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Ibovespa para cima, dólar para baixo. Mas nada que alivie esta dura semana

O índice subiu 0,45% nesta quinta, mas caiu 1,80% na semana. O dólar cedeu 0,55%, mas subiu 2,90% no mesmo período. Lá fora, Tesla tomba 9,75% – e já perde 60% do valor de mercado.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 20 abr 2023, 18h08 - Publicado em 20 abr 2023, 18h07

Alta, ainda que tardia. Depois de acumular quatro quedas nos últimos cinco pregões, por cortesia das desconfianças com o arcabouço fiscal, o Ibovespa fechou o pregão pré-feriado de Tiradentes no verde: 0,45%. Arrefeceu um pouco a queda da semana, que ficou em 1,80%.

O dólar seguiu o mesmo caminho, com sinal invertido: uma bem-vinda queda de 0,55% hoje, a R$ 5,05, diminuindo a alta na semana para 2,9%. 

No exterior, pancada de todo lado. De um, o aumento no número de pedidos de seguro-desemprego nos EUA (245 mil na semana passada, versus previsão de 240 mil) mais os balanços ruins de Tesla e  AT&T aumentam a percepção de que a economia americana esteja dando sinais de fraqueza. Do outro lado, dirigentes do Fed seguem afirmando que os juros devem subir mais um pouco, e ficar mais um muito acima dos 5% atuais. 

Há um mês, 39% do mercado (de acordo com a CME) apostava numa alta de 0,25 p.p. para a próxima reunião do Fomc, em maio. O resto esperava manutenção da taxa ou (uau) um corte (12%). Agora 0% imaginam um corte, 16% em manutenção e 86% numa nova alta. 

A expectativa de recessão e de juros altos ao mesmo tempo é o pior dos cenários. Logo, a queda de 0,59% no S&P 500 foi até branda. Já a Tesla, umas das BDRs mais populares por aqui, não pode dizer o mesmo: -9.75% hoje. Desde o auge, em novembro de 2021, a montadora de Elon perdeu 60% de seu valor de mercado.          

9,75% para a Hapvida

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Coincidência numérica. No dia em que a Tesla tombou 9,75%, Hapvida (HAPV3) deu uma ricocheteada de justamente 9,75%, aliviando um pouco um 2023 aterrorizante. De notícias novas, só mesmo uma de ontem: o Itaú BBA voltou a cobrir a operadora de planos de saúde, soltando uma recomendação de compra. Na quarta, isso não surtiu efeito (queda de 1,66%). Hoje, seja como for, o papel pegou tração. Mas o prejuízo para quem está comprado na coisa segue pesado: -49% no ano. Trata-se da segunda pior performance de um papel do Ibovespa em 2023 – perde só para o da Alpargatas, que amarga -52%.   

“Give-back” da Shein

A novela da taxação/não-taxação das brusinhas d’álém mar pelo menos levou a um progresso. A Shein anunciou hoje que vai investir R$ 750 milhões no desenvolvimento de sua rede de fornecedores brasileiros. A chinesa espera que, até 2026, 85% dos produtos vendidos no Brasil venham de fabricantes ou fornecedores do Brasil mesmo – e que o país sirva de hub para distribuir produtos América Latina afora. 

Numa reunião com Haddad, na manhã de hoje, a empresa também afirmou que “fará o que for necessário para normalizar as relações com o ministério da Fazenda”. 

Seja como for, o fato é que a Shein faturou R$ 8 bilhões em 2022, o equivalente à C&A, que tem mais de 300 lojas no país – e não conta com brechas tributárias para ter como vender mais barato.

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Mais debêntures livres de IR

Pegou bem no mercado o pacote do ministério da Fazenda para facilitar o financiamento de Parcerias Público-Privadas. Uma das medidas centrais ali diz respeito à autorização para novos tipos de debêntures incentivadas – aquelas que não cobram imposto de renda. Até agora, elas eram permitidas para sete áreas: energia, irrigação, logística, mobilidade urbana, radiodifusão, saneamento básico e telecomunicações. Agora, valem para mais seis: educação, equipamentos culturais e esportivos, habitação social, requalificação urbana, saúde, segurança pública e sistema prisional.   

Brent? Que Brent? 

Depois de chegar a US$ 87 na semana passada, o barril do petróleo foi caindo, caindo… E hoje tombou mais um pouco:  2,41%, a US$ 81,10. Motivo: o já tradicional medo de um recessão global mais o anúncio de estoques bem-fornidos nos EUA (aumento de 1,3 milhão de barris nos tanques de reserva; versus expectativa de uma diminuição de 1,2 milhão).  

Nossas petroleiras, de qualquer forma, passaram batido pela queda do Brent nesta quinta. Altas de 0,68% para PETR4 e de 2,22% para RRRP3. PRIO3 ficou no negativo, mas sem drama: -0,87%

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Bom feriado.

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Maiores altas

Hapvida (HAPV3): 9,75%
Grupo Soma (SOMA3): 5,87%
Petz (PETZ3): 5,45%
Carrefour (CRFB3): 4,27%
Yduqs (YDUQ3): 3,67%


Maiores baixas

Usiminas (USIM5): -3,62%
Embraer (EMBR3): -2,46%
Braskem (BRKM5): -2,17%
Suzano (SUZB3): -2,16%
Vale (VALE3): -2,09%

Ibovespa: 0,45%, a 104.366 pontos. Na semana, -1,80%

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Em NY:

S&P 500: -0,59%, a 4.129 pontos
Nasdaq: -0,80%, a 12.059 pontos
Dow Jones: -0,32%, a 33.788 pontos

Dólar: -0,55%, a R$ 5,05


Petróleo

Brent: -2,43%, a US$ 81,10
WTI: -2,36%, a US$ 77,37

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Minério de ferro: -2,62%, a US$ 110,64 a tonelada, na bolsa de Dalian

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