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Desaceleração da economia global deixa bolsas no vermelho antes do feriado

Depois de dados ruins da China, hoje foi a vez da zona do euro mostrar sinais de fraqueza. A pressão da alta do petróleo na inflação também não ajuda

Por Jasmine Olga
Atualizado em 21 out 2024, 10h22 - Publicado em 6 set 2023, 08h41
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 (Tiago Araújo/Você S/A)
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É quase uma tradição. Por melhor que sejam os humores no mercado financeiro, a probabilidade de que a véspera de um feriado seja marcada por uma maior cautela dos investidores é altíssima — por mais que a B3 não adote o feriadão de quatro dias como os mortais privilegiados desse país. 

Isso porque as coisas podem mudar muito rapidamente em questão de poucos dias – e horas – e ninguém quer arriscar uma eventual surpresa negativa na volta das negociação. Hoje, no entanto, há mais do que a pausa para o 7 de setembro na cesta de preocupações dos investidores brasileiros. 

É que o clima no exterior não ajuda. As bolsas europeias e os índices futuros de Wall Street operam no vermelho nesta manhã. 

Os últimos números divulgados das economias chinesa e da zona do euro  mostram que o ritmo de crescimento da economia global ainda é uma grande incógnita. Tudo isso enquanto uma nova alta do petróleo ameaça reaquecer a inflação global — dificultando ainda mais o trabalho dos bancos centrais. 

A China é o primeiro problema — assim como vem sendo a tendência dos últimos meses. No início da semana, a segunda maior economia do mundo mostrou dados do setor de serviços que desagradaram os investidores e, nos próximos dias, os números da balança comercial de agosto e da inflação devem ser conhecidos. 

Na Europa, a raiz do mau humor está nos números fracos da zona do euro. A Alemanha, maior economia do bloco, viu as encomendas à indústria desabarem 11,9% em julho, enquanto as vendas no varejo em julho recuaram 0,2% na União Europeia. 

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Ainda nesta manhã, dados dos índices de gerente de compra (PMIs, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e da economia global devem dar uma fotografia mais detalhada do ritmo da atividade econômica no mundo. Em julho, os dois indicadores ficaram acima da casa dos 52. Caso o número venha abaixo de 50, a leitura é de uma desaceleração da economia. 

A decisão da Rússia e da Arábia Saudita de prolongar a redução da oferta de petróleo para manter o preço do barril da commodity mais elevado também não ajuda e só coloca mais lenha na fogueira. 

É que com uma economia fraca e uma eventual aceleração da inflação por conta da alta nos preços dos combustíveis, os bancos centrais globais voltam a se ver em uma saia justa — como elevar os juros para conter a inflação sem aumentar ainda mais os riscos de uma recessão?

No Brasil e no mundo, o cenário adverso tem impacto direto no mercado de juros futuros. Por exemplo, quem já apostava uma queda de 0, 75 ponto percentual na Selic próxima reunião do Copom, volta para a estimativa mais conservadora (e já sinalizada pelo BC) de -0,50 p.p. 

Nos Estados Unidos, a agenda do dia pode dar algumas dicas para qual deve ser o caminho seguido pelo Fomc (o Copom dos EUA): às 15h, o Livro Bege do Fed, relatório com uma análise sobre a atual situação econômica do país e que serve de base para as discussões de política monetária, será divulgado. 

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Bons negócios!

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros do S&P 500: -0,23%

Futuros do Nasdaq: -0,32%

Futuros do Dow Jones: -0,18%

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*às 8h12

market facts

Via (VIIA3) lança follow-on

Nesta terça-feira (5), a Via anunciou uma oferta de ações para levantar quase R$ 1 bilhão. O plano é usar os recursos para “melhorar a estrutura de capital da companhia”. Em português: a varejista precisa reduzir seu endividamento, que soma R$ 3,6 bilhões – o patrimônio líquido é de R$ 4,6 bilhões. 

Aproximadamente ⅓ da dívida é de curto prazo, ou seja, vence nos próximos 12 meses. Ao mesmo tempo, a geração de caixa da empresa está baixa, o que coloca a capacidade de honrar esses pagamentos em risco. Em empréstimo a empresas, os contratos costumam ter covenants, uma série de parâmetros financeiros que não podem ser descumpridos. Se forem, a dívida tem vencimento antecipado.

Daí a necessidade da oferta de ações. O plano é captar R$ 981 milhões, por meio da emissão de 778 milhões de novos papéis ordinários. 

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Por ser uma oferta primária, ela dilui a participação de acionistas – que passam a ter direito a uma fatia menor de futuros dividendos. Por essa razão, desde que o follow-on foi anunciado, os papéis da empresa vêm sendo pressionada para baixo. Na véspera, VIIA3 fechou em queda de 7,14%, cotada a R$ 1,17.


Agenda

14h30 BC: Fluxo cambial semanal

15h EUA: Fed divulga Livro Bege

17h30: Estoques semanais de petróleo nos EUA

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Europa

              • Índice europeu (Euro Stoxx 50):  -0,65%
              • Londres (FTSE 100): -0,66%
              • Frankfurt (Dax): -0,34%
              • Paris (CAC): -0,67%

              *às 8h15

              Fechamento na Ásia

                • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,22%
                • Hong Kong (Hang Seng): -0,04%
                • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,62%

                Commodities

                      • Brent: -0,57%, a US$89,53
                      • Minério de ferro: 0,96%, a US$ 116,10 por tonelada em Cingapura
                      Vale a pena ler:
                      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

                      Por videogames menos violentos

                      Na lista dos 20 videogames mais vendidos este ano, 15 deles apresentam alguma forma de combate. Mas existem desenvolvedores e jogadores que querem mudar isso. À medida que os jogos se tornam um passatempo para toda a família, esta reportagem do The Economist mostra que há uma demanda crescente por jogos videogames com histórias gentis, trazendo um contraponto às produções barulhentas e de grande orçamento que dominam sua imagem pública.

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