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IPCA tem deflação menor do que o esperado em setembro

Transportes e alimentação contribuem para queda nos preços.

Por Júlia Moura
Atualizado em 11 out 2022, 11h06 - Publicado em 11 out 2022, 08h19

O IPCA caiu 0,29% em setembro na comparação com agosto, segundo dados do IBGE divulgados nesta manhã. O índice oficial da inflação brasileira teve o terceiro mês de deflação seguido, ou seja, de redução nos preços. O dado anualizado ficou em 7,17%.

No acumulado de janeiro a setembro, o IPCA subiu 4,09%.

Segundo a provedora de dados Refinitiv, o mercado esperava uma queda maior, de 0,34%. Na comparação com setembro de 2021, a previsão era de alta de 7,10%.

IPCA mensal:

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Junho: 0,67%

Julho: -0,68%

Agosto: -0,36%

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Setembro: -0,29%

IPCA anual:

Junho: 11,89%

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Julho: 10,07%

Agosto: 8,73%

Setembro: 7,17%

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O arrefecimento dos custos ainda é fruto, em sua maioria, da queda do preço da gasolina praticado pela Petrobras.  Fora o corte de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, gás natural, comunicações e transporte coletivo. Ou seja, a deflação pode ser um tanto quanto artificial. Segundo o IBGE, sem o recuo dos combustíveis, não teríamos deflação nos últimos três meses.

Em setembro, os custos com transportes caíram 1,98% na comparação mensal. Comunicação teve deflação de 2,08% e alimentação e bebidas, de 0,51%.

O núcleo do IPCA, que exclui alimentos e energia, naturalmente mais voláteis, desacelerou de uma inflação de 0,66% em agosto para 0,41%, de acordo com cálculos do Banco BC considerando a média de cinco núcleos do IPCA.

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A meta de inflação do Banco Central para este ano de 3,50%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O BC parou de subir juros, estacionando a Selic em 13,75% ao ano, em um ciclo de altas que começou em março de 2021. Se os juros altos não surtirem maiores efeitos logo, o banco pode ter que rever sua política monetária.

Em sua última reunião, ao fim de setembro, o BC disse que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado” e que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

Por enquanto, o mercado projeta uma grande deflação até o fim do ano, levando o IPCA para 5,71%, acima da meta.

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