IPCA tem deflação menor do que o esperado em setembro
Transportes e alimentação contribuem para queda nos preços.
O IPCA caiu 0,29% em setembro na comparação com agosto, segundo dados do IBGE divulgados nesta manhã. O índice oficial da inflação brasileira teve o terceiro mês de deflação seguido, ou seja, de redução nos preços. O dado anualizado ficou em 7,17%.
No acumulado de janeiro a setembro, o IPCA subiu 4,09%.
Segundo a provedora de dados Refinitiv, o mercado esperava uma queda maior, de 0,34%. Na comparação com setembro de 2021, a previsão era de alta de 7,10%.
IPCA mensal:
Junho: 0,67%
Julho: -0,68%
Agosto: -0,36%
Setembro: -0,29%
IPCA anual:
Junho: 11,89%
Julho: 10,07%
Agosto: 8,73%
Setembro: 7,17%
O arrefecimento dos custos ainda é fruto, em sua maioria, da queda do preço da gasolina praticado pela Petrobras. Fora o corte de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, gás natural, comunicações e transporte coletivo. Ou seja, a deflação pode ser um tanto quanto artificial. Segundo o IBGE, sem o recuo dos combustíveis, não teríamos deflação nos últimos três meses.
Em setembro, os custos com transportes caíram 1,98% na comparação mensal. Comunicação teve deflação de 2,08% e alimentação e bebidas, de 0,51%.
O núcleo do IPCA, que exclui alimentos e energia, naturalmente mais voláteis, desacelerou de uma inflação de 0,66% em agosto para 0,41%, de acordo com cálculos do Banco BC considerando a média de cinco núcleos do IPCA.
A meta de inflação do Banco Central para este ano de 3,50%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O BC parou de subir juros, estacionando a Selic em 13,75% ao ano, em um ciclo de altas que começou em março de 2021. Se os juros altos não surtirem maiores efeitos logo, o banco pode ter que rever sua política monetária.
Em sua última reunião, ao fim de setembro, o BC disse que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado” e que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
Por enquanto, o mercado projeta uma grande deflação até o fim do ano, levando o IPCA para 5,71%, acima da meta.