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Ibovespa sobe 0,93% com aposta redobrada de queda da Selic a partir de agosto

BRKM5 e JBSS3 puxam a fila das altas. Feriado nos EUA derruba volume de negócios na B3 para 46% de um dia normal. Dólar cai a R$ 4,7755.

Por Tássia Kastner
19 jun 2023, 17h26

A Faria Lima aproveitou o feriado nos Estados Unidos e implementou o “bare minimum Monday”, algo que pode ser traduzido como segunda-feira do mínimo esforço. Para os perdidos, é uma das recentes tendências do TikTok, que veio depois do quiet quitting, da semana de quatro dias e assim por diante.

Por que estamos afirmando que foi a segunda do mínimo esforço? Bem: o volume de negócios na B3 foi de R$ 15,8 bilhões, menos da metade dos R$ 34 bilhões da média diária de junho – e igualmente mirrado na comparação com os R$ 26 bilhões da média diária no acumulado do ano. É o que costuma acontecer quando investidores estrangeiros estão de folga.

O mínimo desta segunda foi o bastante para recolocar o Ibovespa em sua trajetória de alta, depois da realização de lucros que fechou a semana passada. O índice subiu 0,93%, a 119.858 pontos.

Uma cortesia do Boletim Focus, a pesquisa semanal que o Banco Central conduz com agentes de mercado, e que em dias normais não mobiliza mais que dois segundos de atenção dos investidores.

O relatório mostrou uma queda substancial nas expectativas para a inflação neste ano, de 5,42% na semana passada, para 5,12% nesta. Agora, o consenso do mercado é que a Selic terminará 2023 em 12,25%, ante os 13,75% atuais. Apesar de haver uma reunião do Copom nesta semana, a expectativa é de que os cortes comecem em agosto e sigam em todas as outras três reuniões até o fim do ano.

Dessa vez, com um empurrão extra do dólar. A moeda americana entrou em trajetória de queda – o que ajuda a baixar a inflação por meio da baixa nos preços dos importados, isso depois do câmbio. Nesta segunda, a moeda americana mergulhou a R$ 4,7755, menor patamar desde maio do ano passado.

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Juro em queda é um alento para a economia num momento em que economistas e governo vem sendo cada vez mais sonoros sobre o risco de levar o país à recessão com uma Selic draconiana. O mercado passa a entoar a máxima de que juro menor ajuda empresas endividadas e turbina vendas de negócios que dependem de crédito ao consumidor para vender.

A graça é que esse já é o cenário-base do mercado financeiro, não à toa o Ibovespa engatou uma alta impressionante de 22% desde o vale de 2023, atingido em 23 de março. No acumulado do ano, o Ibov sobe 8,93%.

O dia mais fraco no agregado ajuda também investidores interessados em fazer algumas ações brilharem. Com baixo volume de negócios, operações menores acabam tendo impacto no resultado geral.

A Braskem se deu bem: a ação subiu 3,77% depois de uma notícia do Broadcast afirmar que o governo não pretende assumir o controle da companhia. A petroquímica é uma sociedade da Petrobras com a Novonor (antiga Odebrecht). Há um plano de venda da companhia sendo desenhado – e adiado – há anos.

Quem também levou seu quinhão de alta foi a JBS. O frigorífico ficou no topo do pódio ao avançar 4,03%. No final de semana, a empresa anunciou um investimento de R$ 800 milhões para triplicar a capacidade de processamento de carnes em Diamantino (MT). 

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Nada mal para uma bare minimum Monday. Hora de fechar o home broker, que amanhã o ritmo volta ao normal. Nos vemos lá.

 

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MAIORES ALTAS

JBS (JBSS3): 4,03%

Braskem (BRKM5): 3,77%

Localiza (RENT3): 3,58%

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Azul (AZUL4): 3,49%

Marfrig (MRFG3): 3,46%


MAIORES BAIXAS

CVC (CVCB3): -4,89%

Natura (NTCO3): -2,31%

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Alpargatas (ALPA4): -1,97%

Assaí (ASAI3): -1,85%

Hapvida (HAPV3): -1,38%


Ibovespa: 0,93%, a 119.858 pontos


Nova York: bolsas fechadas por feriado nos EUA

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Dólar: -0,92%, a R$ 4,7755


Petróleo

Brent: -0,68%, a US$ 76,09 por barril

WTI: bolsa fechada pelo feriado nos EUA


Minério de ferro: -0,12% a US$ 113,13 por tonelada na bolsa de Dalian, na China.

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