Guedes pede licença para gastar e contrata a queda do Ibovespa
Lá fora, o dia também deve ser de sinais negativos. Dólar e juros brasileiros têm tudo para disparar com aumento do risco fiscal.
Bom dia!
Depois que a B3 já havia encerrado seus negócios, o ministro Paulo Guedes pediu licença para gastar. Ele sinalizou duas alternativas: revisar ou suspender o teto de gastos (o instrumento que impede o aumento das despesas públicas acima da inflação) para pagar o aumento do Bolsa Família, a partir de novembro, com o nome de Auxílio Emergencial.
O mercado financeiro reagiu do jeito que deu àquela hora: o ETF de ações brasileiras negociado em Nova York afundou e os juros futuros dispararam, isso no chamado after market, que existe justamente como uma segunda chance para quem ia dormir com investimentos que tirariam o sono.
Só que o after market não conta como negociação regular, aquela das 10h às 17h das ações na B3. Daí que quando a campainha da bolsa tocar, é normal que investidores se ajustem às expectativas de quem entrou lá no after market.
Paulo Guedes é o Chicago boy fiador de Bolsonaro em um compromisso com o equilíbrio das contas públicas, lá nas eleições de 2018. Bem, era. Já fazia tempo que a Faria Lima não confiava na disposição do ministro de contrariar o chefe, mas ele mesmo defender o rombo no teto de gastos é inédito e o fim da última esperança fiscal do país — para quem tinha.
Isso que indica mais um dia bastante difícil para investidores brasileiros. Não pela primeira vez, o mercado financeiro já fala em dólar perto de R$ 6, segundo a Folha. E não será possível nem contar com a ajuda dos nossos amigos americanos para segurar a barra hoje.
Os futuros dos principais índices do país acordaram azedos. Mas não por um risco de colapso à moda Brasil, mas porque o S&P 500 voltou a flertar com suas máximas históricas.
Ficamos aqui no Brasil por nossa conta e risco.
Futuros S&P 500: -0,23%
Futuros Nasdaq: -0,15%
Futuros Dow: -0,28%
*às 7h25
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,20%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,35%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,04%
Bolsa de Paris (CAC): -0,22%
*às 7h25
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,36%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,87%
Hong Kong (Hang Seng): -0,45%
Brent: -1,08%, a US$ 84,89
Minério de ferro: -5,75%, US$ 116,93
*às 7h30
09h30 O Ministério do Trabalho dos EUA divulga o número de pedidos de seguro-desemprego da semana passada.
14h30 A comissão da Câmara se reúne para discutir o futuro da PEC dos Precatórios.
Nova identidade
O Facebook planeja um reposicionamento de sua marca. E a mudança começa pelo nome corporativo, Facebook Inc. A expectativa é que Mark Zuckerberg anuncie a nova identidade da companhia na próxima semana, dia 28, durante a conferência anual da empresa. O nome, claro, está guardado a sete chaves. Mas a especulação é que esteja ligado ao Horizon, um mundo virtual apresentado há dois meses e que é acessado pela plataforma Oculus. O Facebook vem apostando cada vez mais em tecnologias de realidade aumentada e virtual para ampliar as suas redes sociais.
Bilhão
A Tesla teve lucro de US$ 1,62 bilhão no terceiro trimestre — uma alta de nada mais nada menos que 389%, ante o mesmo período do ano passado. O resultado surpreendeu o mercado. A montadora também teve recorde na entrega de novos carros. Entre julho e setembro, foram 241 mil unidades de elétricos. O que diminuiu foram as criptomoedas. No primeiro trimestre, a empresa tinha US$ 101 milhões em bitcoins; agora são US$ 51 milhões, cortesia da queda da desvalorização do bitcoin no período. Agora, ele voltou ao recorde na faixa dos US$ 60 mil.
O custo da entrega rápida
Você compra online pela manhã e o produto chega à tarde? Há um custo para isso: o dos entregadores. O TAB UOL acompanhou a rotina dos trabalhadores, a nova geração dos Ubers do país. Eles passam mais de 12 horas nas motos ou dentro dos carros, enfrentando trânsito, fome e falta de banheiro para cumprir com as promessas de entrega rápida dos sites. Cada entrega rende de R$ 6 a R$ 8, mas são eles que pagam com os gastos com o veículo, combustível, manutenção, acidentes, problemas de saúde e extravio de encomendas. Leia aqui.
Crise na era verde
Governantes de todo o mundo definem há anos maneiras de reduzir as emissões globais de carbono. No entanto, a crise energética que os países europeus e asiáticos passam mostrou que ainda está longe um futuro feito só de energias renováveis.
Conforme relata o The Economist, a vida moderna precisa de muita energia. E os investimentos no setor renovável estão aquém do ideal para dar conta dessa demanda. Além disso, os países ainda enfrentam choques geopolíticos e falta de regulamentação. Leia aqui (em inglês).