China azeda bolsas em volta do feriado nos EUA
Futuros em Nova York afundam com fraqueza da economia chinesa. Fed divulga ata de sua última reunião. E Brasil vive suspense com reforma tributária.
Bom dia!
A volta dos americanos ao trabalho, após o feriado de 4 de julho, é em tom de ressaca. O exagero não foi necessariamente nas festas. Enquanto investidores folgavam, a China divulgou novos dados sobre sua economia – e ela vai pior do que o previsto.
Nesta madrugada foram divulgados dados de serviços industriais, que ajudaram a espalhar o pessimismo.
O resultado foi uma desvalorização do fortemente controlado yuan e uma queda nas bolsas asiáticas. O efeito chegou na Europa com ações em baixa e derruba os futuros em Nova York.
O problema na China não é apenas com os números em si, mas o peso de ter expectativas frustradas. Desde que o país encerrou sua política de Covid Zero, investidores apostavam em uma volta do consumo por lá. Não aconteceu. Os chineses continuam cautelosos nos gastos e investindo o dinheiro poupado à força.
Com a economia patinando, uma segunda expectativa era de que o regime de Xi Jinping faria uma intervenção pesada para alavancar a atividade na marra, mas isso também não vem acontecendo.
E há ainda a crise imobiliária do país, que continua a causar preocupação, como conta a Bloomberg.
Quando a China desacelera, o mundo acompanha o ritmo, dado o peso que o país tem na demanda global por produtos. Não à toa, após a alta de preços do petróleo ontem – justificada por mais uma ameaça de corte de produção –, hoje o barril do brent é negociado em baixa. O minério de ferro contrariou o movimento pessimista e subiu.
E o resto do mundo tampouco tem notícias mais alvissareiras. Bancos Centrais dos países ricos continuam a prever altas nas taxas de juros para tentar levar suas inflações para a meta – em geral, 2% ao ano. Isso significa desaceleração forçada. Nesta quarta, o Fed divulga a ata da sua última reunião. O texto deve trazer mais sinais sobre quantas altas de juros ainda serão promovidas nos Estados Unidos.
São notícias péssimas para o Brasil, que depende das exportações de matérias-primas.
O tom da quarta-feira no Ibovespa também tende a ser negativo. O ETF EWZ, que representa as ações brasileiras em Nova York, recua 1,61% nesta manhã.
E a agenda doméstica tampouco deve trazer otimismo. Arthur Lira, presidente da Câmara, vem enfrentando obstáculos dos governadores para pautar a reforma tributária. A pressão agora é para adiá-la para depois do recesso, retomando as discussões apenas em agosto.
Tudo indica que julho fará jus a um mês de inverno na Faria Lima. Peguem seus coletinhos – e bons negócios.
Futuros S&P 500: -0,,47%
Futuros Nasdaq: -0,64%
Futuros Dow Jones: -0,43%
*às 7h19
Twitter do Facebook
Segundo o Wall Street Journal, a Meta (M1TA4) deve lançar nesta quinta-feira uma versão própria do Twitter, chamada Threads. A rede de microblogging vem em um momento mais que oportuno, após Elon Musk anunciar novas restrições à rede social do passarinho, limitando quantas postagens podem ser vistas por dia, como mais uma tentativa de impulsionar a versão paga do Twitter. A companhia adquirida por Musk em outubro anda mal das pernas, com queda de receita e cortes de funcionários. Segundo analistas, um concorrente à altura poderia ser um golpe fatal para a rede.
10h: S&P divulga o PMI brasileiro de serviços e PMI Composto
10h15: FGV publica o Indicador Antecedente de Emprego de junho
14h30: Fluxo cambial semanal do BC
14h30: Índice Commodities Brasil de junho
15h: Fed divulga ata da última reunião
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,74%
- Londres (FTSE 100): -0,59%
- Frankfurt (Dax): -0,57%
- Paris (CAC): -0,70%
*às 7h18
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,77%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,57%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,25%
- Brent:* -0,24%, US$ 76,07
- Minério de ferro: 0,73% a US$ 114,32 por tonelada na bolsa de Dalian.
*às 7h16
Ponta do iceberg
A febre em torno do ChatGTP e da Inteligência Artificial contaminou o mercado financeiro e fez a Nvidia mais que dobrar de preço nos últimos meses. Entenda o fenômeno, saiba quem é quem na corrida pela IA e descubra como essas empresas têm movimentado Wall Street nesta reportagem da Você S/A.