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Ibovespa cai 1,63% com PETR4 e fiscal no radar, mas fecha semana no azul

Nova presidência da estatal e possível compensação aos estados por cortes no ICMS pautaram o dia. Nos EUA, Wall Street comemora após inflação vir dentro do esperado.

Por Bruno Carbinatto
27 jan 2023, 18h46

O lado meio vazio do copo: o Ibovespa sextou no vermelho, com queda de 1,63%. O lado meio cheio: na semana, o índice fechou em tímida alta de 0,25%, de olho no noticiário político do novo governo. Petrobras e o cenário fiscal voltaram a concentrar as atenções dos investidores.

Depois de cair mais de 2% ontem, as ações da Petrobras continuaram em expressiva queda nesta sexta-feira, com investidores reagindo a aprovação do nome de Jean Paul Prates para a presidência da estatal (um fato que não surpreendeu ninguém, diga-se). O que o mercado quer saber, agora, é o quão fundo o novo governo está disposto a ir nas mudanças que promoverá na Petrobras, em especial na política de preços da estatal. Dependendo do caminho escolhido, o lucro da estatal pode ser fortemente afetado.

Para ser justo, a commodity também não ajudou, é claro. O Brent caiu 1%  hoje após preocupações com a demanda para 2023. Dessa vez, os dados que causam temor vieram dos EUA, e não da China (como é de costume). Na maior economia do mundo, os gastos com consumo caíram 0,2% em dezembro, mais um número que se soma a série de indícios de desaceleração – e provável recessão – econômica americana. 

O fiscal também voltou a pesar na bolsa. Dessa vez, o protagonista da novela é o ICMS. Lula se reuniu com os 27 governadores nesta sexta e, após o encontro, o ministro Alexandre Padilha anunciou que será criada uma comissão para discutir a reposição das perdas de arrecadação do imposto após as mudanças feitas no governo Bolsonaro. 

No ano eleitoral, o ex-presidente tentou diminuir o preço da gasolina na marra, e, juntamente com o Congresso, conseguiu limitar o imposto sobre combustíveis e energia como parte do seu “pacote de bondades” às vésperas da eleição. Mas a limitação do ICMS, principal fonte de arrecadação dos estados, diminuindo a grana disponível para os governadores, que agora pedem compensação do governo federal.

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Uma eventual compensação poderia chegar a custar à União R$ 36,9 bi, calculou a Folha. Mais uma dor de cabeça fiscal para o governo – e mais um motivo de desconfiança da Faria Lima com a responsabilidade fiscal da gestão petista.

Resultado: os juros futuros subiram, assim como o dólar, que fechou em alta de 0,74% – interrompendo uma sequência de quatro quedas seguidas. Na semana, porém, a moeda americana acumulou queda de 1,84%.

Em Wall Street

O dia foi bem mais ameno em Nova York, onde investidores tiveram um motivo claro para comemorar: a divulgação do índice de preços PCE, o preferido do Fed para embasar suas decisões monetárias. O núcleo do medidor (que exclui as variações de preços de alimentos e energia, mais voláteis) subiu 0,3% em dezembro ante novembro, exatamente o esperado pelo mercado. Na comparação anual, ficou em 4,4%, também já prevista por analistas.

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O entendimento em Wall Street é que a luta contra a inflação começa a ser vencida, e agora a expectativa é que o próximo aumento de juros promovido pelo Fed seja bem mais suave.

Nesse sentimento otimista, os índices americanos acumularam fortes altas semanais: o S&P 500 acumulou na semana alta de 2,5%, enquanto o Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, saltou 4,3% – a melhor semana para o índice desde novembro.

É claro que há o lado meio vazio do copo: a desaceleração econômica americana, causada pelo aumento de juros promovido pelo Fed. Os dados de consumo de dezembro que também foram divulgados hoje mostram isso. Mas, de qualquer forma, eles não foram o suficiente para estragar o sexto de Wall Street.

Bom final de semana e até segunda-feira.

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Erramos

No fechamento de mercado de ontem, erramos ao informar que o lucro líquido da Tesla em 2022 foi de US$ 3,7 bilhões. Este é o valor que a montadora lucrou no quarto trimestre do ano passado. Em 2022 como um todo, o lucro foi de US$ 12,6 bilhões.

Maiores altas

Magazine Luiza (MGLU3): 5,84%
CVC Brasil (CVCB3): 5,76%
Hapvida (HAPV3): 3,60%
Méliuz (CASH3): 2,80%
Rede D’Or (RDOR3): 2,35%

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Maiores baixas

BRF (BRFS3): -5,24%
MRV (MRVE3): -3,67%
São Martinho (SMTO3): -3,39%
Marfrig (MRFG3): -3,25%
Eletrobras (ELET3): -3,23%


Ibovespa:
-1,63%, aos 112.316 pontos

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Em Nova York

S&P 500: 0,25%, aos 4.070 pontos
Nasdaq: 0,95%, aos 11.621 pontos
Dow Jones: 0,08%, aos 33.977 pontos


Dólar
: 0,74%, a R$ 5,1120


Petróleo

Brent: -1%, a US$ 86,40
WTI: -1,64%, a US$ 79,68 

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