Continua após publicidade

Futuros dos EUA abrem em alta; estradas do Brasil, em baixa

Se persistirem, protestos de caminhoneiros bolsonaristas podem causar crises de abastecimento. Na Europa e na Ásia, bolsas sobem e dólar cai com expectativa por Fed mais brando.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 1 nov 2022, 08h48 - Publicado em 1 nov 2022, 08h47
-
 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

A eleição deste domingo parece longe de acabar. Protestos de apoiadores do candidato derrotado Jair Bolsonaro contra o resultado das urnas ocupam desde ontem importantes vias do país, como a Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos. Foram cancelados 12 voos na segunda e 13 nesta terça. 

Segundo a Polícia Rodoviária Federal ainda restam 271 bloqueios em estradas federais, após 192 bloqueios serem desfeitos. O problema é que, apesar da ordem judicial, ainda ontem, para que a PRF acabe com todos os bloqueios, parte da polícia apoia os protestos.

Quanto mais tempo durarem os protestos, mais prejuízos eles terão para a economia. Não chega a ser algo comparável com a greve dos caminhoneiros de 2018, que parou o Brasil por 10 dias, mas é algo que já causa estragos. Além dos voos cancelados e atrasados, pode haver falhas no abastecimento, especialmente de produtos mais perecíveis. Segundo a PRF, porém, todas as vias serão liberadas ainda hoje. 

Mesmo assim, outro problema segue: Bolsonaro ainda não reconheceu derrota. Segundo Malu Gaspar, colunista do O Globo, Bolsonaro pediu ao seu partido um compilado com todos os incidentes que aconteceram nas eleições, para questionar o processo eleitoral e sua derrota. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o advogado do partido, Tarcísio Vieira de Carvalho (que já foi ministro do TSE), porém, estariam resistentes a esta nova ofensiva. Mais tumultos em torno da eleição presidencial mais apertada da jovem democracia brasileira geram desconfiança nos próprios brasileiros e nos estrangeiros, prejudicando o olhar de investidores sobre o Brasil.

Fora que uma transição entre governos parece uma miragem no momento. Sem reconhecer a derrota, dificilmente a presidência irá colaborar com a troca de informações importantes para o planejamento inicial do governo Lula. Por mais que alguns membros do governo, como o vice Hamilton Mourão, tenham se colocado à disposição, o processo de transição requer uma boa vontade do governo como um todo.

EXTERIOR

Continua após a publicidade

Lá fora, uma onda de bonança. O dólar cai, enquanto os índices futuros americanos operam em alta nesta manhã, acompanhados de desempenhos positivos na Europa e na Ásia. A bolsa de Hong Kong, inclusive, teve a maior alta diária (5,23%) desde 2009, graças a rumores de que o governo chinês prepara uma política anti-Covid menos rígida no ano que vem. Veja mais lá em baixo.

A grande esperança do mercado é a de que o Fed sinalizará um ritmo mais brando nas altas do juros do país. Amanhã, o BC americano deve subir a taxa em mais 0,75 pp – a 4%. A expectativa pessimista era de que houvesse mais uma puxada de 0,75 pp em dezembro. Agora, começa a se formar um consenso de que a próxima virá mais leve, em 0,50 pp. Ou seja: seria o primeiro sinal de arrefecimento da curva. A ver se a inflação americana, ainda em gordos 8,2%, vai deixar. 

No momento, a confiança em um aperto “menos apertado” é tanta que o dólar perde força mundo afora, desvalorizando-se 0,6% em relação a uma cesta de moedas fortes.

Boa terça e bons negócios – se os caminhoneiros deixarem.

Compartilhe essa matéria via:

 

 

humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,92%

Continua após a publicidade

Futuros Nasdaq: 1,15%

Futuros Dow: 0,61%

*às 8h19

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,58%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,59%

Continua após a publicidade

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,23%

Bolsa de Paris (CAC): -1,74%

*às 8h21

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 3,58%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,33%

Continua após a publicidade

Hong Kong (Hang Seng): 5,23%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 1,58%, a US$ 94,28

Minério de ferro: 1,84%, a US$ 80,10 por tonelada em Singapura

*às 8h23

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Conselho de administração do Twitter dissolvido

Continua após a publicidade

Elon Musk dissolveu o conselho de administração do Twitter e se nomeou o único diretor da companhia. A equipe, formada por 9 pessoas, foi a responsável pelas decisões da empresa durante a agitada negociação com o empresário. Na semana passada, Musk fez uma limpa no alto escalão da companhia, demitindo o presidente-executivo, o diretor financeiro, o diretor jurídico e o conselheiro geral. 

Segundo o Washington Post, a companhia ainda pretende demitir 25% do quadro de 7.000 funcionários em uma primeira fase de cortes. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Os desafios do próximo governo 

Em 2023, Lula assumirá o comando de um Brasil que voltou para o Mapa da Fome, tem 11% de suas crianças e adolescentes fora da escola e rankeia em oitavo na lista de países mais violentos do mundo. Na economia, as projeções de crescimento são menores que as de outros países latinoamericanos. E tem a inflação, que, apesar de seguir uma trajetória de queda desde julho, ainda está acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Em 7 gráficos, a BBC Brasil elenca os desafios econômicos e sociais do próximo governo.

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brasil, 9h: produção industrial de setembro

EUA, 10h45: PMI industrial de outubro (S&P Global)

EUA, 11h: PMI industrial de outubro (ISM)

EUA,11h: relatório sobre empregos em setembro (Jolts)

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.