IPCA de maio vem abaixo do esperado: 0,23%
Inflação comedida confirma aposta em queda nos juros em breve, e anima a bolsa brasileira.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de 0,23%, inferior aos 0,61% de abril e bem abaixo do esperado pelo mercado – 0,33%.
Em 12 meses, o índice acumula 3,94% – se aproximando da meta de 3,5% do Banco Central. No ano, acumula alta de 2,95%.
Dos grupos pesquisados pelo instituto, a maior inflação aconteceu na categoria Saúde e cuidados pessoais, com inflação de 0,93%. Em seguida, Habitação (0,67%) e Despesas pessoais (0,64%). Houve deflação (ou seja, queda nos preços) em duas categorias: Transportes (-0,57%) e Artigos de residência (-0,23%).
É mais uma surpresa positiva com inflação, seguindo a divulgação do IPG-DI de ontem. O índice (que mede, grosso modo, preços no atacado), registrou sua maior queda em setenta anos. Sim, SETENTA.
Os IGPs (como também existe o IGP-M, chamado de inflação do aluguel por anos) funciona como um spoiler do que vem pela frente no IPCA. Dito e feito: o recuo de ontem refletiu o IPCA de hoje, e reforçou o otimismo dos investidores com o tema inflação, que vem em queda livre.
O mergulho dos preços rumo à meta é um sinal de que o Banco Central deve começar a pensar com mais carinho no corte da Selic, hoje em proibitivos 13,75% ao ano.
Nesta quarta-feira, o Ibovespa já abriu comemorando, ainda que de leve: alta de 0,85%.
(Esse texto foi originalmente publicado na coluna Abertura de Mercado e foi atualizado para incluir o dado do IPCA. Abaixo, o restante do texto original).
China mais fraca
A China anunciou hoje uma queda de 7,5% em suas exportações, isso enquanto investidores apostavam em uma alta de 5,5%. As importações recuaram 4,5%, mais do que os 2,5% projetados. Esses números, em outras palavras, indicam redução de demanda pelos produtos made in China no exterior – e que a população chinesa também está com menos dinheiro para consumir.
Era de se esperar, depois de um ciclo de alta de juros pesado no mundo todo. Por outro lado, trata-se de uma sinalização de desaceleração econômica, o que faz empresas venderem e lucrarem menos – e suas ações perderem força. A forte dependência que países têm com suas vendas para a China pode agravar os problemas.
No caso do Brasil, a chave está nas exportações de minério, soja e petróleo. Hoje, a commodity da Vale fechou relativamente estável na bolsa de Dalian, na China, enquanto o petróleo vai começando o dia em alta.É o mercado dizendo “vamos com calma, turminha”. O dado chinês é ruim, mas ainda é cedo para dizer que se trata mesmo de uma crise.
Depois da Binance, SEC vai atrás da Coinbase
Na terça, a SEC (CVM americana) entrou com uma ação judicial contra a Coinbase, maior exchange de cripto nos EUA e a única com ações negociadas em bolsa. A SEC faz três acusações principais: que a Coinbase oferta tokens digitais que deveriam ser registrados (seguindo políticas semelhantes à de oferta de ações), que a exchange opera em todos os elos da cadeia de negociação (negociação e pós-negociação), algo vedado a corretoras tradicionais, e ainda que ela oferta ativamente o staking (o serviço em que donos de criptos alugam seus ativos em troca de uma remuneração).
Em suma, a SEC está enquadrando as exchanges nas mesmas regras do mercado financeiro tradicional, algo que o órgão já vinha sinalizando que faria. A investida derrubou as ações da Coinbase em 13,23% na Nasdaq.
Lojistas da 25 usam cripto indexada ao dólar para contrabando
Para driblar a Receita Federal, alguns lojistas da região de comércio popular da rua 25 de Março, em São Paulo, estão usando criptomoedas para pagar seus fornecedores de contrabando no exterior. A prática não é nova, primeiro ela começou com o Bitcoin, mas, agora, passou a usar o Tether. Isso por que a criptomoeda é atrelada à moeda americana, o que faz com que ela seja estável em relação às demais. Entenda a operação ilegal nesta reportagem do Infomoney.