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Depois da crise bancária, vem a bonança?

Mercado está otimista com o possível aumento de apenas 0,25 p.p. no juro americano e com a ajuda ao First Republic Bank.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 27 mar 2024, 14h52 - Publicado em 21 mar 2023, 08h41

Nada como uma crise bancária para desencadear ajudas ao mercado financeiro. Uma delas pode vir amanhã: o Fed deve subir os juros nos EUA menos do que o esperado antes desse turbilhão que começou com a falência do SVB. No lugar de 0,5 ponto percentual, as apostas são que a Selic americana vai aumentar 0,25 p.p., indo a 5% ao ano. Isso se o BC do Tio Sam não resolver pausar temporariamente o ajuste, dado o cenário. Foram justamente os juros altos que dificultaram a vida dos bancos médios nos EUA.

Outro facilitador pode ser a expansão da proteção do FDIC (espécie de FGC deles) para todos os depósitos temporariamente, caso a turbulência se agrave. Isso deixaria os clientes mais calmos, reduzindo os saques. Os parlamentares americanos também já discutem o aumento do limite de proteção, hoje de US$ 250 mil.

Dos bancos, a ajuda pode ser a salvação, em definitivo, do First Republic Bank, um banco médio de São Francisco que enfrenta uma onda de resgates. Ontem, as ações da instituição caíram 47% e, em março, acumulam queda de 90%. Os banqueiros ainda discutem qual a melhor forma de ajudá-la e, assim, quem sabe, estancar a crise bancária. Dentre as opções estão a injeção de capital no First Republic e a compra integral do banco.

Ainda não dá para saber se a crise bancária está acabando ou apenas começando. Mas o rápido socorro aos bancos dá a impressão de que o pior já passou, especialmente com o casamento forçado entre UBS e Credit Suisse. Tanto que os índices futuros americanos, e o petróleo, operam em alta.

Aparentemente, as autoridades aprenderam com os erros do passado e querem evitar, a qualquer custo, uma crise semelhante à de 2008. Amém.

Bons negócios!

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,65%Futuros Nasdaq: 0,32%Futuros Dow: 0,81%

*às 8h33

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

O que era ruim piorou: as novas demissões nas techs

A Amazon anunciou que vai demitir mais 9 mil funcionários. Isso menos de um mês depois de terminar a limpa de outras 18 mil vagas, numa rodada de demissões anunciada em janeiro. Com a notícia, as ações da cria de Jeff Bezos na Nasdaq caíram 1,25%, a US$ 97,71. Em um ano, a queda é de 39,49%.  

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Não é só a Amazon que tem intensificado sua estratégia de enxugar gastos. Com o medo de recessão mais forte nas últimas semanas, o setor de tecnologia não quer esperar para ver. Na semana passada, a Meta também anunciou a demissão de outros 10 mil, que se somam aos 11 mil demitidos em novembro. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Suíça, 9h30: Lagarde (BCE) participa de painel pré-gravado em evento do BIS;

EUA, 11h: vendas de moradias usadas em fevereiro;

Brasil, 11h40: Haddad participa do seminário do BNDES ‘Uma Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI’;

Reino Unido, 12h: ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, testemunha na Câmara;

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Brasil, 12h: secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, participa de reunião-almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo;

EUA, 17h30: estoques de petróleo do API.

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,64%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,34%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,73%

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Bolsa de Paris (CAC): 1,59%

*às 8h22

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,10%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): fechada para feriado

Hong Kong (Hang Seng): 1,36%

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Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 0,62% a US$ 74,25 o barril

*às 8h389

Minério de ferro: -2,22%, a US$ 127,93 por tonelada, em Dalian (China)

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

O fim de uma era

Nas últimas duas semanas, o mercado financeiro tem vivido a versão contemporânea das 10 pragas do Egito. Alguns de seus piores pesadelos viraram realidade, e ainda dá pra piorar. Para a Bloomberg, a coisa é tão séria que marca o fim de uma era para a economia global: tempos de inflação baixa e estável, acompanhada de juros baixos – que beneficiaram startups, criptos e bancos regionais. Aqui, o jornal traça a linha do tempo do apocalipse, explica porquê ele era inevitável e o que pode estar por vir. 

Economia tupiniquim, segundo Stiglitz

Joseph Stiglitz, o vencedor do Nobel de Economia em 2001, categorizou a Selic a 13,75% ao ano como “pena de morte”. Para ele, o fato de que a economia brasileira vem sobrevivendo ao nível tão alto da taxa de juros é quase mágica. E os mágicos, para ele, são os bancos de desenvolvimento estatais, que têm fomentado a inovação e o empreendedorismo. Stiglitz esteve em um  seminário organizado pelo BNDES na segunda-feira. Esta reportagem do Globo conta o que o Nobel pensa sobre a economia brasileira. 

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