IPCA sobe 0,28% em novembro e vai a 4,68% em 12 meses
Grupo dos alimentos puxou a alta, que veio em linha com as expectativas. Nos EUA, inflação de novembro também será divulgada hoje.
Bom dia!
Algumas vezes por ano, os astros do mercado financeiro se alinham de tal forma que Brasil e EUA divulgam suas decisões de política monetária no mesmo dia, sempre às quartas. O evento é chamado de Super Quarta – e amanhã rola a última do ano.
Nesta semana temos mais um espelhamento de agenda: hoje tem divulgação da inflação brasileira (IPCA) e americana (CPI) de novembro. Dá pra chamar de Hiper Terça.
Nos dois casos, o dado ajuda a calibrar as expectativas do mercado para as próximas reuniões dos BCs. Por aqui, espera-se que o Copom mantenha o ritmo de queda de 0,50pp na Selic. Nos EUA, a expectativa é que o Fed deixe a taxa de juros estacionada em 5,50%, por ora. As primeiras apostas de queda começam a aparecer em março de 2024, segundo dados do CME.
Por lá, o CPI será divulgado às 10h30. Aqui, o IPCA já saiu. Vejamos os destaques:
IPCA de novembro
Em novembro, a inflação subiu 0,28% – em linha com as expectativas, que projetavam +0,29%. Em 12 meses, a alta é de 4,68%. Em outubro a alta havia sido de 0,24% na comparação mensal e 4,82% em 12 meses.
Quem puxou a alta foi o grupo de “alimentos e bebidas”, que subiu 0,63%. Segundo o IBGE, a temperatura elevada e o volume de chuvas mais alto impactou a colheita de alguns alimentos – como legumes e hortaliças. As maiores altas no grupo foram da cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%) .
No grupo de “habitação”, a energia elétrica residencial teve alta de 1,07% nos preços. Tem a ver com reajustes em quatro capitais brasileiras: Goiânia, Brasília, São Paulo e Porto Alegre.
Destaque também para os transportes, que tiveram alta de 0,27% nos preços. Aqui, o carro-chefe da alta foram as passagens aéreas, que decolaram 19,12% em novembro.
Minério de ferro
Divulgado ontem, o CPI da China mostrou uma deflação de 0,5% (tanto na comparação com outubro quanto em relação ao mesmo período do ano anterior). Foi pior que o esperado pelo mercado, que pintava uma contração singela de -0,1%.
Trata-se de um alerta vermelho para a economia do país, já que um cenário de deflação indica menos consumo – e, consequentemente, esfriamento da economia.
Segundo informações da Reuters, líderes do governo se reuniram na segunda para discutir as metas e mapear os estímulos econômicos para 2024.
O mercado, então, se animou com a possibilidade de uma agenda de incentivos mais parruda, que ajudaria o país a retomar seu ritmo de crescimento. O minério de ferro refletiu a expectativa: alta de 1,52% em Dalian hoje.
Boa notícia para as mineradoras da bolsa, cuja cotação costuma flutuar de braços dados com a do minério. Em NY, os ADRs da Vale saltam 1,22% no pré-mercado. É também um bom presságio para o Ibovespa, já que os papéis da mineradora são responsáveis por 14,7% do índice.
Futuros S&P 500: -0,01%
Futuros Nasdaq: 0,01%
Futuros Dow Jones: 0,09%
*às 8h55
10h30, EUA: inflação ao consumidor (CPI) de novembro
11h00: Lula e Haddad participam de evento no Planalto
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,03%
- Londres (FTSE 100): 0,48%
- Frankfurt (Dax): -0,17%
- Paris (CAC): 0,13%
*às 8h54
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,21%
- Hong Kong (Hang Seng): 1,07%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,16%
- Brent*: -0,29%, a US$ 75,74
- Minério de ferro: 1,52%, a US$ 135,09 na bolsa de Dalian, na China
*às 8h50
Como fazer reuniões mais rápidas e produtivas
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