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Ibovespa cai de mãos dadas com NY; VALE3 ignora PMI chinês e minério

Dados de emprego fortes nos EUA e queda no barril – apesar da tensão no Oriente Médio – se somaram para fazer um estrago no índice da B3: -1,21%.

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 4 jan 2024, 18h30 - Publicado em 4 jan 2024, 18h29

 

Hoje, o Ibovespa amanheceu no vermelho e fechou mais vermelho ainda, em queda de 1,21%. Parte desse humor do cão foi importado de Wall Street – onde os faria limers americanos ainda tentam digerir, sem sucesso, a ata da última reunião do Fomc, o Copom americano, divulgada nesta terça (3). 

Recapitulando: o pessoal do Fed praticamente assegurou que a taxa básica de juros dos EUA não vai subir mais – o que é bom. Mas eles também disseram que ela não vai cair em um futuro próximo, o que é ruim. Esse recado amargou o otimismo que havia contagiado os mercados em dezembro.

Sabe-se que o Fed só vai aliviar a taxa quando os dados mostrarem que a economia americana está dando sinais de cansaço. E calhou que hoje vieram à tona dois bons dados para avaliar objetivamente se os EUA estão ou não pedindo água. 

Um deles é o número de pedidos de auxílio-desemprego. Muita gente desempregada, afinal, é sinal de economia mais fria – e, por tabela, de que as taxas de juros logo vão começar a cair. Mas o dado não ajudou. O nº de pedidos na última semana de dezembro foi de 202 mil, abaixo da previsão de 216 mil. 

Outro é um dado mensal chamado ADP, que diz respeito ao número de novas vagas criadas pelo setor privado. Esse também veio bom. Bom até demais: 164 mil novos postos de trabalho em dezembro, contra a previsão de 125 mil. 

Notícia excelente para a população, mas ruim para o mercado financeiro. Significa que o Fed pode bater na inflação sem dó, já que o país está aguentando os juros altos. E vale lembrar que esses dois dados são apenas o aperitivo da provável bomba que vem amanhã (6): o Payroll, principal relatório de emprego dos EUA. 

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Petróleo

O petróleo, por sua vez, não ajudou. Tensão militar no Oriente Médio geralmente é sinônimo de alta no preço do barril. E é fato que o Brent começou o dia em alta, de olho no atentado no Irã. Logo, porém, veio o balde de água fria: o dado semanal sobre os estoques de gasolina nos EUA.

A quantidade de combustível armazenada subiu 10,9 milhões de barris, ofuscando a queda de 5,5 milhões nos barris de petróleo bruto (que é bem razoável). O mercado preferiu ver o copo meio vazio, e o pessimismo se refletiu em queda generalizada nas ações de PETR4 (-0,85%) e companhia.

Minério

Mesmo o que era para ser notícia boa acabou virando notícia ruim. Nesta madrugada, enquanto o Brasil dormia, a China revelou que seu índice PMI composto subiu de 51,6 em novembro para 52,6 em dezembro. O PMI é uma métrica que indica expansão da atividade econômica, ou seja: notícia boa para o tigrão asiático. 

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Esse é o tipo de número que costuma dar um gás nos papéis da Vale e do resto das ações metálicas da B3. Afinal, o principal cliente dessa turma são as construtoras chinesas, usuárias assíduas do minério de ferro como matéria-prima para o aço. Como era de se esperar, houve uma ligeira alta na cotação do minério na bolsa chinesa de Dalian, de 0,3%. 

Mesmo assim, VALE3 fechou em queda de 1,34% – e, devido a seu peso na composição do Ibov (14%), contribuiu para puxar o índice todo ainda mais para baixo. As demais siderúrgicas e mineradoras tiveram o mesmo destino. Aliás, difícil é encontrar uma ação que não teve esse destino. Das 87, apenas 6 fecharam em alta. 

Até amanhã! 

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MAIORES ALTAS
Assai (ASAI3): 2,09%
Braskem (BRKM5): 0,83%
BB Seguridade (BBSE3): 0,71%
Ambev (ABEV3): 0,37%
ISA CTEEP (TRPL4): 0,31%

MAIORES BAIXAS

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Alpargatas (ALPA4) -6,47%:
MRV (MRVE3): -6,12%
Casas Bahia (BHIA3): -5,57%
Eztec (EZTC3): -4,62%
Arezzo (ARZZ3): -4,50%

 

Ibovespa: -1,21%, a 131.225,91 pontos


Em Nova York

S&P 500: -0,34%, aos 4.688 pontos
Nasdaq: -0,56%, aos 14.510 pontos
Dow Jones: 0,03%, aos 37.440 pontos

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Dólar: -0,15%, a R$ 4,90

Petróleo

Brent: -0,84%, a US$ 77,59
WTI: -0,70%, a US$ 72,19 

Minério de ferro: 0,3%, a US$ 142,09 nos contratos para maio na bolsa de Dalian (China).

 

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