Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Lá vem ela, de novo: todos os olhos na inflação americana

O dado sai às 10h30, e deve ficar acima dos 7% pela primeira vez em quatro décadas. Se superar expectativas, pode pressionar o Fed para agir mais rápido.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 16 dez 2024, 16h09 - Publicado em 12 jan 2022, 08h08
-
 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Bom dia!

O mercado acordou morno nesta quarta-feira, com os contratos futuros dos principais índices apontando para uma leve alta enquanto investidores esperam pelo dado mais importante do dia (e talvez da semana): o número da inflação americana para o mês de dezembro. 

Não é de hoje que o aumento generalizado dos preços assusta por lá. Em novembro, a inflação subiu 0,8%, chegando aos 6,8% na comparação anual, o maior nível em quatro décadas. Agora, o mercado espera que ela desacelere no mês de dezembro e suba “só” 0,4%, o que já seria suficiente para colocar a taxa acima do 7% na comparação de 12 meses. Se vier acima disso, pode pressionar o Fed, banco central dos EUA, a ser ainda mais agressivo contra a inflação. 

Durante a pandemia, o Fed adotou uma política de incentivos à economia para compensar o alto desemprego, que chegou a superar os 14% no começo da crise. Manter os juros baixos e comprar títulos foram algumas das medidas que o Fed usou para garantir a torneira de dólares abertas, enquanto chamava a inflação de fenômeno transitório.

Pois bem, a pandemia pode até não ter acabado – pelo contrário, os EUA está batendo recorde de casos na onda de Ômicron –, mas os impactos econômicos dela já não são mais os mesmos. O desemprego, por exemplo, está só em 3,9%, indicando uma economia que já caminha com os próprios pés, sem precisar do empurrãozinho do Fed. E a inflação, por sua vez, se mostra um amargo efeito colateral nada transitório.

O Fed já reconheceu isso – e mudou o tom no final do ano passado, quando passou a afirmar que iria retirar os estímulos e começar a combater a inflação com força. Uma das medidas que o banco central já adiantou é a subida da “Selic americana” para conter a alta dos preços.

Continua após a publicidade

O banco central americano já adiantou três subidas de 0,25 pontos percentuais cada, e o mercado aposta que a primeira aconteça já em março. Acontece que há quem acredite que só três não vão bastar: o Fed precisará ser ainda mais agressivo. É o que prevê o Goldman Sachs, por exemplo. Se o número de inflação de hoje vier acima do esperado, é possível que mais gente comece a prever o mesmo.

Mais: ontem, o presidente do Fed Jerome Powell acalmou o mercado e garantiu alta nas bolsas pelo mundo ao garantir que outra medida importante considerada pelo Fed, a redução de seu balanço de ativos, ainda vai demorar. Ou seja: adiou a abertura do ralo que drenará os dólares do mercado para o meio do ano, mais ou menos, mesmo que alguns dirigentes defendam que isso aconteça logo depois do início do aumento dos juros.

Se a inflação vier acima do esperado, talvez o Fed precise adiantar a abertura do ralo, porém. O dado sai às 10h30, e a reação a ele deve ditar o humor do mercado hoje. A ver.

Compartilhe essa matéria via:
humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)
Continua após a publicidade

Futuros S&P 500: 0,1%

Futuros Nasdaq: 0,24%

Futuros Dow: 0,08%

*às 7h55

Europa

Continua após a publicidade

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,69%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,75%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,41%

Bolsa de Paris (CAC): 0,55%

*às 7h57

Continua após a publicidade

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,00%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,92%

Hong Kong (Hang Seng): 2,79%

Commodities

Continua após a publicidade

Brent: 0,19%, a US$ 83,88

Minério de ferro: 3,49%, a US$ 133,68 em Qingdao (China)

*às 7h45

Agenda

10h30 O Departamento do Trabalho dos EUA divulga o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do mês de dezembro

market facts

Bitcoin e ações lado a lado

O desempenho das criptomoedas, anteriormente vistas como ativos de proteção por ter pouca correlação com o mercado tradicional de ações, está cada vez mais correlacionado com os índices acionários americanos, alertou o FMI nesta terça-feira. “Antes da pandemia, ativos como bitcoin e ether apresentavam pouca correlação com os principais índices de ações. Eles foram pensados para ajudar a diversificar o risco e atuar como uma proteção contra oscilações em outras classes de ativos. Mas isso mudou após as extraordinárias respostas à crise do banco central no início de 2020”, disse o órgão.

Antes de 2020, o coeficiente de correlação do bitcoin, a cripto mais popular, com o índice S&P 500 era de apenas 0,01 ponto. Depois da pandemia, saltou para 0,36 pontos.

Vale a pena ler:

Por que a Ômicron na China é um problema global

A China está enfrentando uma nova onda de infecções por Covid-19. Não é a primeira nos últimos dois anos – mas os surtos anteriores haviam sido controlados pela política de “Covid zero” do país, que incluem testagem em massa e lockdowns severos. A nova variante super transmissível, porém, está se mostrando mais difícil de conter. E isso é uma má notícia para o mundo, já que pode levar a escassez de alguns produtos com as fábricas fechando. Entenda essa história neste texto da Bloomberg (em inglês)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 65% OFF

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.