Guerra e nova alta do petróleo brincam com humor dos investidores
A União Europeia ainda cogita proibir a importação de petróleo e gás da Rússia, o que reflete em nova alta nos preços.
Bom dia!
A guerra na Ucrânia está às vésperas de completar um mês e ainda sem um vislumbre de quando será o cessar-fogo. E segue, claro, afetando investidores.
Ontem à noite, Moscou deu um ultimato a Kiev: que as forças de Mariupol se rendessem. O governo ucraniano não cedeu. Então, o mundo espera por mais ataques em grande escala na cidade portuária ao longo do dia. No final de semana, a Rússia bombardeou uma escola de arte que era usada como abrigo. Até agora, a Rússia não conseguiu dominar nenhuma cidade grande até agora, embora esteja cercando a capital, elevando a força dos bombardeios e atacando áreas residenciais.
Nesse caos, o petróleo começa a semana em alta e acima dos US$ 110. O ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que a proibição das importações de petróleo e gás da Rússia ainda estão sendo avaliadas pela União Europeia e que é uma opção válida para a França. Ou seja, mais países podem se unir aos EUA e Reino Unido nas sanções energéticas. Há pressão para que a Alemanha siga pelo mesmo caminho.
Aquele sinal de alívio da semana passada, quando o barril do Brent caiu abaixo de US$ 100, durou pouco. O rali do petróleo pressiona a inflação em todo o mundo – que ainda nem tinha se recuperado da Covid, que por sinal está ganhando força na Ásia e Europa.
Fica difícil começar a semana com o pé direito. Os futuros americanos negociam em baixa, mesmo sinal da maioria das bolsas europeias, isso depois de os mercados terem fechado a melhor semana do ano.
As bolsas subiram mesmo com a confirmação da primeira alta de juros nos Estados Unidos desde 2018. Pela lógica, alta de juros significa menos dinheiro circulando e ações em queda. Por enquanto, está saindo tudo como esperado: sem surpresas, investidores conseguem se preparar para a mudança de cenário. Na semana passada, o Fed já tinha adiantado que mais altas estão previstas ao longo do ano e que a expectativa é de que os juros cheguem até 2%.
Mas é preciso acompanhar o presidente do Fed, Jerome Powell, de perto. Hoje à tarde ele faz um discurso em um evento para empresários. Quem sabe ele não dá uma dica do que vem por aí?
Futuros S&P 500: -0,25%
Futuros Nasdaq: 0,41%
Futuros Dow: -0,42%
*às 7h50
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,07%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,57%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,04%
Bolsa de Paris (CAC): -0,05%
*às 7h50
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,17%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,65%
Hong Kong (Hang Seng): -0,89%
Brent: 3,69%, a US$ 111,91
Minério de ferro: -1,71%, US$ 150,20 em Cingapura
*às 7h50
10h O Banco Central divulga o Boletim Focus com as expectativas atualizadas do mercado para juros, inflação, dólar e PIB.
13h O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell participa de evento da Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe, na sigla em inglês) e pode falar mais sobre a alta de 0,25 pontos percentuais nos juros.
Criptos
A Comissão Australiana de Competição e Consumo – o CADE australiano – entrou com um processo contra a Meta após a veiculação de golpes disfarçados de anúncios sobre criptomoedas. Os golpes usavam a imagem de pessoas famosas do país e induziam os usuários do Facebook a entrarem em um esquema de investimento em moedas digitais. Segundo a instituição, a empresa de Mark Zuckerberg foi alertada sobre o problema e não impediu que os anúncios enganosos continuassem no ar.
Telegram x STF
Por pouco, os brasileiros não ficaram sem acesso ao aplicativo Telegram. A pedido da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pediu a cabeça da plataforma após o descumprimento de ordens judiciais que solicitaram o bloqueio de perfis apontados como disseminadores de fake news. O Telegram recebeu 24 horas para cumprir uma série de determinações judiciais. Pavel Durov, fundador da plataforma, pediu desculpa ao STF e alegou que houve uma falha de comunicação com a PF. A empresa se comprometeu com algumas medidas para combater as notícias falsas, incluindo o monitoramento dos 100 canais mais populares no país. Depois da resposta da empresa, Alexandre de Moraes revogou a ordem de bloqueio do Telegram.
Rede D’Or
Em 1995, o médico Jorge Moll Filho criou a Rede D’Or, a maior rede de hospitais privados do Brasil. A empresa tem um valor de mercado de mais de R$ 100 bilhões e se transformou em uma máquina de aquisições de hospitais menores. Apesar de ter deixado a presidência da companhia e passado a comandar o conselho de administração, Jorge ainda acompanha de perto os negócios. Leia aqui.
Depois do pregão, Eneva, JBS e Unidas divulgam os resultados do quarto trimestre.