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Tomada da maior usina nuclear da Europa derruba os mercados

Segundo a IEA, não houve vazamento de material radioativo. Mas os tiros e clarões flagrados em Zaporizhzhia deixam clara a inconsequência do exército russo. Bolsas europeias caem 3%. Petróleo volta a subir.

Por Alexandre Versignassi, Guilherme Jacques
Atualizado em 4 mar 2022, 09h06 - Publicado em 4 mar 2022, 08h23

Nunca antes na história da humanidade uma usina nuclear foi palco de uma batalha. Não mais. Ontem à noite, soldados russos cercaram a maior usina da europa, em Zaporizhzhia, sul da Ucrânia. Câmeras de segurança mostraram rajadas de fuzil, um clarão provavelmente vindo de um artefato explosivo e focos de incêndio. 

A usina equivale a quatro Angras 2, ou meia Itaipu, em termos e produção de energia, e fica a 220 km de Mariupol, uma cidade portuária já tomada pelas tropas russas.

O fogo foi apagado, e a Agência Internacional de Energia (IEA) disse que não detectou um aumento nos níveis de radiação da área. Ou seja, não houve vazamentos (cuja letalidade seria incalculável). Mesmo assim, a ação deixa às claras o grau de inconsequência da invasão russa. 

Os mercados acordaram, naturalmente, com medo. As bolsas europeias caem ao redor de 3%, e os futuros dos EUA operam no negativo. 

O petróleo retomou sua alta. O barril do Brent subia 1,67%, a US$ 112,30, nesta manhã – já que um recrudescimento da invasão pode engatilhar um embargo ao petróleo russo. A commodity ainda está a salvo das sanções. Não por amor a Putin, mas para evitar uma crise global, que seria inevitável caso o Ocidente deixasse de contar com a produção da Rússia, a segunda maior exportadora do mundo. Um impasse cavalar. 

Boa sexta.

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Deu ruim no Itaú

O Itaú entrou em pane ontem. Ao longo do dia, clientes relataram instabilidade em praticamente todas as plataformas do banco – inclusive, nos serviços prestados por telefone. Dos que conseguiram acessar suas contas, muitos apontaram créditos e débitos indevidos, além de dificuldades para realizar transações.

Online mesmo, o Itaú só esteve no Twitter. É que o banco passou o dia nos trending topics e dando explicações sobre o problema. Em um comunicado, a instituição negou qualquer interferência externa nos seus sistemas e disse que a pane ocorreu por um atraso no processamento de dados bancários. Ou seja, nada de guerra cibernética. Ainda. No final do dia, o Itaú anunciou que todos os serviços já haviam sido restabelecidos.

Pix parcelado

Depois do Bradesco, o Santander também lançou a opção de Pix parcelado. A modalidade permite debitar o valor transferido da conta em até 24 vezes, com taxas a partir de 2,09% ao mês – quem recebe fica com o valor integral numa parcela só, claro.

Dos grandes bancos, apenas Bradesco e Santander oferecem essa modalidade. O movimento de ambos, claro, mira um aumento de participação no mercado – atualmente, o Pix tem mais de 120 milhões de usuários cadastrados. E vem batendo seus próprios recordes: em 4 de fevereiro deste ano, foram 54,5 milhões de transações, superando em 2,5 mi o registro anterior.

Vale a pena ler:

Airbnb solidário

Com a guerra na Ucrânia, a plataforma de aluguel de residências Airbnb ganhou uma nova finalidade. Usuários estão locando imóveis apenas para doar os valores aos proprietários que ainda permanecem na zona de conflito. Diante da iniciativa, que surgiu espontaneamente, a Airbnb disse que irá zerar as taxas cobradas de hóspedes e anfitriões para todas as reservas realizadas na Ucrânia. Leia a reportagem do The Guardian.

Russos investem em joias

Na Rússia, apesar dos boicotes econômicos, há um segmento correndo solto: o de luxo. É que com a desvalorização do rublo, a moeda russa, os ricos estão comprando joias. A rede italiana de joalherias de luxo Bvlgari reconheceu o aumento em suas vendas no país e alertou que, com a alta procura e as restrições impostas, as lojas podem ter dificuldades para importar produtos e correm risco de desabastecimento. Leia n’O Globo.

Temporada de balanços

MRV e Iguatemi, após o fechamento de mercado.

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