Ibovespa a 140 mil pontos? Entenda a nova aposta dos analistas
Sinal de queda de juros leva a revisões para a bolsa brasileira – nem todas são tão otimistas. Investidores acompanham também a reforma tributária.
Bom dia!
A última quarta-feira de junho promete ser de monotonia para investidores. Não há nada de realmente novo na agenda do dia com força para movimentar o Ibovespa. Lá fora, as bolsas começam mais um dia em baixa.
Não significa, porém, que o futuro seja igualmente entediante. Ontem, após a ata do Copom, analistas de ações passaram a revisar suas projeções para o Ibovespa – e elas são as mais otimistas o possível.
No Santander, por exemplo, a expectativa é que daqui um ano o Ibov esteja em 140 mil pontos. Do fechamento de ontem, significa uma valorização de 19%. E trata-se de um patamar significativamente maior que os 122,5 mil pontos esperados para o fim de 2023.
Ao defender sua visão positiva para o mercado, Aline Cardoso, diretora de pesquisa em ações do Santander Brasil, afirmou que as ações ainda estão sendo negociadas abaixo da média histórica. O banco também avalia que os fundos têm dinheiro em caixa e que investidores pessoa física devem voltar às compras assim que a Selic voltar a ficar abaixo de 10% ao ano – algo que é esperado para 2024.
A Guide Investimentos também atualizou sua projeção para o Ibovespa, em linha com os 140 mil pontos do Santander. A corretora acredita que o índice chegará nesse patamar já no fim deste ano, e não no meio do próximo, como o banco espanhol. Mas tem um detalhe nessa história: a revisão foi para pior. Até então, a Guide estimava que o Ibov escalaria a 150 mil pontos até o fim de 2023.
A XP havia ajustado suas previsões no começo do mês, subindo o preço-alvo do Ibovespa para 130 mil pontos, ante os 128 mil esperados anteriormente. É um ajuste conservador.
Para além das revisões do Ibovespa, investidores também devem acompanhar de perto as negociações para a votação da reforma tributária. Arthur Lira, presidente da Câmara, e Aguinaldo Ribeiro, relator da proposta, afirmam que o texto poderia ser votado já no começo de julho.
São mais ventos a favor da Faria Lima. Que seja assim para os negócios nesta quarta também.
Futuros S&P 500: -0,16%
Futuros Nasdaq: -0,37%
Futuros Dow Jones: 0,03%
*às 8h05
Depois do Assaí, o GPA
As ações do Grupo Pão de Açúcar fecharam em forte queda pelo segundo dia consecutivo. Na segunda, o Casino, grupo francês que detém 40,9% das ações do GPA, anunciou um plano de venda de ativos para 2023 e 2024, incluindo papéis da rede de supermercados brasileira.
Na França, o Casino tenta renegociar sua dívida de 6,4 bilhões de euros (R$ 33, bi), e procura saídas para reforçar seu caixa. O novo plano prevê arrecadação de 200 milhões de euros em 2023, principalmente com a venda do Éxito, rede de supermercados colombiana. Já para 2024, a meta é levantar 1 bilhão de euros com a venda de ativos do GPA, GreenYellow (de energia solar) e papéis remanescentes do Éxito, além da venda de imóveis.
Na semana passada, o grupo concluiu a venda do resto de sua participação no Assaí (ASAI3). A empresa embolsou R$ 2,11 bi por 11,7% do atacarejo.
Ainda sem fortes candidatos, o mercado agora especula quem deverá assumir o controle do GPA. Em dois dias, a queda das ações PCAR3 é de 8,43%.
8h30: BC divulga nota de crédito de maio (8h30)
10h: Lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024
10h30: Presidentes do Fed, Jerome Powell, do BCE, Christine Lagarde, do BoE, Andrew Bailey, e do BoJ, Kazuo Ueda, participam de painel do Fórum do BCE sobre Bancos Centrais, em Portugal.
14h30: Tesouro divulga o relatório da dívida pública federal de maio
14h30: Fluxo cambial semanal, divulgado pelo BC
17h30: Fed divulga resultados anuais do teste de estresse bancário (17h30)
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,76%
- Londres (FTSE 100): 0,62%
- Frankfurt (Dax): 0,78%
- Paris (CAC): 0,83%
*às 8h05
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,12%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,12%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,02%
- Brent:* 0,37%, a US$ 72,53
- Minério de ferro: 2,47%, a US$ 114,63 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h04
O que a Argentina espera do Brasil
Alberto Fernández, atual presidente da Argentina, lidera a lista de líderes mundiais com quem Lula mais se encontrou desde o início de seu mandato: contando com a reunião mais recente, na última segunda-feira, já foram cinco encontros este ano. Sinal de um estreitamento de laços com o país vizinho, que havia sido deixado de lado pela diplomacia da gestão anterior. Agora, os dois governos falam em “relançamento da relação estratégica bilateral”. Esta reportagem da BBC explica o que isso quer dizer.