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Em busca de um milagre: Ibovespa caminha para terminar o ano com queda de 11%.

Já o americano S&P 500 começa a última semana de 2021 no azul e buscando bater recorde (de novo), apesar da baixa liquidez.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 27 dez 2021, 08h17 - Publicado em 27 dez 2021, 08h16

Bom dia!

Na volta do feriado de Natal, o mercado americano amanheceu morno, mas os contratos futuros dos principais índices ainda apontam para uma leve alta de 0,2%. Isso depois de um pregão natalino bastante positivo por lá, que levou o S&P 500 a renovar seu recorde de fechamento.

Não que tenha sido uma raridade, claro. Em 2021, até agora, o maior e mais importante índice acionário americano bateu seu próprio recorde de fechamento 68 vezes. No ano, os ganhos acumulam impressionantes 27%, depois de uma subida de 16% em 2020. Os valores polpudos se devem a uma política de estímulos generosa do Fed, o BC americano, combinada com resultados robustos de empresas em seus balanços trimestrais, mostrando que a economia americana está a todo vapor depois da pandemia.

Por aqui, você sabe, as coisas não vão tão bem assim. Na verdade, nada bem: a queda no Ibovespa até agora é de mais de 11%. O índice caminha para registrar seu pior ano desde 2015, quando perdeu 13,3%.

A agenda econômica da última semana do ano é esvaziada, com as bolsas fechadas nesta segunda-feira em Londres, Hong Kong e na Austrália. Os pregões que ocorrem devem ser mornos, já que muitos investidores emendaram o recesso. Com a baixa liquidez, o mercado tende a ficar instável e mais suscetível a mudanças de humor repentinas.

Sem grandes novidades, o mercado continua a ficar de olho na variante Ômicron e em seus impactos na economia global. No feriado natalino, a variante se mostrou avançar com rapidez: França e Reino Unido reportaram seus recordes de casos diários nesse fim de semana, e o mesmo aconteceu em populosos estados americanos, como Nova York e Flórida. 

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Mais: o vírus ajudou a cancelar pelo menos 7 mil voos mundo afora em pleno feriadão, com um grande número de infecções entre funcionários de companhias aéreas. 

Mas investidores não se deixaram abalar, pelo menos por enquanto; o mercado continua apostando, agora com mais dados, que a variante não vai causar tanto estrago porque os países não precisarão adotar medidas tão como lockdown para contê-la. 

De certa forma, faz sentido. Apesar da curva de casos crescente, o número de mortes e hospitalizações permanece baixo, e mais e mais estudos reforçam a suspeita inicial de que a variante é menos letal que suas antecessoras. 

Além disso, três doses de vacina se mostraram altamente eficazes em impedir mortes e casos graves. De qualquer forma, um pézinho na cautela é sempre bem-vindo; afinal, mesmo pouco agressiva, a Ômicron ainda pode lotar o sistema de saúde se infectar muita gente ao mesmo tempo, como alertou Anthony Fauci, conselheiro científico da Casa Branca. 

É com esse otimismo cauteloso que os mercados americanos começam a última semana do ano. Por aqui, ao que tudo indica, temos que nos contentar só com a cautela mesmo.

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Boa semana.

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Humorômetro - dia com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,21%

Futuros Nasdaq: 0,28%

Futuros Dow: 0,09%

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*às 7h58

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,10%

Bolsa de Londres (FTSE 100): Feriado prolongado, sem negociação

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,16%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,08%

*às 8h00

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,41%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,37%

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Hong Kong (Hang Seng): Feriado prolongado, sem negociação

Commodities

Brent: 0,11%, a US$ 76,22

*às 7h47

Agenda

Dia de agenda esvaziada.

market facts

Junto e misturado

As transações de fusão e aquisição cresceram 52% no Brasil até novembro deste ano, e devem fechar 2021 em valor recorde. É o que revelam os dados da consultoria Duff & Phelps, divulgados pela Folha. Foram 1.455 fusões e aquisições nestes 11 meses analisados, e a expectativa é que o valor atinja 1500 quando dezembro for adicionado na conta. A tendência é global: no mundo, o aumento foi de 63% no ano, de acordo com a Dealogic.

PIBão

US$ 100 trilhões – esse deve ser o PIB mundial em 2022, de acordo com a mais nova projeção do think-tank britânico Centre for Economics and Business Research. O ano que vem aí marcará a primeira vez que o planeta atingirá a marca de três dígitos trilionários – uma surpresa positiva, já que, anteriormente, o mesmo grupo estimou que isso só aconteceria em 2024. As previsões do novo relatório estão alinhadas com as de outros órgãos, como a do FMI. Entre os destaques, a China deve superar o PIB dos EUA somente em 2030 – dois anos mais tarde do que se previa. E a Alemanha deve superar o Japão, atual terceira economia, em 2031. Já o Brasil terá um ganho modesto: de 11ª para 9ª economia até 2036. 

Vale a pena ler:

Escândalos milionários

US$ 7 milhões – esse foi o valor pago pelo Airbnb para uma mulher australiana não-identificada depois que ela foi vítima de violência sexual em um apartamento em Nova York alugado pela plataforma. O caso ocorreu em 2015, mas só veio à tona agora, muito em parte dos esforços da empresa em evitar um escândalo público. E não é, nem de longe, o único do tipo, e a política da empresa para lidar com casos como esse é pouco transparente.

Nesta longa reportagem, a Bloomberg conversou com funcionários e ex-funcionários do Airbnb para entender como a empresa lida com situações que podem ser horríveis – tanto para as vítimas como para a reputação da companhia. Leia aqui (em inglês).

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