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Lula veta desoneração da folha e compra briga com o Congresso

Petrobras anuncia investimentos de US$ 102 bi para os próximos cinco anos e contrata alta das ações nesta sexta.

Por Tássia Kastner e Sofia Kercher
24 nov 2023, 08h15
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 (Tiago Araújo/Você S/A)
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Bom dia!

A praça dos Três Poderes amanhece em clima de guerra nesta sexta-feira. O presidente Lula decidiu vetar integralmente a prorrogação da desoneração da folha de pagamento, aprovada pelo Congresso.

O argumento é que a benesse é inconstitucional, já que os congressistas não disseram qual é a renúncia fiscal estimada. Não só isso: o projeto incluiu prefeituras, o que significa uma redução nas contribuições ao INSS sem a devida compensação, algo que foi vetado pela reforma da Previdência.

De um lado, economistas celebraram – especialmente porque a desoneração, criada no governo Dilma, se mostrou cara e ineficiente na preservação de empregos. O Congresso, por outro lado, se sentiu atacado e prometeu derrubar o veto. Isso, claro, enquanto empresários pressionam seus parlamentares pela prorrogação da medida.

Mas os parlamentares também começaram uma guerra própria, contra o Supremo. Senadores votaram a PEC que limita decisões individuais dos ministros do STF, isso enquanto ameaçam impor mandatos aos membros da corte.

A animosidade atravessou a praça e respingou no Planalto, com os ministros do Supremo culpando Lula pela investida do Senado contra o STF.

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A briga ocorre em um momento em que o governo precisa aprovar novos projetos que elevem a arrecadação federal. Isso porque as contas públicas de 2023 estão dando sinais de piora. Sem ajustes, o rombo se estende para 2024, justamente quando o governo se comprometeu a chegar ao déficit zero.

Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento. O assunto não foi revelado, mas tende a ser ligado ao veto à desoneração.

Plano estratégico da Petrobras

A Faria Lima deve usar a sexta-feira para avaliar o plano estratégico da Petrobras para os próximos cinco anos. O planejamento inclui investimentos de US$ 102 bilhões, uma alta de 31% na comparação com o documento anterior. Quando a companhia anunciou a mudança no pagamento de dividendos, estava declarada a ideia de usar uma fatia maior do lucro para investimentos.

A maior parte da grana vai para investimentos em exploração de petróleo, mas dessa vez a companhia direcionou uma fatia dos recursos para projetos de baixo carbono e para o setor petroquímico.

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Na bolsa de Nova York, as ADRs da companhia começam o dia em alta de 0,65%. 

Trata-se de um sinal positivo para o papel, que passou a semana sob mau tempo. A companhia virou alvo do governo depois que ministros começaram a pressionar o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a baixar os preços dos combustíveis.

Há, ainda, a queda do barril do petróleo ante a desaceleração da demanda global, o que acaba pesando sobre os papéis da Petro.

Isso tudo em um dia que será influenciado pela ressaca americana. Ontem, Wall Street não abriu em virtude do feriado do Dia de Ação de Graças. Hoje, o pregão começa normalmente, mas termina mais cedo, às 15h. A ver o que investidores estrangeiros conseguirão fazer enquanto digerem o banquete de ontem.

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,13%

Futuros Nasdaq: 0,01%

Futuros Dow Jones: 0,26%

*às 8h08 

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market facts

Importação de aço pode crescer 49% em 2023

A estimativa foi dada pelo presidente do conselho do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, nesta quinta-feira (23) – a estimativa anterior apontava para 43%. Culpa da China: o Brasil recebeu no mês de outubro uma enxurrada de importações que, segundo ele, podem prejudicar as siderúrgicas daqui.

A maior parte dos produtos entra com uma tarifa de 9,6%. Para tentar frear o que de Paula considera uma “prática predatória”, o setor pediu para que essa alíquota subisse a 25%, como já rolou nos Estados Unidos e União Europeia.

A previsão fez soar a última trombeta do apocalipse: caso a taxa não suba, as siderúrgicas podem ser obrigadas a paralisar atividades, demitir e reduzir investimentos, até dar férias coletivas aos funcionários. Por outro lado, aumentar a taxa a esse nível pressionaria setores produtivos, e afetaria o preço de imóveis, carros, máquinas. A ver como sair dessa arapuca. 

 

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Agenda

07h: Presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de evento institucional do BC alemão

09h: Fernando Haddad faz pronunciamento à imprensa

15h: Bolsas de NY fecham mais cedo por feriado de Ação de Graças

Europa

            • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,12%
            • Londres (FTSE 100): -0,17%
            • Frankfurt (Dax): 0,07%
            • Paris (CAC): 0,10%

            *às 8h05

            Fechamento na Ásia

            • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,66%
            • Hong Kong (Hang Seng): -1,96%
            • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,52%

            Commodities

                                    • Brent*: 0,23%, a US$ 81,61
                                    • Minério de ferro: 0,61%, a US$ 137,72 na bolsa de Dalian 

                                    *às 8h04

                                    Vale a pena ler:

                                    Como as fontes de energia estão mudando no mundo

                                    A energia eólica e a solar decolaram nas últimas décadas. Mas não é o bastante para suprir a alta na demanda: para preencher a lacuna, boa parte dos países segue ampliando o uso de combustíveis fósseis. Assim, mesmo com a trajetória de crescimento da energia limpa, especialistas esperam que o uso de fontes não-renováveis atinja um pico nos próximos anos. 

                                    Esses insights estão ilustrados nesta reportagem do New York Times, que compila dados de 60 países para demonstrar como o consumo energético tem mudado no mundo. Inclusive, nos gráficos, dá para visualizar como o Brasil está bem à frente na implementação de energia renovável.

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