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Crise imobiliária na China contamina o mercado global

Construtoras chinesas passam por quedas violentas, e ameaçam o resto da economia. Minério tomba 8,8%.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 20 set 2021, 08h37 - Publicado em 20 set 2021, 08h09

Um ano após o fim da Segunda Guerra, a dívida pública dos EUA estava em 119% do PIB, por conta dos gastos públicos com o conflito. Foi a maior dívida da história americana. Até chegar a pandemia. Hoje, a relação dívida/PIB deles está em 129% (por aqui, para comparar, são 84%). 

O problema por lá é antigo. Começou em 2008, quando essa relação estava em saudáveis 68%. Com as medidas para debelar a crise da época, que começou no mercado imobiliário e se alastrou para o resto da economia, o número ultrapassou a linha vermelha dos 100% do PIB, e por ali ficou. 

A ideia era segurar os gastos para que a dívida voltasse a níveis terráqueos – e mantivesse o governo dos EUA na posição de emprestador de dinheiro mais confiável do mundo. Aí veio o Sars-Cov-2. 

Mas uma hora a torneira tem de fechar. E o medo agora é o seguinte: o corte ser abrupto a ponto de minar o crescimento da economia americana em 2022.   

Enquanto isso, uma nova crise do setor imobiliário pode entrar em processo de metástase para o resto da economia. Não nos EUA, mas na China. Na semana passada, começou a derrocada da Evergrande, uma construtora de imóveis residenciais com US$ 300 bilhões em dívidas e pouca chance de pagá-la. Hoje, o índice de construtoras da bolsa de Hong Kong caiu 6,7%. A Evergrande tombou mais 10%. Outra gigante, a Henderson Land Development, amargou 13%. E o minério de ferro fechou 8,8% no negativo, a US$ 92 a tonelada.

Hoje é feriado na China, mas não em Hong Kong. Então a única bolsa que tinha para cair por lá era essa. E ela o fez com gosto: -3,3%. Nos EUA, essa frente fria vinda da China se somou aos receios fiscais domésticos. Resultado: uma nevasca nos índices futuros, que apontavam para violentas baixas de mais de 1% nesta manhã. 

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E a semana começa feia. Boa sorte para todos nós.

Humorômetro

Futuros S&P 500: -1,27%

Futuros Nasdaq: -1,02%

Futuros Dow Jones: -1,49%

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*às 7h48

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,10%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,57%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -2,19%

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Bolsa de Paris (CAC): -2,07%

*às 7h44

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): feriado.

Bolsa de Tóquio (Nikkei): feriado.

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Hong Kong (Hang Seng): -3,30%

Commodities

Brent*: queda de 1,69%, a US$ 74,07

*às 07h43

Agenda

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11h EUA divulgam o índice de confiança do setor da construção

15h Governo atualiza a balança comercial semanal

Sem horário: A Receita Federal divulga o resultado da arrecadação de agosto. A estimativa é que ela some R$ 145,20 bilhões, abaixo dos R$ 171,3 bilhões de julho.

market facts

Spin off

A Ambipar, empresa que estreou na bolsa em julho do ano passado, pretende agora fazer o IPO do seu braço de gestão de resíduos, chamado de Environmental ESG. A operação foi detalhada pelo Brasil Journal e prevê a captação de R$ 3 bilhões para financiar novas aquisições no segmento. Se a piora no mercado global não atrapalhar os planos, a nossa empresa estreará na bolsa em 11 de outubro, sob o ticker EESG3. A Ambipar (AMBP3) Acumula valorização de 130% desde sua oferta de ações.

Três novas cias aéreas

Asas, Regional e Nella. Essas companhias deram entrada em processos de certificação na Anac para operar voos regulares de passageiros. 99% do mercado brasileiro de aviação é dominado por Gol, Azul e Latam. O resto fica com a Voepass (antiga Passaredo, e que incorporou a amazonense MAP), com a Ita (do grupo Itapemirim, que começou a voar em junho) e com a Abaeté, que opera voos na Bahia com seus pequenos Cessna Caravan, de 14 assentos. Entre as aspirantes lá de cima, a mais pitoresca é a Asas, de São José dos Campos. Ela tem um único avião, e trata-se de um Boeing 727, modelo que deixou de ser fabricado há 37 anos.  

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A real do cashback

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A casa própria impossível

Nesta reportagem, a Bloomberg mostra como a escalada de preços dos imóveis e dos aluguéis se tornou um problema para governos de todo o globo. Famílias não conseguem comprar a casa própria e, aos poucos, deixam de ter renda suficiente para bancar o aluguel.

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