Captação com títulos públicos “verdes” no mundo supera 2020
Até o Brasil estuda emitir dívida ESG. Resta convencer investidores de que os títulos serão realmente sustentáveis.
Primeiro vieram as empresas. Agora, até os governos decidiram entrar na onda financeira do ESG. É que países estão emitindo títulos públicos “verdes” como nunca. Os governos tendem a pagar juros menores ao captar dinheiro com esse selo e, claro, precisam aplicar os recursos em projetos sustentáveis, como financiar novos parques de energia limpa ou reformar prédios para que eles se tornem ecologicamente corretos.
O primeiro país a emitir dívida verde foi a Polônia, em 2016. Depois vieram Itália, França e Alemanha. A fila das estreias tem o Reino Unido e a Colômbia. Dados da Bloomberg apontam que países já captaram US$ 39,1 bilhões em títulos verdes neste ano, superando os US$ 37,5 bilhões de 2020.
O próximo salto virá em breve, quando a União Europeia lançar seus papéis. O bloco europeu espera destinar 30% dos US$ 950 bilhões do seu plano de recuperação econômica pós-pandemia para projetos sustentáveis.
Ainda assim, continua a ser um mercado minúsculo. A expectativa da organização Climate Bonds Initiative é que a dívida verde atinja a marca de US$ 1 trilhão em 2023 (somando governos e empresas). Um grão de areia perto dos US$ 120 trilhões da dívida global.
O Brasil também quer entrar nessa moda, e o Tesouro Nacional estuda o mercado. Com um governo que faz oposição à preservação da Amazônia, o desafio será convencer o investidor que o papel brasileiro será verde de verdade.