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Fed brinca de Stranger Things e sobe juros como se estivéssemos nos anos 80

Mercado aposta em aumento de 0,75 ponto percentual e está de boa com isso. Bolsas apontam para alta.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 27 jul 2022, 08h42 - Publicado em 27 jul 2022, 08h40

A forte inflação global que vivemos tem despertado uma certa nostalgia dos anos 1980. Apesar do aumento de preços estar longe da loucura daquela época, a alta de juros já remonta aos tempos de Walkman e mullets.

Nesta quarta, o BC americano irá aumentar a meta para a taxa de juros dos Estados Unidos pela quarta vez neste ano, em um ritmo que não era visto desde os anos 1980, quando a inflação comeu solta mundo afora.

A expectativa do mercado é que o Fed aumente em 0,75 ponto percentual, o que levaria a faixa de juros para 2,25% – 2,5%, o mais alto patamar desde dezembro de 2018.

Acompanhe no replay

Março: alta de 0,25 pp (0,25% – 0,5%)

Maio: alta de 0,50 pp (0,75% – 1%)

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Junho: alta de 0,75 pp (1,50% – 1,75%)

Julho: ?

A alta de 0,75 p.p. não acontecia desde 1994. Duas altas dessa magnitude em sequência não existem nos registros recentes. E há quem tenha apostado, ao longo do mês, em um salto maior, de 1 ponto percentual. 

De qualquer maneira, o maior mistério é o comunicado pós reunião e o que o presidente do Fed, Jerome Powell, dirá sobre inflação e (quem sabe?) recessão. Primeiro ele era negacionista de inflação, depois virou um cavaleiro do apocalipse da alta de preços. Agora a economia dos EUA dá sinais de desaceleração, mas essas palavras ainda não entraram no vocabulário de Powell. A pergunta é: ele está pronto para colocar isso nas projeções ou chegará atrasado de novo na virada do mercado. 

Por enquanto, o Fed projeta um ciclo de alta de juros que culminaria em uma faixa de 3,25% a 3,5% ao fim deste ano, as mais altas taxas desde janeiro de 2008. Pois é, antes da monstruosa crise financeira global.

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Nada capaz de abalar investidores neste começo de manhã: os futuros das bolsas americanas operam em alta, assim como os índices europeus. O destaque são as ações de tecnologia, que receberam um sopro de alívio da Alphabet (dona do Google) e da Microsoft, que reportaram lucros no segundo trimestre.

Pelo menos, a expectativa de recessão não chega nem perto da vista naquela época. Vamos deixar a nostalgia apenas para a ficção, como em Stranger Things.

Bons negócios!

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,81%

Futuros Nasdaq: 1,35%

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Futuros Dow: 0,37%

*às 8h15

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,61%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,55%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,38%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,44%

*às 8h01

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,49%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,22%

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Hong Kong (Hang Seng): -1,13%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 0,11%, US$ 104,51

Minério de ferro: 0,36%, cotado a US$ 112,30 por tonelada em Cingapura

*às 7h05

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

PIB do Brasil, segundo o FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção do PIB do Brasil para 2022. O relatório anterior, em abril, projetava uma alta de 0,8%. Agora, a instituição estima avanço de 1,7% no final deste ano. Mesmo assim, o crescimento brasileiro fica abaixo da média dos países latino americanos, que devem crescer, como um todo, 3% este ano. Dentre os países que tiveram dados revisados pelo FMI ontem, o Brasil só fica atrás da Alemanha, que deve crescer apenas 1,2% em 2022, e a Rússia, que deve contrair 6%. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Zuckerberg 2.0

Zuckerberg tem pressa para colocar em prática uma nova fase da Meta, menos focada em redes sociais e mais centrada no metaverso. Mas o sucesso está longe de ser garantido: recentemente, os lucros da Meta caíram e a receita diminuiu, pois a empresa gastou demais com o projeto de mundo imersivo enquanto a desaceleração econômica prejudicou seus negócios de publicidade. O New York Times conta quais são os planos de Zuckerberg daqui pra frente.

Rota do ouro

Parte do ouro garimpado ilegalmente na Amazônia foi parar nos aparelhos eletrônicos da Apple e da Microsoft e nos super-servidores do Google e da Amazon. Entre 2020 e 2021, as quatro big techs compraram de duas refinadoras investigadas pela Polícia Federal brasileira por extração ilegal do metal: a italiana Chimet e a brasileira Marsam. A investigação é da Repórter Brasil, que conta o caso aqui

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h30: encomendas de bens duráveis e estoques do atacado nos EUA em junho

11h30: estoques de petróleo nos EUA na semana até 22/07

14h30: relatório mensal da dívida pública brasileira de junho

15h: Fed anuncia decisão de juros

15h30: coletiva de imprensa com Jerome Powell

Temporada de balanços
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Antes da abertura do mercado: Klabin

Após o fechamento do mercado: Meta e Ford, nos EUA; Assaí, EDP Brasil, GPA e Suzano, no Brasil

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