Dados fracos da China voltam a decepcionar e ameaçam bom humor na bolsa

As exportações do gigante asiático caíram 12,4%, indicando uma menor demanda global. Mesmo assim, investidores ainda festejam a queda da inflação nos EUA.

Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
Atualizado em 13 jul 2023, 08h19 - Publicado em 13 jul 2023, 08h18
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

O dia começa com más notícias vindas da China – mais indícios de que a economia por lá anda cambaleante

As exportações do gigante asiático tiveram uma queda de 12,4% em junho na comparação anual, pior que a previsão (-9,2%). Já as importações também tiveram queda maior do que a esperada – -6,8%, contra os -4% estimados. Em maio, ambos os dados também tinham vindo no vermelho.

Já o superávit comercial do país fechou em US$ 70,62 bilhões, bem abaixo dos  US$ 74,00 bilhões esperados pelo mercado.

Os números muito fracos indicam que a recuperação chinesa após o fim da política de Covid-zero, no final de 2022, ainda está lenta. E que, com bancos centrais subindo os juros para combater a inflação, a demanda global também também não anda aquecida, o que pode ter impacto direto nas commodities – e, consequentemente, no Ibovespa.

Presságio de um mau dia para o mercado, então? Não necessariamente: o dado chinês acabou virando nota de rodapé e as bolsas asiáticas fecharam em alta (veja abaixo). Bolsas europeias e futuros americanos também estão no azul esta manhã, e até commodities sobem.

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Motivo: todo mundo ainda comemora a inflação americana, que veio ontem abaixo do esperado (3%) e garantiu a festa dos investidores. O bom humor foi tanto que virou a noite e segue nesta quinta-feira.

Isso porque a aposta majoritária no mercado é a seguinte: o Fed provavelmente vai subir os juros novamente este mês, mas, depois, pausar ou até cessar de vez o aperto monetário, caso a inflação siga na trajetória atual de queda.

Hoje tem outro dado que pode ajudar a calibrar melhor essa previsão: o PPI, inflação ao produtor americano. Ele sai às 9h30, quando também é divulgado o número de novos pedidos de seguro-desemprego no país (outra métrica importante para medir a força do mercado de trabalho e guiar os passos do Fed).

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,35%

Futuros Nasdaq: 0,72%

Futuros Dow Jones: 0,17%

*às 7h57

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Nova oferta pela Braskem 

Velha conhecida do mercado pelos seus investimentos na JBS, a J&F acaba de entrar na briga pela Braskem. A holding fez uma proposta de R$ 10 bilhões para comprar a fatia de 50,1% da Novonor, antiga Odebrecht.

Segundo o site Pipeline, do Valor Econômico, a oferta foi apresentada na terça-feira (11) de noite aos bancos que são credores da Novonor. A dívida da empresa com as instituições bancárias tem como garantia suas ações da Braskem.

A J&F, que pertence à família Batista, já havia demonstrado interesse pela petroquímica em 2022. Mas ela não é a única: a entrada da holding engrossa a lista de ofertas pela participação na Braskem, que já conta com Unipar e um consórcio formado pelo grupo árabe Adnoc e a gestora Apollo.

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Apesar do valor da oferta da Unipar e da J&F ser o mesmo, segundo o Pipeline, ela agrada mais aos bancos por não deixar nenhuma parcela à família Odebrecht. Na proposta da Unipar, a Novonor seguiria como acionista — ainda que com uma participação menor, de 4%. Apesar disso, a oferta da J&F não seria suficiente para pagar as dívidas da Novonor com os bancos, que soma R$ 15 bilhões. 

Ontem, as ações da Braskem registraram alta de 0,38%, a R$ 26,18. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

08h30: Banco Central Europeu (BCE) divulga ata da última decisão monetária

9h30 Departamento do Trabalho divulga PPI (inflação ao produtor) dos EUA 

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9h30 Departamento do Trabalho divulga número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA

Europa

  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,72%
  • Londres (FTSE 100): 0,22%
  • Frankfurt (Dax): 0,59%
  • Paris (CAC): 0,62%

*às 8h04

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,43%
  • Hong Kong (Hang Seng): 2,60% 
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,49%
Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Brent: 0,19%, a US$ 80,26
  • Minério de ferro: 1,59% a US$ 115,73 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

*às 8h02

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Déficit habitacional

Dados do Censo mostram que, em 2022, o Brasil tinha quase 12 milhões de domicílios vazios, o dobro da quantidade observada em 2010. Alguns especialistas culpam a pandemia, que agravou a crise de renda e dificultou acesso a residências; outros apontam para uma sofisticação na contagem de imóveis vazios por parte do IBGE. Independente das causas, há um consenso de que a magnitude do número — tanto de imóveis vazios quanto de pessoas sem moradia — renovam a urgência do debate sobre política habitacional no país. Esse é o tema desta reportagem do Valor.

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