Ibovespa patina em -0,11% à espera do lucro do Itaú (ITUB4), que passa dia offline

Volume de negócios foi 25% menor que a média do ano – modestos R$ 19 bi. Nova York volta a respirar após rebaixamento da Fitch. 

Por Jasmine Olga
Atualizado em 21 out 2024, 10h24 - Publicado em 7 ago 2023, 18h28
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 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Uma caravela em alto mar em dia de calmaria. Foi assim que o Ibovespa se comportou ao longo de toda a segunda-feira, até encerrar a sessão em uma queda tímida de 0,11%. Havia um vento favorável soprando de Nova York, que voltou a subir após dias turbulentos causados pelo corte da nota de risco americana. Ainda assim, o dia na Faria Lima transcorreu quase como se os marinheiros não soubessem para onde guiar o barco. 

Para se ter uma ideia, o volume médio negociado na B3 ficou em R$ 19,3 bi, 25% abaixo da média de R$ 25,7 bi registrada ao longo de 2023, levando o principal índice da bolsa a oscilar entre leves perdas e ganhos ao longo de todo o dia. 

A previsão do tempo, no entanto, aponta para mudanças amanhã – e logo cedo. Isso porque a ata da última reunião do Copom será divulgada nesta terça-feira, às 8h.

Normalmente a ata segue em linha com os recados deixados pelo BC no comunicado da decisão de juros, mas, dessa vez, a história pode ser diferente. Isso porque essa foi a primeira vez desde setembro de 2022 que houve divergência entre os votantes. 

E não se trata de qualquer divergência. A votação entre os diretores foi acirrada, com um placar de 5 a 4 pelo corte de 0,5 ponto percentual. 

O documento será um sopro de direção para os marinheiros que preferiram esperar e deve guiar as expectativas do mercado para as próximas reuniões, com grande impacto na curva de juros. 

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Semelhante ao que ocorre no Brasil, os investidores também estão divididos sobre quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve e os impactos em Wall Street. 

Enquanto os ventos da ata do Copom devem clarear o horizonte dos mercados locais,  em Nova York há grande expectativa pelos indicadores de inflação – que serão conhecidos apenas na quinta-feira. 

Na última sexta-feira o relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, trouxe sinais mistos sobre a real temperatura da atividade econômica dos EUA, a esperança é que os números do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) tragam maior clareza aos investidores, guiando as projeções para os próximos encontros do Fed e também para o mercado de juros. 

A temporada de balanços ainda está rolando e também segue sendo um guia importante para os negócios, mas são as projeções mais otimistas para a economia que embalaram os ganhos de Wall Street hoje (veja os números do fechamento abaixo). 

Para arrematar a segunda, pelo menos teve alguma emoção – e expectativa – com a temporada de balanços. Vamos aos destaques.

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BBSE3: +2,38%; ITUB4: -0,79%

A semana começou agitada, com o balanço do Itaú, uma das maiores empresas da bolsa, marcado para ser divulgado após o fechamento do mercado. É do jogo.

Mas teve um twist difícil: o bancão laranja passou o dia todo com seus serviços digitais fora do ar – com problemas também registrados em agências. No Twitter (sim, a gente ainda chama de Twitter), o banco informou que seus sistemas apresentavam “instabilidade”. Timing péssimo para clientes, já que 5º dia útil do mês costuma ser de pagamento – e quando os boletos vencem. Entre o caos na prestação de serviços e a expectativa, ITUB4, a terceira maior ação do Ibov, caiu 0,79%.

Para compensar, havia a BB Seguridade. O braço de seguros do Banco do Brasil lucrou 31% a mais no segundo trimestre: saiu de um resultado de R$ 1,4 bilhão em 2TRI2022 para R$ 1,8 bilhão em 2TRI2023. Isso garantiu uma alta de 2,38% para os papéis da companhia – a maior do Ibovespa hoje. 

Os investidores também se animaram com a fatia de R$ 3,2 bilhões em dividendos que serão distribuídos ainda este mês – cerca de R$ 1,60 por ação. No preço do fechamento de hoje, isso significa um dividend yield de 8,91%.

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CASH3: -6,95%

Quem também chamou a atenção dos investidores ao longo do pregão foi a Méliuz que, assim como o Itaú, divulga o seu balanço do segundo trimestre após o fechamento do mercado. Se as ações do bancão caíram, os papéis CASH3 despencaram: -6,95%.

A Méliuz é uma empresa de cashback. Mas para ter dinheiro de volta, antes é preciso comprar algo. Juros altos e endividamento elevado vem derrubando os resultados das varejistas. A CASH3 foi junto: , a empresa apresenta um histórico de resultados recentes fracos. Muito aquém de uma companhia que era um dos foguetinhos do Ibovespa. 

Só no primeiro trimestre, ela deu prejuízo de R$ 11,9 milhões. E figura entre os piores desempenhos do ano do Ibovespa, com queda superior a 30%. 

A verdade é que, até o fim da temporada de balanços, o barquinho do Ibovespa ainda terá que desviar de muitas nuvens de expectativas frustradas.

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Uma boa noite para você!

MAIORES ALTAS

BB Seguridade (BBSE3): 2.38%

Embraer (EMBR3): 2,17%

Dexco (DXCO3): 1,71%

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CSN Mineração (CMIN3): 1,43%

Assaí (ASAI3): 1,31%

MAIORES BAIXAS

Méliuz (CASH3): -6,95%

CVC (CVCB3): -3,97%

Lojas Renner (LREN3): -3,16%

IRB (IRBR3): -2,90%

Petz (PETZ3): -2,27%

Ibovespa:  -0,11%, a 119.380 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,90%, a 4.519 pontos

Nasdaq: 0,61%, a 13.994 pontos

Dow Jones: 1,16%, a 35.473 pontos

Dólar: 0,40%, a R$ 4,8946

Petróleo

Brent: -1,04%, a US$ 85,34

WTI: -1,06%, a US$ 81,94

Minério de ferro: -1,57%, a US$ 100,12 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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