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Dados de emprego e revisão do PIB dão o tom nos EUA

Sequência de dados econômicos na semana darão novas pistas sobre próximos passos do Fed; no Brasil, continua a saga do Orçamento.

Por Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h23 - Publicado em 30 ago 2023, 08h09
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 (--/Você S/A)
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Bom dia!

Nos EUA, segue a bateria de dados econômicos que darão um norte sobre as próximas decisões de política monetária do BC americano. 

Hoje são dois relatórios: o ADP, de dados de emprego no setor privado, e a revisão do PIB do segundo trimestre. Na estimativa “avançada”, divulgada no fim de julho, os EUA registraram crescimento de 2,4% (é a conta anualizada, que estima quanto seria a alta em 12 meses repetindo o desempenho do trimestre). Acontece que o “IBGE” gringo vai incorporando novos dados que ainda não estavam disponíveis e ajustando o PIB trimestral ao longo dos meses, para que ele reflita melhor o estado da economia.

Ontem, o Jolts – um relatório que acompanha a abertura de novos postos de trabalho em um mês – registrou alta de 8,8 milhões de vagas em julho. Foi aquém das expectativas do mercado, que estimava adição de 9,4 mi. 

Teve também o Índice de Confiança do Consumidor de agosto, que mostrou que a população americana anda menos segura sobre o desempenho da economia. O marcador caiu para 106 pontos – contra 114 em julho e expectativa de 116. Segundo o documento, o aumento do pessimismo se deve à percepção de que a inflação tem caído em menor ritmo. Além da alta dos combustíveis: por lá, em agosto, a gasolina bateu seu recorde de preço para 2023. 

Juntos, os dois dados, que indicam esfriamento da economia, ajudaram a sustentar a aposta de que o Fed vai manter o juros no patamar de 5,5% na próxima reunião, que rola daqui a 21 dias. 

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Segundo dados do CME, 86,5% dos agentes do mercado acreditam na manutenção em setembro. Para o fim do ano, a aposta já é mais dividida: 50,1% acredita na manutenção dos 5,5%, enquanto 40,4% conta com alta de 0,25p.p., para 5,75%.

Nos próximos dias, mais dois dados econômicos importantes mexerão com as expectativas de Wall Street: amanhã sai o PCE, o índice de inflação preferido do Fed; na sexta, é divulgado o payroll, que trará mais detalhes sobre o mercado de trabalho americano em agosto. 

No Brasil 

Por aqui, as atenções continuam voltadas para a saga da agenda econômica em Brasília. 

Ontem, surgiram rumores de que os ministros Rui Costa, Esther Dweck e Simone Tebet – que compõem a Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável pelas diretrizes do Orçamento – haviam decidido apoiar um déficit primário de até 0,75% do PIB no Orçamento de 2024. Isso contra a vontade de Haddad, que ainda sustenta a intenção de zerar o déficit até o final do ano que vem. 

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Ontem, depois de uma reunião com o presidente Lula, Haddad e Tebet negaram qualquer alteração na rota. 

Para conseguir zerar o déficit, o Ministério da Fazenda precisa garantir novas fontes de arrecadação: o governo avalia serem necessários R$ 130 bilhões em receitas extras para cumprir a meta. O pacote tributário, no entanto, vem sofrendo resistência na Câmara. Para seguir em frente com a ideia, Haddad precisará de rebolado político. 

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)
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Futuros S&P 500: -0,07%

Futuros Nasdaq: -0,14%

Futuros Dow Jones: 0,05%

*às 8h02

market facts

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123milhas entra com pedido de recuperação judicial

A crise da 123 Milhas continua. A agência de viagens pediu proteção à Justiça contra credores e declarou R$ 2,3 bilhões em dívidas. Na ação, a companhia também demandou a suspensão imediata das ações judiciais que cobram a emissão das passagens “promo” que ela vendia.

Só em Minas, onde está sediada, já são mais de 600 processos. 

A crise começou há 10 dias, quando a companhia enviou um email a clientes avisando que não honraria a promessa de viagem que havia vendido. No lugar das passagens, ela emitiria um voucher que deveria ser utilizado em outros serviços da empresa. Era o fim da passagem “promo”. Pelo sistema, o consumidor pagava até metade do valor de uma viagem. O desconto seria possível por causa da flexibilidade, já que não havia data definida nem reservas confirmadas (ou seja: ele não recebe a passagem em si, é sim uma promessa de emissão). 

Apesar de jurar de pé junto que a crise das passagens promo é “plenamente possível de ser resolvida”, a empresa afirmou à Justiça que a recuperação judicial é o único jeito de manter as portas abertas.

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Agenda

09h00, Brasil: divulgação do Caged, de geração de emprego formal em julho

09h15, EUA: divulgação do ADP, de criação de empregos no setor privado em agosto 

09h30, EUA: releitura do PIB do 2o trimestre 

22h30, China: PMI de agosto

Europa

            • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,38%
            • Londres (FTSE 100): 0,33% 
            • Frankfurt (Dax): -0,33%
            • Paris (CAC): -0,34%

            *às 7h55

            Fechamento na Ásia

              • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,04% 
              • Hong Kong (Hang Seng): -0,01%  
              • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,33%

              Commodities

                      • Brent: 0,65%, a US$ 86,05
                      • Minério de ferro: 1,97% a US$ 113,75 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

                      *às 7h53

                      Vale a pena ler:
                      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

                      Conheça Isabella Weber, a “a mulher mais odiada da economia”

                      O controle de preços é largamente impopular entre economistas, intelectuais e internautas mundo afora. Isabella Weber sentiu isso na pele. Após defender que o controle estratégico de preços pode ser usado no combate à inflação, a professora da Universidade de Massachusetts recebeu uma enxurrada de críticas. Nesta entrevista à Folha, a economista diz que o debate sobre inflação está obstruído pela polarização, e precisa de novas abordagens.

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