Relâmpago: Assine Digital Completo por 1,99/mês

Entenda por que investidores têm medo da inversão da curva de juros dos EUA

Bolsas americanas apontam para dia calmo, enquanto petróleo cai 3%.

Por Tássia Kastner, Juliana Américo, Guilherme Jacques
Atualizado em 16 dez 2024, 16h08 - Publicado em 28 mar 2022, 08h20
-
 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Dinheiro tem valor no tempo – e é fácil de entender. Você tem R$ 5.000 na mão e decide comprar um iPhone. Legal. Mas você também pode guardar essa grana, desde que tenha a convicção de que esses mesmos R$ 5.000 vão ser capazes de comprar um aparelho melhor daqui um ano ou dois.

Para isso você investe o dinheiro, claro, ou a inflação vai tungar uma parte do que você tem. Só vai dar certo se o rendimento da aplicação for maior que a alta de preços. E como você abriu mão de andar por aí com um aparelho novinho hoje, vai querer ser recompensado com um trocado a mais. Quanto mais você adia esse sonho, mais grana você quer pelo seu investimento. Natural.

Isso explica por que a tendência é que os juros no curto prazo sejam sempre menores que no futuro. Todo mundo quer uma recompensa para deixar de gastar. A diferença de taxas no tempo é o que o mercado chama de curva de juros futuros.

Só tem um detalhe. Isso só funciona quando a economia caminha em suas condições normais de temperatura e pressão. Em que a economia vai continuar crescendo e todo mundo vai continuar precisando de dinheiro.

Agora que a inflação está escalando no mundo todo, bancos centrais estão correndo atrás do prejuízo e indicando um aumento de juros para contê-la. Esses juros são de curto prazo, que servem para enxugar dinheiro da economia. Quem quiser o seu dinheiro emprestado precisa pagar mais caro. Aí o dinheiro circula mais devagar pelas engrenagens da economia e a inflação começa a baixar. 

Na cabeça dos investidores, isso quer dizer o seguinte. A inflação vai subir de uma maneira tão assustadora que o Fed (o Banco Central dos EUA) vai precisar apertar o torniquete dos juros para domar a alta de preços. Isso drena dinheiro de uma maneira tão atroz que o efeito colateral será o de jogar a economia americana em uma recessão.

Depois que o Fed indicou que poderá subir os juros dos EUA em 0,50 ponto percentual em maio, investidores se assustaram – o cenário base até então era 0,25 p.p.

Continua após a publicidade

A curva de juros futuros dos Estados Unidos começou a apresentar inversões na semana passada. A taxa de cinco anos estava mais alta que a de 10. Nesta segunda, houve mais uma inversão. Os juros de cinco anos estão mais caros que os de 30 anos. Isso não acontecia desde 2006, o período que antecedeu a crise imobiliária americana.

É muito cedo para saber se o fenômeno de 2022 vai levar a uma recessão. Em 2019, quando o Fed começou a subir juros nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos de dois e dez anos também se inverteram. A crise nunca chegou, mas houve uma pandemia e a política de juro zero que levou à inflação. 

No fundo, investidores tratam a curva de juros como os cavaleiros do apocalipse.

Ainda assim, o medo hoje está reduzido. Os futuros das bolsas americanas operam perto da estabilidade.

No mundo mais concreto, o aumento de casos de covid voltaram a preocupar a China. Desta vez, o governo determinou lockdown de nove dias em Xangai – principal centro financeiro do país.  A paralisação de Xangai acabou gerando um temor de menor demanda de combustíveis, o que ajuda a baixar o preço do petróleo. A commodity cai mais de 3%, mas ainda a cotação do barril permanece acima dos US$ 116. 

Continua após a publicidade

Além disso, o mercado acompanha as negociações entre Rússia e Ucrânia. Ontem, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que está disposto a discutir um status de neutralidade como parte de um acordo de paz. A neutralidade é uma exigência russa, que chegou a usar a Suécia e a Áustria como exemplo – e aí, a Ucrânia seria desmilitarizada e não poderia tomar partido em futuros conflitos. A nova rodada de negociação entre os dois países deve acontecer amanhã.

Compartilhe essa matéria via:

humorômetro: o dia começou sem tendência definida

Futuros S&P 500: 0,04%

Futuros Nasdaq: -0,07%

Continua após a publicidade

Futuros Dow: 0,08%

*às 8h00

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,53%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,46%

Continua após a publicidade

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,61%

Bolsa de Paris (CAC): 1,52%

*às 7h46

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,63%

Continua após a publicidade

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,73%

Hong Kong (Hang Seng): 1,31%

Commodities

Brent: -3,66%, a US$ 116,23*

Minério de ferro: 0,42%, a US$ 153,80, na bolsa de Cingapura

*às 7h47

Agenda

8h25 O Banco Central divulga o Boletim Focus com as expectativas atualizadas do mercado para juros, inflação, dólar e PIB.

market facts

Livre mercado?

O governo prepara uma medida provisória para tributar a compra de produtos via sites como Shopee e AliExpress. A medida foi anunciada pelo secretário especial da Receita Federal, Julio Gomes, e responde à pressão de varejistas do país, entre eles ​​o governista Luciano Hang, da Havan, e Alexandre Ostrowiecki, da Multilaser. Eles vinham reclamando que a concorrência dos sites chineses era desleal. Os sites chineses têm sido chamados de “camelódromos virtuais”, apelido que no passado era atribuído ao Mercado Livre.

Guerra

A seguradora Zurich Insurance removeu, temporariamente, o seu logotipo nas redes sociais – era um “Z” branco em um fundo azul. Acontece que a letra “Z” se tornou um símbolo de apoio à invasão russa na Ucrânia e significa “Za pobedu” (pela vitória, em russo). A companhia, claro, não quer ser confundida. No início do mês, a Zurich também se uniu às companhias que estão boicotando o país. Ela afirmou que não renovará contratos existentes e nem aceitará novos clientes na região.

Vale a pena ler:

Com a palavra, os russos

O tsunami de sanções contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia, atingiu mais que o Kremlin. Seja pela suspensão de exportações para o país ou das linhas de produção em território russo, os varejistas locais estão observando seus estoques aproximando-se do zero sem qualquer alternativa para repô-los. O The Guardian ouviu o relato de um deles. Leia aqui.

Diversificando o negócio

A varejista de brinquedos Ri Happy está analisando  a possibilidade de fusões e aquisições de negócios nas áreas de saúde, educação e entretenimento – todos com foco no público infantil e adolescente. De acordo com Ronaldo Pereira, presidente da companhia, a primeira diversificação será com a abertura de um buffet infantil na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo. O plano é abrir 100 unidades nos próximos três anos. Leia aqui.

-

Esta é a última semana de balanços e hoje é a Ânima Educação que divulga os seus resultados do quarto trimestre.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 65% OFF

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.