também se reuniu com operadores do mercado. De acordo com o site Mining.com, gente que esteve lá ouviu que “não deveria exagerar deliberadamente a atmosfera de alta no minério, e sim analisar o mercado de forma objetiva”. Ou seja: um recado para reduzir a especulação – que pela ótica do governo seria a responsável pelas altas recentes, já que os fundamentos do mercado permanecem os mesmos.  

Como a China compra 80% do minério exportado pelo mundo, a notícia não caiu bem para as mineradoras. O anúncio rolou ontem, com a bolsa fechada, e teve efeito nesta sexta: queda de 1,90% para a Vale, que responde por 15% do Ibovespa. A Bradespar, grande acionista da mineradora, acompanhou, naturalmente: -2,22%. CSN Mineração caiu 1,86%.

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Na ponta das altas, Prio (1,50%) e Petrorecôncavo (1,89%) subiram com alta do petróleo, de 0,81% no dia e 2,37% na semana, a US$ 90,65. Desde o último vale, em junho, quando o barril estava a US$ 72, a alta é de 25% – cortesia dos cortes de produção da Arábia Saudita e da Rússia, que buscam preços mais altos. PETR4, porém, não respondeu: -0,36%    

Em Nova York, as bolsas ficaram praticamente no zero a zero: 0,14% para o S&P 500, 0,09% para a Nasdaq. Na semana, ambos os índices caem. Nasdaq, 1,92%; S&P 500, 1,29%. Pois é: quando o assunto é renda variável, não está fácil para ninguém. Nem aqui, nem lá. 

O mercado, ao menos, não aposta numa nova alta da “Selic” gringa neste mês (o Fomc se reúne dia 20). Pelo levantamento diário da CME, a bolsa de mercadorias e futuros de Chicago, 93% dos investidores acredita na manutenção da taxa – atualmente em 5,5%, a maior desde 2001. Os outros 7% apostam numa alta para 5,75%.

Ninguém acredita num corte nem para a reunião de 20/09 nem para a de 01/11. Só aparecem palpites nessa direção para o encontro de 13/12. Ainda assim, só 2% acreditam que o comitê de política monetária do Fed fará mesmo isso em sua reunião derradeira do ano. Dureza. 

Bom fim de semana.

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MAIORES ALTAS

Marfrig (MFRG3): 4,11%

Petz (PETZ3): 3,86%

Eneva (YDUQ3): 2,51%

Cogna (RECV3): 1,89%

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Via (PRIO3): 1,50%

 

MAIORES BAIXAS

Embraer (EMBR3): -5,00%

Alpargatas (ALPA4): -4,10%

Magalu (MGLU3): -3,09%

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Vibra (VBBR3): -2,36%

Bradespar (BRAP4): -2,22%

 

Ibovespa:  -0,58%, a 115.313 pontos. Na semana, -2,19%

 

Em Nova York

S&P 500: 0,14%, a 4.457 pontos

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Nasdaq: 0,09%, a 13.761 pontos

Dow Jones: 0,22%,a  34.577 pontos

 

Dólar: -0,02%, a R$ 4,98. Na semana, 0,86%

 

Petróleo

Brent: 0,81%, a US$ 90,65. Na semana, 2,37%.

WTI: 0,73%, a US$ 87,51. Na semana, 2,29%

 

Minério de ferro: -2,07%, a US$ 112,61 por tonelada na bolsa de Dalian

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