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CPI vem dentro do esperado e abre caminho para manutenção de juros após quebra de bancos nos EUA

O aumento de preços em fevereiro desacelerou de 6,4% para 6%. Mesmo com a inflação bem longe da meta, investidores já apostam na queda da Selic americana ainda este ano.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 14 mar 2023, 09h56 - Publicado em 14 mar 2023, 08h45

O CPI (IPCA dos EUA) de fevereiro veio como previa o mercado. O índice divulgado nesta manhã subiu 6% nos últimos 12 meses, uma desaceleração em relação a alta de 6,4% em janeiro. Este é o menor aumento desde setembro de 2021, quando o CPI subiu 5,4%. Mesmo assim, a alta de preços segue bem acima da meta de 2% ao ano. 

Na comparação mensal, o CPI subiu 0,4%, após uma alta de 0,5% em janeiro. Já o núcleo do índice (que exclui o preço de alimentos e energia) subiu 0,5%, um pouco acima do previsto (0,4%), e maior que em janeiro (0,4%). Na comparação anual, ele subiu 5,5%, como previsto.

A desaceleração da inflação dentro do esperado abre caminho para que o Fed não suba os juros na próxima semana. Até semana passada, era quase certo que os juros continuariam subindo nos EUA para frear a alta nos preços. Mas, com a quebra do SVB e do Signature Bank, o banco central americano se vê obrigado a não aumentar mais a sua Selic, pelo menos por enquanto.

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Isso porque foi justamente a alta de juros que levou os dois bancos pro buraco. E, para conter danos, e tranquilizar o mercado, a melhor coisa a fazer é manter os juros no patamar anual de 4,75% por ora. Se a inflação deixar, é claro, rs.

Segundo analistas do Wells Fargo, o pânico no mercado financeiro pode ter um impacto negativo na economia, o que substituiria o efeito de novas altas de juros.

O mercado já vê, inclusive, uma queda de juros este ano. Segundo a CME, mais de 90% das apostas são que, até o fim de 2023, os juros estarão abaixo do nível atual.

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Essa nova perspectiva faz os futuros das bolsas americanas operarem em alta nesta manhã. Às 9h55, o futuro do S&P 500 subia 0,81%.

A esperada reunião do Fed acontece semana que vem, com a decisão de política monetária sendo divulgada no dia 22. Até lá, pode ser que mais reviravoltas aconteçam, dada a velocidade com que as coisas descarrilharam.

Bons negócios!

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