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Ibovespa acompanha o exterior e cai 0,62% em dia pacato

Petrobras, que anunciou emissão de bonds, ajudou a reduzir as perdas: PETR4 +2,29% e PETR3 +1,95%. Lá fora, techs são as perdedoras do dia.

Por Camila Barros
26 jun 2023, 17h46

Em dia de agenda vazia no Brasil, o Ibovespa não teve opção senão acompanhar o pessimismo que abate as bolsas do exterior desde o fim da semana passada. Das 86 ações que compõem o índice, 66 caíram na sessão de hoje. 

No saldo geral, a queda foi de 0,62%. 

Quem controlou a carnificina foi a Petrobras e seu peso de 12% no Ibov. As ações PETR4 lideraram as altas do dia, com +2,29%; PETR3 subiu 1,95%. 

Hoje, a petroleira anunciou uma emissão de títulos de dívidas no exterior (papéis chamados de bonds lá fora). De acordo com informações obtidas pelo Valor, a estatal emitiu US$ 1,25 bilhão em títulos com vencimento em 2033. É a primeira vez que a empresa busca dólares no exterior desde junho de 2021. 

A nova oferta vem em um momento de enfraquecimento do dólar (que caiu 5,7% no mês e quase 10% desde o início do ano) e de melhora na reputação da empresa – este mês, JP Morgan, Morgan Stanley, Santander e Goldman Sachs divulgaram relatórios recomendando seus papéis. E mais: melhora no rating do Brasil pela S&P, o que equivale à melhora da avaliação de uma estatal. 

Sem nenhum acontecimento urgente capturando a atenção dos investidores, a emissão da Petrobras foi a notícia que movimentou o mercado local. Mas não muito, já que o volume de negócios foi baixo: R$ 19,6 bilhões, contra uma média de R$ 31 bilhões este mês. 

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O mercado escolheu guardar suas energias para os próximos dias, que trarão uma sequência de informações importantes: amanhã o IBGE divulga o IPCA-15, que trará pistas sobre os próximos passos do BC no combate à inflação

Falando em BC, amanhã também tem divulgação da ata do Copom, documento em que a entidade justificará sua decisão de manter os juros em 13,75% ano.

Para fechar, na quinta-feira rola a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), grupo formado por Fernando Haddad, Simone Tebet e Campos Neto. Os três devem estipular uma meta de inflação para 2026, além de revisar o sistema de metas de inflação do país – que hoje coloca o alvo em 3,25% ao final de 2023 e em 3% para 2024 e 2025.

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Contágio externo

Lá fora, a mão de ferro dos bancos centrais ainda tem pesado no humor dos mercados. 

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Na semana passada, Jerome Powell, o presidente do Fed, afirmou que a instituição deve promover mais altas na taxa de juros ainda este ano. Antes, os bancos centrais da União Europeia e do Reino Unido elevaram suas taxas em 0,25 p.p e 0,50 p.p., respectivamente. 

Sem hora para acabar, os apertos reacenderam os temores de uma recessão global. 

Medo que fez o petróleo cair 3% na semana passada. Hoje, o alívio veio por uma notícia não necessariamente boa. A commodity voltou a subir impulsionada pelos conflitos internos da Rússia no final de semana. Com o Grupo Wagner, organização de mercenários (milicianos, se preferir) russos, se voltando contra Putin, os investidores passaram a temer que a oferta de petróleo seja afetada. 

A Rússia é um dos principais fornecedores mundiais da matéria-prima. Um relatório do Goldman Sachs mostrou que o Grupo Wagner conseguiria bloquear o transporte do petróleo ao sul da Rússia, além de interromper a produção na Líbia, onde possui bases militares. 

De novo, história menor, mas que conta em um dia sem muita emoção. Se no Brasil estamos em período de festas juninas, no hemisfério norte o pessoal já está fechando a mala para as férias. 

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Nos EUA, a queda do dia foi puxada pelas ações de tecnologia. A Nasdaq, que concentra empresas do setor, registrou queda de 1,16% – contra -0,44% do S&P 500. 

Entre as maiores baixas, a Tesla escorregou 5,58%, depois de ser rebaixada (de compra para neutra) pelo  Goldman Sachs. Apesar de ainda enxergar a companhia como o maior nome do mercado de carros elétricos no futuro, o banco não vê um cenário positivo para os preços de novos veículos no momento. Na semana passada, analistas do Barclays e do Morgan Stanley também rebaixaram os papéis. 

Mas a Tesla vem surfando um hype imenso: no ano, suas ações já subiram 120%, e estão entre os papéis mais beneficiados pela euforia com o futuro das IAs. 

Talvez a queda do dia, impulsionada pelo medo de recessão e incertezas sobre o desempenho do negócio, possam se concretizar no futuro. Mas, por enquanto, parece um movimento de investidores querendo colocar uma grana extra no bolso. E quem vai culpá-los? #Segundou.

 

MAIORES ALTAS

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Petrobras (PETR4): 2,29%

Petrobras ON (PETR3): 1,95%

Raízen (RAIZ4): 1,61%

Cia Siderúrgica Nacional (CSNA3): 1,09%

Cielo (CIEL3): 1,51%

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MAIORES BAIXAS

Localiza (LWSA3): -10,01%

CVC (CVCB3): -7,92%

Via (VIIA3): -5,88%

BRF (BRFS3): -6,21%

Petz (PETZ3): -6,08%

 

Ibovespa: -0,62%, a 118.243 pontos

 

Em Nova York: 

Dow Jones: -0,03%, a 33.716 pontos

S&P 500: -0,44%, a 4.329 pontos

Nasdaq: -1,16%, a 13.336 pontos

 

Dólar: -0,22%, a R$ 4,7672

 

Petróleo

Brent: 0,46%, a US$ 74,35

WTI: 0,30%, a US$ 69,37

 

Minério de ferro: -0,44% a US$ 110,20 por tonelada na bolsa de Dalian

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