Ibovespa cai 0,5% e interrompe seu rali; Wall Street comemora inflação menor
Bolsa brasileira tem dia de correção após sete altas seguidas; nos EUA, investidores apostam em pausa nos aumentos da taxa de juros.
Oito é demais? Depois de sete altas seguidas, o Ibovespa interrompeu seu rali nesta terça-feira (13), fechando o dia em queda de 0,51%, aos 116.742 pontos. O dólar, por sua vez, ignorou a mudança de humor na bolsa e teve uma queda tímida, de 0,08%, a R$ 4,8624.
A queda no Ibovespa foi um movimento de correção; em dia de agenda nacional esvaziada, papéis ligados à economia doméstica – como varejo, turismo e consumo – registraram as maiores perdas. Nos últimos pregões, essas ações vinham acumulando altas após surfar na melhora das expectativas sobre a economia brasileira e nas revisões das previsões de inflação (para baixo) e do crescimento econômico (para cima) em 2023, além da expectativa de cortes na Selic em breve (agosto?).
Tanto foi uma correção que o dia foi marcado por duas notícias positivas, mas que não convenceram investidores a ponto de sustentar a oitava alta seguida. A primeira foi o corte de juros na China, com o Partido Comunista tentando estimular o consumo para evitar um crescimento mirrado da economia do gigante asiático.
Uma China mais aquecida é, naturalmente, boa notícia para o Brasil, que exporta commodities (carne, minério, petróleo…) aos montes para o gigante asiático. Mas a novidade não teve tanto impacto assim no Ibovespa: a Vale (VALE3) até subiu 1,06%, e a Prio (PRIO3) liderou altas com 3,62%, mas os papéis da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 0,55%, e outras ações ligadas a commodities não conseguiram manter o índice no azul.
CPI em queda
A segunda notícia boa veio dos EUA. Foi o CPI, o índice de inflação ao consumidor de lá, similar ao nosso IPCA. No mês, a inflação ficou em 0,1%, abaixo das previsões de 0,2%. No acumulado de 12 meses, o dado desacelerou a 4%, o menor patamar para o número desde março de 2021 e abaixo da expectativa de 4,1%.
É um sinal claro de que o aperto monetário promovido pelo Fed, que subiu os juros no país dez vezes seguidas, está fazendo efeito e freando o aumento dos preços. E, melhor ainda, sem ter efeitos colaterais tão graves como antes se temia: a economia americana segue relativamente forte, com um mercado de trabalho aquecido, apesar dos juros altos.
A inflação de 4% ainda é o dobro da que o Fed quer – a meta é de 2%. Então não dá para dizer que a batalha acabou. Mas agora as expectativas são altas para que o banco central americano pause o aperto monetário na decisão de amanhã. Os representantes do comitê já estão se reunindo hoje e, nesta quarta-feira, devem anunciar que deixarão a “Selic” americana inalterada.
Nisso, o bom humor tomou conta do pregão de hoje em Wall Street: o S&P 500 subiu 0,69%, enquanto o Nasdaq avançou 0,83%.
A grande pergunta que fica, agora, é: será a pausa definitiva? Ou haverá um novo aumento nos juros na reunião de julho? A decisão, é claro, dependerá dos novos dados que sairão até lá, mas investidores já começaram a especular. E 60% apostam que sim, os juros voltarão a subir 0,25 p.p. em julho. Cenas dos próximos capítulos.
Até amanhã.
Maiores altas
Prio (PRIO3): 3,62%
Embraer (EMBR3): 2,08%
Santander (SANB11): 1,61%
Minerva (BEEF3): 1,55%
Marfrig (MRFG3): 1,24%
Maiores baixas
CVC Brasil (CVCB3): -6,90%
Lojas Renner (LREN3): -5,78%
Méliuz (CASH3): -5,13%
Magazine Luiza (MGLU3): -5,05%
Gol (GOLL4): -5,03%
Ibovespa: -0,51%, aos 116.742
Em Nova York
Dow Jones: 0,43%, aos 34.212 pontos
S&P 500: 0,69%, aos 4.369 pontos
Nasdaq: 0,83%, aos 13.573 pontos
Dólar: -0,08%, a R$ 4,8624
Petróleo
Brent: 3,41%, a US$ 74,29
WTI: 3,43%, a US$ 69,42
Minério de ferro: 0,69% a US$ 112,03 por tonelada na bolsa de Dalian (China)