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Ibovespa termina ano 25% abaixo do projetado pela Faria Lima no começo de 2021

Dólar acumula alta de 9%. Em Nova York, S&P 500 se prepara para mais um recorde.

Por Juliana Américo, Tássia Kastner
Atualizado em 30 dez 2021, 08h48 - Publicado em 30 dez 2021, 08h07
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Chegamos ao último pregão do ano da bolsa brasileira – e ele não poderia ser mais melancólico. Se acompanhar o dia, que começa positivo no exterior, a Faria Lima até pode faturar uma altinha, claro. O problema é que não fará cosquinha no estrago deixado no ano.

O Ibovespa acumula queda de 12% no ano, enquanto o S&P 500 subiu 30%. É um abismo, que fica ainda maior quando comparado com as projeções que foram feitas para 2021. A perspectiva mais otimista de analistas era de que a nossa bolsa subiria até os 130 mil pontos – havia quem tivesse estimado 150 mil. Estamos rondando os 105 mil pontos, o que significa que estamos 25% abaixo da estimativa conservadora. 

O dólar valorizou quase 10% ante o real e vai rondando os R$ 5,70. Isso enquanto nós amargamos 10% de alta da inflação no acumulado do ano. Trata-se de um empobrecimento generalizado – e nenhum investimento conseguiu superar a alta de preços no ano.

Para 2022, existe alguma esperança e bastante medo.

Esperança porque, com os juros elevados, a bolsa continuará sofrendo, mas a renda fixa deverá render acima da inflação. De resto, o país tá com cara de que começará o ano com o pé esquerdo. 

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1) A Ômicron começa a mostrar suas garras pelo Brasil, após um apagão de dados. Os números de casos saltaram em média 50%, e agora a Organização Mundial de Saúde alerta para o risco de uma nova sobrecarga nos sistemas hospitalares do país. Crianças devem voltar às aulas ainda sem vacinas, aumentando o risco de contágios. A notícia positiva é que, nos outros países, as mortes não aumentam mesmo com a disparada no contágio.

2) O coro de servidores públicos clamando por aumento continua aumentando, isso após a decisão do governo de reajustar apenas os salários de policiais. Ontem, servidores do Banco Central indicaram que vão entregar cargos. Bolsonaro já avalia conceder bônus a fiscais das Receita, que iniciaram operação padrão por reajuste. As paralisações das demais categorias do funcionalismo ficaram para janeiro, com ameaça de greve em fevereiro. Na prática, cresce a pressão para o governo elevar gastos em ano eleitoral, o que tem tudo para causar mais turbulência no mercado financeiro.

Esse é um combo que tem tudo para desalinhar os astros financeiros de 2022. Isso sem falar nas outras pedras cantadas, como a turbulência das eleições e a alta de juros nos EUA que deve aspirar os dólares do Brasil (e outros países emergentes).

É o caso de segurar firme e se preparar. Até o ano que vem.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,07%

Futuros Nasdaq: 0,20%

Futuros Dow: 0,01%

*às 7h50

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,32%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,02%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,03%

Bolsa de Paris (CAC): 0,19%

*às 7h30

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,78%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,40%

Hong Kong (Hang Seng): 0,11%

Commodities

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Brent: -0,63%, a US$ 78,73

Minério de ferro: 0,83%, a US$ 119,28, em Qingdao

*às 7h40

Agenda

10h30 O Ministério do Trabalho dos EUA divulga o número de pedidos de seguro-desemprego da semana passada.  

market facts

Shoppings

As administradoras de shoppings BRMalls e a Aliansce Sonae estão negociando uma possível fusão. As companhias confirmaram que iniciaram conversas preliminares, mas que ainda não existe nenhum acordo, oferta ou proposta. Juntas, as empresas teriam um valor de mercado de quase R$ 13 bilhões e uma carteira de 53 shoppings próprios, além da administração de outros 11 de terceiros. Na quarta-feira, a BRMalls ((BRML3) chegou a liderar as maiores altas do Ibovespa por causa das negociações, mas perdeu força e encerrou com alta de 0,86%. Já as concorrentes Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3) estiveram entre as mais baixas. 

Imposto

O governo estuda prorrogar a sobretaxa do IOF sobre operações de crédito até 2023 para viabilizar a desoneração da folha de salários para 17 setores que mais empregam no país. A desoneração acabaria amanhã, mas o Congresso aprovou a sua continuidade por mais dois anos. O problema é que no Orçamento do ano que vem não há recursos previstos para isso. Entre as soluções, está a de cancelar a volta da alíquota para 3%, como previsto, e  mantê-la nos atuais 4,08%. O IOF passou por uma alta para ajudar a bancar o Auxílio Brasil em 2021. O governo também estuda manter a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos bancos em  25%. A alíquota normal é de 20%, mas ela foi elevada em março para compensar a desoneração do PIS/Cofins sobre o gás de cozinha e o diesel.

Vale a pena ler:

Guerra dos streamings

No ano que vem, os principais grupos de mídia dos Estados Unidos planejam gastar pelo menos US$ 115 bilhões em filmes e programas de TV. O investimento peso pesado é feito de olho no mercado de streaming, que está cada vez mais competitivo. As companhias, que incluem a Walt Disney, Comcast, WarnerMedia e Amazon, estão preparadas para ter prejuízos em suas unidades de streaming, se isso significar aumentar o número de assinantes. Leia a reportagem completa publicada na Folha de S. Paulo

Primeiro aniversário

Amanhã, completa um ano que o Reino Unido deixou a União Europeia e caminha com as suas próprias pernas. Mas, conforme relata o The New York Times, os empresários britânicos estão frustrados com o rumo que a separação levou. Em um primeiro momento, a região precisou enfrentar uma crise no sistema de abastecimento – produtos perecíveis ficaram presos nos portos. Depois, as companhias precisaram se acostumar com custos alfandegários mais altos e queda nas vendas. Leia aqui.

 

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