Ibovespa começa 2023 enfrentando novela dos combustíveis
Novo presidente da Petrobras já anunciou que a política de preços vai mudar. E esse nem é o único desafio para a bolsa brasileira em 2023.
Bom dia!
O ano que começa promete ser cheio de emoções para o Ibovespa, principalmente porque também inaugura um novo mandato presidencial. A Faria Lima quer saber: manterá Lula a responsabilidade fiscal em seu terceiro mandato? Ou optará pela gastança e caos nas contas públicas?
A resposta não é óbvia, e as pistas dadas pelo governo eleito seguem ambíguas. Ao mesmo tempo que, às vezes, Lula e Haddad, Ministro da Fazenda, acenam ao centro, várias vezes o presidente eleito dá sinais preocupantes para investidores. No dia da posse, Lula voltou a atacar o teto de gastos e prometeu mudanças na lei trabalhista, sem maiores detalhes. Não é nenhuma novidade em relação ao discurso de campanha, para sermos justos, mas pode voltar a injetar pessimismo no mercado.
De tantas novelas que a bolsa brasileira deve enfrentar neste ano, uma das primeiras e mais importantes é a questão dos combustíveis. No primeiro dia de mandato, Lula já prorrogou a isenção de tributos federais sobre os combustíveis por 60 dias (anteriormente, Haddad havia defendido uma prorrogação menor, de um mês).
Ao mesmo tempo, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) será o novo presidente da Petrobras – e já anunciou que a política de preços da estatal vai ser alterada (algo que todo mundo já esperava). Ele diz que não será um processo “traumático” para o investidor, mas a Faria Lima vai pagar para ver?
A política não é o único desafio que colocará o Ibovespa à prova em 2023, diga-se. O ano começa com a China abandonando a política de Covid-zero – e enfrentando uma tsunami de casos, que coloca o futuro da segunda maior economia do mundo em xeque.
E 2023 também deverá marcar um novo capítulo na luta dos bancos centrais contra a inflação. O Fed, principal protagonista desta história, deverá parar de subir os juros este ano. A questão é: quando, exatamente? E em que patamar ficará a taxa? Por quanto tempo?
As perguntas devem assombrar o mercado por muito tempo. Essa semana, diga-se, tem ata do Fed na quarta-feira, o que pode trazer algumas novidades. Vale lembrar que 2022 foi sangrento para as bolsas americanas: a Nasdaq, por exemplo, despencou 33%, a pior performance desde 2008 – em grande parte por causa do Fed pisando no acelerador dos juros.
De qualquer forma, no primeiro pregão do ano, as 89 ações do índice (POSI3 e IRBR3 ficaram de fora) devem passar por um pregão mirrado. Os americanos estenderam a folga e as bolsas não abrem por lá, bem como em Londres, o que deve reduzir a liquidez por aqui também. Na Ásia, a maior parte das bolsas também não abriu.
O Ibovespa abre 2023 à mercê da própria sorte. Trará o novo ano boas novas?
Bons negócios.
Feriado prolongado nos EUA, sem pregão.
Assaí sem freio
2022 foi um belo ano para o Assaí, supermercado de atacarejo que cresceu a passos largos nos últimos 12 meses. Foram 60 lojas inauguradas ao longo do ano. Destas, 13 começaram do zero e 47 foram conversões – os antigos supermercados Extra reformulados em lojas da rede Assaí. O número foi além das expectativas da própria empresa, que esperava abrir 58 lojas este ano. Para 2023, ela pretende inaugurar mais 20 espaços do zero e finalizar o projeto de conversões.
Na bolsa, as ações do Assaí acompanharam o ritmo de crescimento: alta de 53,07% no acumulado de 2022. No último pregão do ano, os papéis terminaram cotados a R$ 19,47.
9h Lula participa de reuniões bilaterais com representantes de 17 países
Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,20%
Bolsa de Londres (FTSE 100): sem pregão
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,78%
Bolsa de Paris (CAC): 1,31%
*às 8h09
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): sem pregão
Bolsa de Tóquio (Nikkei): sem pregão
Hong Kong (Hang Seng): sem pregão
Brent: 2,94%, a US$ 85,91
2022 em gráficos
O gráfico da taxa de juros americana em 2022 tem desenho ascendente: começou em 0% e foi para em 4,25%. Já o gráfico de número de empregos em tecnologia teve formato descendente – foram centenas de demissões no setor ao longo do ano. Aqui, relembre os principais eventos do noticiário internacional a partir de gráficos, mapas, tabelas e imagens criados pelo time de visualização de dados da Bloomberg.
De frente com Haddad
Em entrevista à Miriam Leitão, do jornal O Globo, Haddad afirmou que o primeiro passo para criar uma política econômica consistente é “harmonizar a política fiscal e a monetária”. Segundo o novo Ministro da Economia, o trabalho em cima das reformas estruturais começará em abril – primeiro pelas regras fiscais e reforma tributária. Ele também abriu o jogo sobre o processo de composição do ministério, deu pistas do que espera implementar em seu mandato e opinou sobre a política econômica dos governos petistas anteriores. Veja a entrevista na íntegra aqui.