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Crise energética ameaça a China. Mesmo assim, minério sobe 7% 

Alta nos preços do carvão e do gás natural já cria apagões no país, que depende de termelétricas. Minério de ferro vai a US$ 119.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 27 set 2021, 09h08 - Publicado em 27 set 2021, 08h57

A China também passa por uma crise energética. Províncias do norte do país já registraram apagões, com semáforos deixando de funcionar e tudo o mais. A questão por lá não é falta de chuva. É falta de carvão e de gás natural – commodities que, a exemplo do petróleo, passam por uma alta violenta. E isso afeta particularmente a China, onde 66% da energia vem de termelétricas (58% a carvão, 8% a gás). Algumas delas começam a ficar sem combustível.

Trata-se de um choque de oferta. O governo chinês está focado em acabar com a dependência de carvão, substituindo as termelétricas por fontes de energia limpa. Isso é ótimo, mas leva tempo. E há percalços difíceis de prever no caminho. O primeiro está vindo agora: o investimento na produção de carvão e de gás natural diminuiu. Isso reduziu a oferta, e fez o preço subir. Agora algumas usinas começam a cortar a produção de energia.

Não dá para saber quais serão exatamente os efeitos dessa crise para a economia chinesa, e global. Mas o fato de ela vir junto com a da Evergrande, que chacoalha o mercado financeiro, não é exatamente uma boa notícia.

Mesmo assim, o minério de ferro teve uma alta significativa hoje, de 7%. Sinal de que a depreciação de 60% desde maio tenha sido um tanto exagerada. Aí sim uma boa notícia – para Vale, CSN, Gerdau e Usiminas.

Na Europa o problema é o gás natural. Daqui a três meses começa o inverno congelante do continente, e todo o aquecimento ali é via gás natural. Com a alta global nos preços, governos temem que falte energia térmica, e começam a planejar racionamentos desde já – o que deve afetar a produção industrial por lá.

Por aqui, o dado mais importante da semana sai na quinta, quando o IBGE divulga a taxa de desemprego. 

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Boa semana!

 

humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,06%

Futuros Nasdaq: -0,29%

Futuros Dow Jones: 0,30%

*às 8h40

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Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,26%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,01%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,39%

Bolsa de Paris (CAC): 0,28%

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*às 8h40

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,58%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,03%

Hong Kong (Hang Seng): 0,07%

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Commodities

Brent: 1,45%, a US$ 79,22*

Minério de ferro: 7,17%, a US$ 119,31 a tonelada em Qingdao (China)

*às 8h35

Agenda

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9h30 Relatório de compras de bens duráveis nos EUA (eletrodomésticos, móveis, carros…). Trata-se de um dos dados que servem de parâmetro para a saúde da economia americana, e que podem influenciar a política econômica do Fed.   

14h30 Relatório Mensal da Dívida Pública, referente a agosto. Ele mostra a evolução da dívida que o governo contrai via títulos públicos. Em julho, ela fechou em R$ 5,39 trilhões, um crescimento de 1,24% sobre junho. E menos acelerado que o anterior, que tinha sido de 3,07%.

market facts

7,7% de dividendos

Esse é o dividend yield atual da AT&T, o que faz da operadora de telefonia (e dona da Warner, entre outros negócios) a mais generosa entre as 65 companhias do índice Dividend Aristocrats, do S&P. A contempla todas as empresas do S&P 500 que têm pagado dividendos cada vez maiores nos últimos 25 anos.   

A montanha-russa da Méliuz

A Méliuz (CASH3) passou a fazer parte do Índice Bovespa no dia 6 de setembro, estreando entre as 84 empresas (e 91 ações) da elite da B3. Entre os dias 8 e 15, ela passou por uma alta de 48%, subindo de R$ 5,20 para R$ 7,73. De lá até o fechamento de sexta, CASH3 devolveu 10% desse ganho. Um grau de volatilidade raro entre as companhias que fazem parte do índice. O valor atual, R$ 6,95, representa uma queda de 43% desde o pico – histórico, em julho. What a ride.    

Vale a pena ler:

R$ 100 mil o m2

É o quanto a Gafisa está cobrando por um lançamento no Leblon. A construtora comprou um terreno na orla que era ocupado por duas casas, construídas em 1930. O novo prédio, baixinho, terá cinco apartamentos um por andar de 285 m2 mais uma cobertura duplex, de 500 m2. Ou seja: os apartamentos “normais” vão custar R$ 28,5 milhões. A cobertura, R$ 50 milhões. No Infomoney.  

A economia da classe executiva

Cabe muito mais gente num metro quadrado da classe econômica do que num metro quadrado de classe executiva. Precisamente, três pessoas na classe do aperto versus uma na do bem bom. Mas a diferença que as companhias aéreas cobram pelo privilégio é maior do que parece. Num voo típico, a Etihad fatura US$ 3,5 pelo metro quadrado da econômica, com três pagantes espremidos ali. Na executiva, com uma pessoa só no mesmo espaço, a receita é de pouco mais de US$ 6 mil. Este vídeo da Wendover Productions explica os detalhes (ative as legendas em inglês).    

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