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Inflação americana sem surpresas dá um fôlego para bolsa e juros futuros

CPI sobe 0,6% em agosto e acumula alta de 3,7% em 12 meses, dentro das projeções. Dado confirma apostas de manutenção dos juros em setembro. Por aqui, VIIA3 cai -5,13% e WEG sobe 3,59%.

Por Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h21 - Publicado em 13 set 2023, 18h18
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 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Ainda falta chão para o Fed. Hoje saiu o CPI, o IPCA americano. O índice subiu 0,6% em agosto, e agora acumula 3,7% em 12 meses. Foi só um tiquinho acima das expectativas do mercado: segundo projeções coletadas pela Bloomberg, o consenso era de 3,6%. Em julho, a alta havia sido de 0,2% no mês e 3,2% em um ano. 

Já o núcleo da inflação – uma métrica que exclui preços de alimentos e energia, duas categorias com preços muito voláteis – subiu 0,3%, versus 0,2% em julho. Má notícia: foi a primeira aceleração desse índice em seis meses. 

No acumulado dos últimos 12 meses, a alta do núcleo é ainda maior que a do CPI com 4,3%. Temos aí uma melhora em relação ao mês passado, quando o core do CPI estava em 4,7%. Mas a resiliência das altas, de qualquer forma, deixa claro que há muito terreno a percorrer até que o núcleo da  inflação chegue à meta do Fed, de 2%.    

Na prática, os números confirmam que o BC americano talvez tenha mesmo de subir sua taxa de juros, de modo a conter as altas nos preços. Wall Street, no entanto, não se abalou com a ideia: a interpretação geral foi de que a alta da inflação não foi significativa o bastante para mudar os planos do Fed para a próxima reunião, que rola no dia 20. 

A essa altura, a maioria esmagadora dos agentes de mercado crava que os juros devem permanecer inalterados por ora: segundo dados do CME, 97% dos investidores acreditam que o Fomc (o Copom deles) vai manter os 5,50% na semana que vem. Para o final de 2023, 56% apostam na manutenção, e 40% numa alta para 5,75%. Powell e seus colegas, afinal, têm sinalizado não descartar mais uma alta até o fim do ano. 

De qualquer forma, hoje quem reinou foi um certo bom humor: o S&P subiu 0,13%; a Nasdaq, 0,29%. 

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Os humores mornos do exterior fizeram eco na B3, num dia sem agenda animada aqui no Brasil. Depois de registrar alta de 1,14% e ultrapassar os 119 mil pontos na máxima do dia, o Ibovespa perdeu força à tarde e encerrou em modestos 0,18%. 

Dólar e juros futuros caem  

Tanto o dólar quanto os títulos públicos americanos registraram quedas na sessão de hoje – sinal de que responderam bem à falta de surpresas (muito) negativas na inflação. Mais um sinal de que o mercado não espera alta nos juros em breve. 

Quando os investidores entendem que a taxa de juros deve aumentar, correm para comprar títulos públicos e garantir uma rentabilidade mais alta na renda fixa. Aí o preço dos papéis sobe – e o dólar também, já que os títulos são comprados com a moeda americana. Não foi o que rolou hoje. O dólar registrou uma relevante queda de 0,72% em relação ao real, a R$ 4,91. 

Acompanhando o exterior, os juros futuros brasileiros também caíram. Bom para ações do varejo, setor que é muito sensível às variações da Selic – já que juros altos derrubam a demanda por bens de consumo. Liderando as altas do dia, o Carrefour (CRFB3) subiu 3,97%; a Arezzo 

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(ARZZ3) também apareceu no top 5 (veja abaixo), com alta de 2,35%. 

WEGE3: 3,59% 

Também entre as maiores altas do dia, a WEG, empresa que oferece equipamentos eletroeletrônicos para a indústria, fechou em alta de 3,59%, a R$ 36,93, depois de anunciar uma parceria com a Petrobras. 

A companhia vai receber R$ 130 milhões da estatal para produzir turbinas eólicas em terras brasileiras. A previsão é de que o equipamento comece a ser fabricado em série a partir de 2025. 

VIIA3: -5,13%

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Encabeçando as maiores baixas do dia, a Via registrou queda de -5,13%, a R$ 1,11. Ontem, a companhia anunciou a aprovação de um aumento de capital. Hoje a empresa é dividida em 1,6 bilhão de ações. A ideia é praticamente dobrar este número, para 3 bilhões, emitindo novos papeis. Isso dilui os acionistas atuais. 

Quem não colocar a mão no bolso para adquirir novos papeis, capitalizando a companhia, terá sua participação reduzida em 50%. Ou seja: caso a Via pague dividendos, cada acionista de hoje receberia a metade. 

Ops: Via não, Casas Bahia. Também foi aprovada a volta do nome tradicional. Muda também o ticker, que vai virar BHIA3.

UGPA3: -4,08%

Do lado das baixas, destaque negativo para a Ultrapar, dona dos postos Ipiranga. As ações UGPA3 cederam 4,08%, a R$ 18,33. É que um relatório do Goldman Sachs divulgado hoje rebaixou as ações da companhia de compra para neutra. E reduziu o preço-alvo de R$ 21,90 para R$ 19,40 por ação.

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Os analistas interpretam que a margem de lucro da Ultragaz e do Ipiranga, principais negócios da Ultrapar, já atingiu a recuperação esperada – e, por isso, eles não veem espaço para crescimento tão cedo. A aposta do banco passa a ser a Vibra (VBBR3), que teve seu preço-alvo elevado de R$ 21 para R$ 22,50 por ação.  

Até amanhã!

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MAIORES ALTAS

Carrefour (CRFB3): 3,97%

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BTG Pactual (BPAC11): 3,76%

WEG (WEGE3): 3,59%

BRF (BRFS3): 3,58%

Locaweb (LWSA3): 3,20%

MAIORES BAIXAS

Via (VIIA3): -5,13%

Ultrapar (UGPA3): -4,08%

Petroreconcavo (RECV3): -2,18%

3R Petroleum (RRRP3): -2,16%

Braskem (BRKM5): -1,84%

Ibovespa:  0,18%, aos 118.175

Em Nova York

S&P 500: 0,13%, aos 4.467 pontos

Nasdaq: 0,29%, aos 13.813 pontos

Dow Jones: -0,20%, aos 34.575 pontos

Dólar: -0,72%, a R$ 4,92

Petróleo

Brent: -0,19%, a US$ 91,88

WTI: –0,36%, a US$ 88,52

Minério de ferro: 0,47% a US$ 118,15 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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