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Ibovespa emenda 3ª alta seguida: 0,53%. Mas leva couro de NY

Câmara aprova em 2º turno o projeto que deixa R$ 168 bilhões fora do teto por apenas um ano, como o mercado esperava. O problema agora é a indefinição sobre como será a âncora fiscal que vai substituir o teto de gastos. Lá fora, S&P 500 sobe 1,49%. 

Por Júlia Moura
Atualizado em 21 dez 2022, 19h15 - Publicado em 21 dez 2022, 19h15

Em ritmo de Natal, o mercado parece ter se contentado com o “presente” de um prazo menor para a PEC de Transição. O PT havia pedido ao Papai Noel um waiver de pelo menos dois anos, mas o que teremos é a liberação por apenas um ano, de R$ 168 bilhões de gastos fora do teto (R$ 145 milhões para programas sociais mais R$ 23 bilhões para investimentos).  

Mas a Câmara deu um mimo ao novo governo que desagradou investidores: a possibilidade que uma nova âncora fiscal, em substituição ao teto de gastos, seja definida via projeto complementar (e não através de PEC) até agosto. Ou seja, os deputados facilitaram a vida do Executivo, já que a aprovação deste quesito requer apenas maioria simples no Congresso. 

A tensão orçamentária impediu que o Ibovespa acompanhasse mais de perto o bom humor de Nova York. O índice brasileiro fechou em alta de 0,53%. O S&P 500, 1,49%.

O mercado está preocupado porque o governo Lula ainda não deu detalhes dos planos que teria para limitar os gastos públicos a algo abaixo do infinito. Alternativas não faltam. Os EUA, por exemplo, não têm “teto de gastos”. Têm “teto de dívida” – é a dívida pública que não pode passar de certo patamar (ainda que sempre dêem um jeito de aumentar o sarrafo). A ver o que virá por aqui.  

Há ansiedade também em torno dos demais nomes que irão compor os ministérios e secretarias. Amanhã, Haddad deve anunciar seus secretários.

Just buy it

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Já nos Estados Unidos o foco foi o consumidor. Com uma alta nas vendas, a Nike deu uma bela impulsionada no mercado financeiro nesta quarta. 

A empresa reportou um lucro líquido de US$ 13,32 bilhões entre setembro e outubro – alta de 17% comparado ao mesmo período do ano anterior. O resultado superou as expectativas e as ações da companhia fecharam em alta de 12,18%.

A FedEx também se deu bem no período, lucrando mais do que o esperado graças ao corte de custos bilionário que a companhia promove desde setembro, dado o enfraquecimento da economia global. Assim, o resultado líquido caiu menos do que o previsto, de US$ 1,04 bilhão para US$ 788 milhões. As ações da transportadora subiram 3,43%.

Outra surpresa agradável foi o indicador de confiança do consumidor americano medido pela Conference Board. Em dezembro, o índice foi a 108,3 pontos, ante expectativa de 101,2. Esta é a maior marca desde abril de 2022. Em novembro, a marca foi de 101,4 pontos.

IRB: alta de 25%

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A resseguradora IRB (IRBBR3) também divulgou números que agradaram o mercado. Em outubro, a companhia lucrou R$ 6,4 milhões, ante prejuízo de R$ 84,8 milhões no mesmo mês de 2021. Agora, o prejuízo de 2022 soma R$ 585,2 milhões. 

As ações se valorizaram 24,69% nesta quarta, de R$ 0,81 para R$ 1,01. Mas quem comprou papéis da ressegura no pico, de R$ 41 no início de 2020, pode esperar sentado. Para voltar até ali, só com uma guinada de 4.000%.

Eis aí um presente que não cabe no trenó do Papai Noel.

Até amanhã!

MAIORES ALTAS

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IRB Brasil (IRBR3): 24,69%

SulAmerica (SULA11): 6,07%

Hapvida (HAPV3): 4,49%

Rede D’Or (RDOR3): 4,48%

Totvs (TOTS3): 3,99%

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MAIORES BAIXAS

Magazine Luiza (MGLU3): -7,45%

Alpargatas (ALPA4): -3,70%

MRV (MRVE3): -3,08%

Minerva (BEEF3): -2,31%

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Arezzo (ARZZ3): -2,17%

Ibovespa: 0,53%, aos 107.433 pontos

Em Nova York

S&P 500: 1,49%, aos 3.878 pontos

Nasdaq: 1,54%, aos 10.709 pontos

Dow Jones: 1,60%, aos 33.376 pontos

Dólar: -0,07%, a R$ 5,2030

Petróleo

Brent:  2,76%, a US$ 82,2 

WTI:  2,70%, a US$ 78,29

Minério de ferro: 3,56%, negociado a US$ 112,95 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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