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Ibovespa cai 1,08% com commodities e Wall Street “realista”

Após um novembro de festa, investidores americanos corrigem otimismo exagerado com Fed e bolsas caíram. Já o dólar saltou 1,38%, maior alta diária desde agosto.

Por Bruno Carbinatto
4 dez 2023, 18h56

Se novembro foi o mês do otimismo nas bolsas, dezembro começou num tom mais “realista”.

O pregão desta segunda-feira foi marcado por uma correção nos ânimos de investidores americanos, que acabou pautando também o Ibovespa. Antes, a visão era de que os juros nos EUA poderiam começar a cair em breve – já no primeiro trimestre de 2024. Agora, Wall Street se pergunta se o Fed realmente assumirá essa postura tão “dovish”.

Não que tenha rolado algo de novo para fazer a mudança de opinião – para além do tempo, é claro. Na sexta-feira, Powell, o poderoso chefão do Fed, fez um discurso moderado – e, como contamos, o mercado focou no lado meio cheio do copo. Hoje, lembraram-se da metade vazia e preferiram embolsar os ganhos.

Com o noticiário vazio, investidores esperam novos dados da economia americana para recalibrar suas previsões do futuro, principalmente sobre o mercado de trabalho, que saem ao longo dessa semana. Até lá, as bolsas perderam gás: o S&P 500 caiu 0,54%, e o Nasdaq, 0,84%.

Não foi lá uma mudança radical de opinião, diga-se. Mais da metade das apostas monitoradas pelo CME Group ainda falam em um corte de 0,25 ponto percentual nos juros na reunião de março do Fed, enquanto 6% vão além e preveem um corte de 0,5 p.p. 40%, porém, palpitam numa manutenção no patamar atual, uma posição mais cautelosa.

Novos aumentos na taxa – uma possibilidade que já chegou a assombrar o mercado e foi considerada como possível pelos próprios dirigentes do Fed há não muito tempo – continuam descartadas, ao menos na visão do mercado (o próprio banco central não confirma).

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Para a parcela mais “realista”, porém, os juros só começam a cair mesmo em maio. Seria uma postura mais condizente com um Fed mais moderado, e ainda preocupado com a inflação.

Nesse jogo de apostas, o Ibovespa acaba ficando à mercê do humor de Wall Street. Hoje, a bolsa teve um tombo relativamente forte, de 1,08%, e voltou aos 126 mil pontos, depois de ter conquistado os 128k semana passada. Das 86 ações, 68 caíram. Já o dólar disparou 1,38%,  e foi para a R$ 4,94 – a maior alta diária desde agosto.

VALE3 e PETR4

Outro fator que ajudou a derrubar a bolsa brasileira hoje foram as commodities. O minério de ferro, negociado na China, caiu  -1,14%, e os papéis ligados a ele também caíram. O destaque ficou para a queda forte da Vale, de 2,25%. Apesar disso, o minério segue em patamares altos – em novembro, bateu a máxima em mais de um ano.

Já o petróleo é ainda mais preocupante para o Ibovespa. Isso porque, diferentemente do minério, ele vem em trajetória de queda desde setembro – e isso apesar dos esforços da Opep+, o cartel que reúne importantes produtores, de tentar manter o preço do barril acima dos US$ 80. Rússia e Arábia Saudita vem anunciando cortes na produção para diminuir a oferta e valorizar o Brent, mas, até agora, têm tido pouco efeito.

Os papéis da Petrobras (PETR4) caíram 2,13% nesta segunda-feira.

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MAIORES ALTAS 

Engie (EGIE3): 1,31%

Santander (SANB3): 0,95%

Totvs (TOTS3): 0,95%

Telefônica Brasil (VIVT3): 0,92%

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Usiminas (USIM5): 0,85%

MAIORES BAIXAS

Gol (GOLL4): -9,19%

Magazine Luiza (MGLU3): -7,83%

Azul (AZUL4): -5,82%

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Alpargatas (ALPA4): -5,51%

MRV (MRVE3): -5,45%

Ibovespa: -1,08%, aos 126.802

Em Nova York

S&P 500: -0,54%, aos 4.569 pontos 

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Nasdaq: -0,84%, aos 14.185 pontos

Dow Jones: -0,11%, aos 36.204 pontos

Dólar: 1,39%, a R$ 4,9487

Petróleo 

Brent: -1,07%, a US$ 78,03

WTI: -1,39%, a US$ 73,04

Minério de ferro: -1,14%, cotado a US$ 134,25. por tonelada na bolsa de Dalian (China).

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