Continua após publicidade

Eneva (ENEV3) e Vibra (VBBR3) caem após proposta de fusão; Ibovespa fica de lado

Operação poderia criar gigante do setor de energia combinando dois perfis diferentes de negócios; veja prós e contras.

Por Bruno Carbinatto
27 nov 2023, 19h11
-
 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/Unsplash/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

O Ibovespa começou a semana com uma segunda-feira preguiçosa – quem nunca, não é mesmo?

Sem grandes novidades tanto aqui quanto nos EUA, o índice passou a maior parte do dia de lado, perto da estabilidade. Fechou com alta de 0,17%, aos 125 mil pontos, mantendo o viés otimista de novembro, que já acumula 11% de ganhos. Das 86 ações, 50 subiram.

O destaque do dia ficou quase todo para o noticiário corporativo. Vamos a ele.

ENEV3 + VBBR3: vem aí?

Mais especificamente, quem protagonizou o pregão foi a notícia de que a Eneva (ENEV3) está propondo uma fusão com a Vibra Energia (VBBR3), a versão privatizada da antiga BR Distribuidora. A proposta é que a operação seja um “merger of equals” (fusão de iguais), ou seja, que, após a combinação, as ações da nova operação sejam dividida 50/50 entre os acionistas de cada empresa – o que significaria, na prática, um prêmio para a Eneva, já que ela vale menos na bolsa do que a Vibra (R$ 21 bi x R$ 26 bi). 

Ambas compartilham um mesmo acionista, a gestora Dynamo, que apoia a ideia e foi o principal responsável por seu avanço.

Continua após a publicidade

Caso concretizada, a fusão criaria uma gigante no setor de energia, valendo quase R$ 50 bi, atrás só da Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET6). Seria um negócio com atuação em várias frentes: desde o segmento de combustíveis até geração, comercialização e distribuição de energia, também com um destaque menor para a área de renováveis. A proposta é válida por 15 dias e ainda será avaliada pela Vibra.

Nesta segunda-feira, as ações envolvidas já abriram o dia em forte volatilidade, à medida que analistas e o mercado em geral avaliam os prós e os contras da possível fusão. Para a Eneva, o casamento ajudaria, principalmente, com a questão da sua relevante alavancagem – que está em 4,2 na medida dívida líquida/Ebitda. A empresa está endividada justamente porque apostou em várias aquisições recentemente – porque é um negócio com forte perspectiva de crescimento e aposta na expansão.

Já a Vibra é desalavancada, com forte geração de caixa e ótima pagadora de dividendos, porém com menos investimentos com foco em crescimento. De certa forma, esses perfis distintos se complementariam, na visão de parte dos analistas – criando um negócio capaz de investir tanto em expansão como em distribuição de proventos.

Além disso, no longo prazo, a fusão parece fazer sentido para a Vibra porque a tendência é que o setor de postos de gasolina perca força com a transição energética e o abandono gradual dos combustíveis fósseis. A combinação com a Eneva, então, traria diversificação para a empresa. Ao mesmo tempo, traria mais riscos com seu perfil de expansão, ao contrário do modelo mais consolidado e focado em dividendos da VBBR3 atual. 

Ambas empresas são corporations, ou seja, sem um controlador único. O maior acionista da Vibra é justamente a Dynamo, que costurou a ideia da fusão, com 10,3% da empresa. Na Eneva, ela também tem uma fatia parecida: 10,77%, mas fica atrás dos dois maiores acionistas, o BTG Pactual e o Cambuhy (da família Moreira Salles). 

Continua após a publicidade

Vale lembrar que a Petrobras não é mais acionista da Vibra desde 2021, quando concluiu seu processo de se desfazer das ações. Entre o governo petista, uma parte circula a ideia de reestatizar a empresa, mas nada concreto de fato que chegue a influenciar o mercado.

E o que o mercado achou da operação? As ações começaram o dia no azul, mas foram marcadas por forte volatilidade, até que firmaram em queda forte. No final, ambas tiveram tombos parecidos: -2,52% para ENEV3, -2,43% para a VBBR3. Vale ressaltar que o pregão foi negativo para o setor de energia em geral.

Para além disso

O mercado acompanhou, também, a votação no STF para julgar o drama do pagamentos dos precatórios, as dívidas que a União precisa pagar após decisão judicial definitiva. O Supremo Tribunal formou maioria para atender ao pedido do governo federal, que quer pagar  R$ 95 bilhões de dívidas em créditos extraordinários, uma manobra que também tira esse montante do cálculo da meta fiscal.

Nos EUA, o dia foi marcado pelo modo espera, porque a semana reserva uma série de indicadores importantes para a economia americana, incluindo PIB e inflação.

Continua após a publicidade

No mercado internacional, o foco foi para a cotação do petróleo, que caiu 0,75%. Isso porque a Opep+, cartel que concentra importantes produtores da commodity, está batendo cabeça sobre quais devem ser os próximos passos do bloco. A Arábia Saudita, mais importante país do grupo, quer estipular novos cortes de produção, de modo a restringir a oferta e aumentar o preço do barril, que vem em trajetória de queda. Mas nem todos os membros concordam, e o mercado assiste ao impasse à espera de novas informações.

Bom descanso e até amanhã.

Compartilhe essa matéria via:

MAIORES ALTAS 

Yduqs (YDUQ3): 10,73%

Cogna (COGN3): 7,19%

Continua após a publicidade

CSN Mineração (CMIN3): 6,28%

Gol (GOLL4): 3,85%

Eztec (EZTC3): 3,48%

MAIORES BAIXAS

Raízen (RAIZ4): -5,08%

Continua após a publicidade

3R Petroleum (RRRP3): -4,27%

Pão de Açúcar (PCAR3): -3,37%

Vamos (VAMO3): -3,28%

Hypera (HYPE3): -2,59%

Ibovespa: 0,17%, aos 125.731 pontos

Em Nova York

S&P 500: -0,20%, aos 4.550 pontos

Nasdaq: -0,07%, aos 14.241 pontos

Dow Jones: -0,16%, aos 35.333 pontos

Dólar: 0,03%, a R$ 4,8997

Petróleo 

Brent: -0,75%, a US$ 79,87

WTI: -0,90%, a US$ 74,86

Minério de ferro: 0,36%, cotada a US$ 138,09 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.