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China turbina ações cortando imposto sobre negociações em bolsa

Alta de 1,17% no CSI 300 ajuda a colocar mercados no positivo nesta segunda, mas não resolve os problemas de crescimento da economia asiática.

Por Tássia Kastner e Sofia Kercher
28 ago 2023, 07h31

Bom dia!

A segunda-feira começa com o pé direito nas bolsas, uma cortesia da turma de Xi Jinping. A China decidiu reduzir um imposto cobrado em compra e venda de ações, em uma tentativa de retirar a bolsa chinesa da onda de pessimismo.

No ano, o CSI 300, o principal índice do país, tinha queda acumulada de 4,2%. Após o anúncio, a alta foi de 1,17%. As bolsas de Hong Kong e de Tóquio também subiram de forma expressiva.

A medida pode dar um alívio para as bolsas de valores – e ajuda a colocar o pré-mercado em Nova York no positivo também. Está longe de ser a salvação da lavoura chinesa.

Afinal, ações caem quando empresas têm perspectiva de lucros menores. E isso acontece quando a economia como um todo vai pior do que o esperado. Passada a política de Covid zero, o gigante asiático ainda está longe de ver sua economia se recuperar. Explicamos aqui o que, afinal de contas, está acontecendo por lá.

Para além das ações, a crise chinesa tem implicações na economia real do planeta inteiro. Sem o apetite por construções de novos prédios, de longe o setor mais afetado da economia chinesa, não há demanda por ação – e nem por minério. Isso pode significar resultados mais fracos de Vale e cia, e afetar a economia brasileira. O mesmo vale para o petróleo, o combustível que ainda move a economia global.

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Nesta manhã, porém, investidores têm a oportunidade de ignorar os problemas maiores. Para além da China, a semana deve ser movimentada por uma tonelada de indicadores econômicos.

Aqui no Brasil, o Ministério do Trabalho divulga dados do emprego formal, na quarta, e o IBGE divulga o desemprego na quinta. Sexta é dia de PIB do segundo trimestre, quando saberemos se os juros pesados estavam esfriando mesmo a economia.

Nos EUA, o PIB sai na quarta, o PCE (a inflação do Fed) vem na quinta, e sexta é dia de payroll (o dado oficial de emprego de lá).

É a semana que marca o fechamento do mês de agosto. Para o Ibovespa, cumpriu-se o ditado de mês de desgosto. O índice está 5% abaixo do fechamento de julho: restam quatro pregões para correr atrás do prejuízo. Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,08%

Futuros Nasdaq: 0,14%

Futuros Dow Jones: 0,17%

*às 7h24

market facts

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Heineken a preço de banana

Logo após a invasão à Ucrânia, a Heineken (assim como um monte de outras empresas) prometeu que pularia fora da Rússia. Quase um ano e meio depois, a empresa finalmente anunciou a venda de suas operações no país para o Arnest Group, uma empresa de embalagens e cosméticos local.

O porquê de ter demorado tanto ela não explicou. O que se sabe é que sete cervejarias, que empregavam cerca de 1,8 mil funcionários, foram vendidas pelo preço simbólico de 1 euro (cerca de R$ 5,26). 

A empresa afirmou, nesta sexta-feira (25), que o acordo provavelmente levará a uma perda de 300 milhões de euros (cerca de R$ 1,6 bilhão). Apesar disso, afirma que a decisão não vai afetar as metas financeiras do ano. Ufa!

Agenda

 07h: OCDE divulga PIB do 2º trimestre

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08h25: Pesquisa Focus do Banco Central

14h: Campos Neto (BC) palestra em evento promovido pela Warren

19h: Campos Neto fala no evento do Fundo Comunitário Keren Hayesod, com transmissão online

Europa

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          • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,60%
          • Londres (FTSE 100): fechada
          • Frankfurt (Dax): 0,41%
          • Paris (CAC): 0,57%

          *às 7h20

          Fechamento na Ásia

          • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,17%
          • Hong Kong (Hang Seng): 0,97%
          • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,73%

          Commodities

                • Brent: 0,11%, a US$ 84,57
                • Minério de ferro: -0,85%, a US$ 111,40 na bolsa de Dalian

                *às 7h25

                Vale a pena ler:
                (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

                “Estou quase a ponto de dizer que o Brics acabou”

                A aspa acima é de Jim O’Neill, ex-economista do Goldman Sachs e criador do termo “BRIC”. O acrônimo nasceu em 2001, e agrupava inicialmente Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes marcados por um rápido crescimento econômico.

                Com a adição de seis novos membros (além da África do Sul, o “S” da sigla), O’Neill afirma nesta entrevista ao Estadão que não vê sentido na escolha dos novos membros do grupo, chama a ideia de oposição ao G7 de “estúpida”, e volta a dizer que Brasil “padece da maldição das commodities”.

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