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Goldman aposta suas fichas nos emergentes – Brasil incluído 

Mesmo com essa notícia animadora, Ibovespa acompanha o mau humor da gringa com a segunda onda e cai 1,05%.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 17 out 2024, 10h31 - Publicado em 18 nov 2020, 19h41
 (Simon Webb/Getty Images)
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Ah, os anos 00… O boom das commodities e dos investimentos gringos por aqui nos primeiros anos do século deixou saudade. Entre 2002 e 2008, o Ibovespa subiu 650%, contra 70% do S&P 500. Praticamente um 7 X 1. 

Tempo bom, que não volta nunca mais? Não pela avaliação do Goldman Sachs. O segundo maior banco do mundo (atrás do também americano JPMorgan Chase) acha que, a partir de 2021, a bola volta para os emergentes. 

O favorito dos caras é o México – que pode estreitar ainda mais seus laços econômicos com os EUA num governo Biden. Joe, afinal, tende a ser menos protecionista que Donald, o que pode dar um boost nas exportações mexicanas. 

Mas eles também citam o Brasil com animação. Eles vêem um novo ciclo de alta nos preços das commodities daqui para a frente. Isso, como todos vimos nos anos 00, não é bom só para plantador de soja, minerador de ferro ou perfurador de poço de petróleo. Gera bonança em todos os setores da economia, já que começa a jorrar dólar em todo canto. O Goldman aposta que as maiores altas vão acontecer nas ações ligadas à indústria e aos bancos. 

Eles também imaginam que os efeitos de uma eventual vacina dariam um gás maior ao Brasil do que a outros países, já que somos a segunda nação com mais mortos pela covid: 166,6 mil até esta quarta (18), atrás apenas dos EUA, com 249,4 mil – e à frente da bem mais populosa Índia (que ocupa o terceiro lugar, com 130 mil).  

Outro ponto que eles vêem como positivo é o fato de a bolsa ter caído mais do que a média global neste ano, e ainda estar relativamente longe dos índices pré-pandemia. Aí talvez haja uma dose exagerada de otimismo. O pico histórico do Ibovespa se deu neste ano: 119,5 mil pontos, em 23 de janeiro (mais uma saudade que bate aqui). Mas…. O fato é que já não estamos tão longe de rever essa marca. Mesmo com a queda razoável de hoje (1,05%), estamos a meros 12,5% da máxima histórica. É pouco. Em março, essa distância era de 88%.

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Bom, a queda de hoje não surpreendeu ninguém. Ontem o Ibovespa tinha rompido a marca dos 107 mil pontos, não vista desde fevereiro. Bastava um cisco no olho para começar um movimento natural de realização de lucros. E esse cisco veio dos EUA. Começaram restrições mais pesadas por lá por causa da segunda onda.Nova York, por exemplo, anunciou que vai fechar as escolas de novo. Nisso, o S&P 500 e o Índice Nasdaq recuaram bem: 1,16% cada um.  

Por aqui, o setor que mais sofreu hoje foi um que tem muito a perder com a eventual volta de restrições mais pesadas: o das administradoras de shoppings: Multiplan (-4,11%), Cirela (-4,07%) e Iguatemi (-3,75%) ficaram entre as maiores baixas do Ibovespa. 

Por outro lado, duas das maiores altas do dia vieram justamente das aéreas, que tombam a cada notícia que tenha a ver com o vírus. A Gol subiu 3,10%; a Azul, 4,99%. 

O impulso aí foi a sequência de boas notícias sobre vacinas: o anúncio de 95% de eficácia da Pfizer na segunda, e o de que a CoronaVac foi considerada segura por um estudo publicado ontem na revista científica Lancet – a pesquisa mostra que a vacina chinesa induz à produção de anticorpos contra o Sars-Cov-2 em 97% dos casos após 28 dias. 

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Ou seja: em alguns setores, o medo vence a esperança. Em outros, temos o oposto. E no dia seguinte vira tudo do avesso. Caprichos de uma época que não vai deixar saudade. 

MAIORES ALTAS

Cogna: 5,54%

Yduqs: 5,04%

Azul: 4,99%

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Minerva: 3,57%

Gol: 3,10%

MAIORES BAIXAS

Iguatemi: – 4,31%

Multiplan: – 4,20%

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Cyrela: 4,18%

Ambev: -4,,01%

Renner: -3,54%

Petróleo

Brent: alta de 1,35%, a US$ 44,34

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WTI: 0,86%, a US$ 42,01 o barril

Dólar: alta de 0,13%, a R$ 5,33

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